Palavra aturar

origens

Palavras: amplitude , aturar , miniatura

Saudações, nobres amigos!!!

Desejo saber a origem das palavras: ATURAR, MINIATURA, AMPLITUDE,
Grato!
Até a próxima, mestres originais!

Resposta:

1) Do Latim OBTURARE, “fechar, bloquear”, de origem obscura. Aturar uma situação difícil às vezes é como fechar um frasco para que o conteúdo não saia.

2) Do Italiano MINIATURA, “pequena imagem pintada à mão”, do Latim MINIARE, “pintar de vermelho”, de MINIUM, “corante vermelho à base de chumbo”, possivelmente de origem ibérica. Seguramente dessa palavra participam outras, latinas,  de som semelhante, como MINUTUS, MINOR, MINIMUS, que passam a ideia de coisas pequenas.

3) Do L. AMPLUS, “grande, extenso”.

A Manha

Patty, Bebel, Deli, parem com isso! Vamos cessar já-já essa choradeira. E não puxem os cabelos umas das outras! Coisa feia, crianças como vocês fazendo manha que nem adultos. Por que vocês não podem ser como a Lúcia e a Maria Tereza ali, tão comportadinhas? Ou o Zorzinho, que não incomoda, só finge que escreve?

Separem-se, cada uma para um lado. Obrigado, Joãozinho, mas não preciso da sua ajuda para segurar as meninas. Não, não é necessário mesmo. Sei perfeitamente quais os seus  motivos; portanto, fique lá no fundo da sala, longe delas.

Antes que você me perguntem, dizem que manha vem do Latim, dos deuses manes, que eram próprios de cada casa. As babás de então ameaçavam as crianças dengosas com o surgimento desses deuses, os mania. Má-nia, ouviram bem? Acento na primeira sílaba.

Quando dizemos que uma criança é dengosa, estamos usando a palavra Quimbunda – quieto aí, Joãozinho! – ndengue, que consta que foi aplicada por semelhança do modo de andar de uma pessoa cheia de requebros como os afetados pela febre dengue, que dá dores pelo corpo.

Coisa feia, uma criança cheia de caprichos. Tão feio que se diz que essa palavra vem de do Latim capra, “cabra”, com seus pulos enlouquecidos. Será que um daqueles deuses antigos não poderia surgir e transformar as crianças caprichosas em cabritinhos?

Não, calma, calma, era só um desejo irrealizável, digo, uma brincadeirinha da Tia Odete! Não chorem, fiquem quietinhos. Você não vão virar cabritos, não.

Hein? Sim, Valzinha, esses bichos têm  chifres, por que?

Hum, sua mãe chama o vizinho do lado de Bode por causa disso? Deve ser algum engano. Decerto ele usa barba e … Ah, não usa? Você acha que é por causa dos visitantes da mulher dele que começam a chegar depois que ele sai para trabalhar? Decerto são eletricistas, encanadores, técnicos de TV e já chega, que o assunto não nos interessa. Vamos passar a outras coisas.

Não precisavam fazer escândalo porque eu falei em cabrinhas. Falando nisso, esta palavra vem do Latim scandalus, “motivo de ofensa, pedra de tropeço, tentação”, do Grego skandalon, “pedra de tropeço”, originalmente “armadilha elástica”, do Indo-Europeu skand, “pular”.

Não é agradável suportar alguém aluado. Esta expressão vem do fato de que por muito tempo se considerou que as fases da lua tinham influência sobre a mente e o comportamento de algumas pessoas. Assim, quando alguém apresentava uns piripaques e riquetiques, dizia-se que ela estava de lua.

A antiga psicologia fez muitas curas desse mal através da aplicação de tiras de couro curtido em golpes secos e repetidos na região glútea. Bem que eu gostaria de reviver esse costume!

Ter ataques quando um desejo da gente não é atendido não leva a nada. Tal palavra vem do Italiano attaccare, “engajar em batalha, acometer, atacar”. Fazia-se antigamente uma ligação entre os maus modos gerados por uma frustração e as crises epilépticas.

O verbo atacar tanto serve para descrever um ato violento como um acesso de doença. Daí se fez aquela história de não dever contrariar uma pessoa complicada.

Um dos ataques que aconteciam era finar-se, coisa que felizmente, segundo os pediatras, está saindo de moda ultimamente.

Este verbo descrevia a criança que berrava até ficar com falta de ar e com a pele meio roxa por cianose. Vem justamente de “fim”, finis em Latim, como se alguém conseguisse deixar de respirar e morrer por vontade própria. Mas que as crianças davam um susto nos pobres pais, davam.

O quê?… Parem já com isso, seus espertinhos! Eu estudei bastante para saber que há um sistema automático que toma conta da respiração se alguém a tenta suspender, portanto comigo vocês não vão conseguir nada. Podem voltar a respirar, que eu não estou nem ligando.

Outra coisa feia a se fazer é emburrar e empacar. A primeira palavra vem de “burro”, que é um animal incontrolável e quando não quer fazer algo, não faz mesmo, que nem uns aluninhos que eu conheço.

A segunda palavrinha já tem uma origem mais rara; vem de alpaca, aquele bicho bonitinho de pescoço comprido que vive nos Andes e que dá uma lã muito boa. É usado para transportar carga e, quando esta está muito pesada, dizem que deita no chão e não levanta até que ela seja aliviada.

Para eles, que dão duro, são estratégias de sobrevivência; para vocês, que vivem na moleza, seria assunto para tunda em outras épocas.

Esta palavra vem do Latim tundere, “surrar, dar pancadas”, e foi um recurso didático usado até há pouco tempo na História. É interessante perceber que a suspensão deste método não parece ter tornado o mundo melhor em coisa alguma. Aaahh…

Por que este meu suspiro? Nada, crianças, apenas saudades, apenas tristeza por ter nascido na época errada…

Mas, enfim, devido à interferência da Psicologia nos métodos de ensino, os professores têm que ter paciência – palavra que vem do Latim patientia, “resistência, paciência”, do verbo pati, “agüentar, sofrer” – e aturar muita coisa por parte dos aluninhos.

Esta palavrinha vem do Latim addurare, derivada de durare, “durar, resistir, perseverar”, alterando-se depois o sentido para “suportar, agüentar”.

E não se esqueçam de que agüentar vem do Italiano agguantare, “segurar firme”, de guanto, “luva”, que veio do Frâncico want, “luva”.

Para agüentar certos aluninhos só mesmo com uma luva metálica daquelas que os guerreiros usavam para segurar suas espadas e machados em combate.

Havia um provérbio que os antigos citavam, como era mesmo? “Poupa a vara e estragarás a criança”. Talvez tenha chegado a hora de se revisar algumas noções.

Acho que vou preparar uma conferência com esse tema para a próxima reunião dos professores.

Agora saiam muito quietinhos e façam de conta que estou com a vara na mão.

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