Palavra pistão

INSTRUMENTOS DE SOPRO

Dentre os aparatos que servem para fazer a boa música  –  e a má também   –  temos a categoria dos instrumentos de sopro. A razão desse nome é muito clara: sopro vem do Latim sufflare, formado por sub, “sob”, mais flare, “fazer deslocar o ar, assoprar” – é isso que o artista usa ao tocar seu instrumento.

Estudemos as origens de alguns dentre os mais destacados deles.

 

APITO  –  é um dos mais básicos. Deriva do Espanhol pito, palavra de origem onomatopaica, ou seja, que imita algum som.

 

FLAUTA  –  vem do Francês flûte, do Provençal antigo flaut, com origem incerta, possivelmente relacionado ao Latim flare, citado pouco acima.

Flautim naturalmente é um diminutivo.

 

FLAUTA DE Pà –  é um dos instrumentos sopro mais antigos, espalhado por todos os continentes. É feito com tubos de diferentes tamanhos colocados lado a lado. Deriva do nome do deus grego Pan, que velava pelos campos e áreas verdes e era ligado à fertilidade dos animais e das pessoas. Um de seus atributos era essa flauta, com a qual ele se dedicava a fazer românticas músicas para as ninfas que ele encontrava distraídas pelos bosques.

 

PÍFARO/PÍFANO  –  do Latim piffarus, que veio do Alemão antigo pfiffe, “tocador de pífaro”, que por sua vez se liga ao Latim pipare, “cantar das aves”, mais uma palavra onomatopaica.

 

GAITA DE BOCA  –  também chamada de harmônica. Este nome veio do Inglês harmonica, a partir do Latim harmonicus, do Grego harmonia, “ajuste, combinação, concordância de sons”, literalmente “meios de encaixar, de combinar”, de harmos, “articulação do corpo, ombro”, de uma raiz Indo-Europeia ar-, “encaixar, articular”.

Inicialmente essa palavra foi usada por Benjamin Franklin para nomear um conjunto de lentes; mais tarde se aplicou ao instrumento musical, também chamado em Inglês de mouth organ, “órgão de boca”.

Já gaita aparentemente vem do Germânico wahta, inicialmente “guarda noturno, vigia”, possivelmente por eles usarem algum instrumento de sopro, como um apito, para comunicação.

 

GAITA DE FOLES  –  vem de gaita mais fole, esta do Latim follis, “saco de couro”. Mas tem outro nome, pouco usado em nosso idioma: cornamusa. Ele vem do Italiano corno, uma menção à corneta, mais musa, com o sentido de “instrumento musical”, de musica, “música”.

 

TROMPA  –  do Francês trompe, um instrumento de sopro longo, do Italiano tromba, de fonte germânica, onomatopaica.

 

TROMBONE  –  é uma derivada da anterior.

 

OBOÉ  –  do Italiano oboe, do Francês hautbois, literalmente “madeira alta”, devido ao tom que produz.

 

FAGOTE  –  do Italiano fagotto. Uns dizem que se  fez a partir do Latim fagus, “freixo”, por ser feito com esta madeira. Outros, que vem de fascis, “feixe”, por poder ser dividido em partes como um atado de varas.

 

SAXOFONE  –  do nome do seu inventor, o belga Antoine-Joseph (“Adolphe”) Sax, a cujo sobrenome se adicionou a palavra Grego phonós, “som, voz”.

 

CLARINETE  –  veio do Francês clarinette, do Latim clarus, “nítido, límpido, claro”.

Evidentemente, clarim tem a mesma origem.

 

PISTÃO  –  do Francês piston, do Italiano pistone, do Latim pestare, “bater como um pilão”.

 

TUBA  –  do Latim tuba, que designava um instrumento militar de sopro usado nas tropas romanas. Derivava de tubus, “cano, cilindro oco”, que evidentemente também gerou a nossa palavra tubo.

 

BOMBARDINO  –  é um nome pouco conhecido fora da área musical. É muito semelhante a uma tuba. O nome vem do Italiano bombarda, por lembrar o som grave e poderoso desse tipo de canhão antigo.

E esta palavra, por sua vez, veio do Latim bombus, “ruído grave e forte”, do Grego bombos, “idem”. Mais uma palavra de origem imitativa.

O instrumento tem outro nome, eufônio. Ele foi criado a partir do Grego eu-, “bom”, mais phonós, “som”.

 

CORNETA  –  é um instrumento basicamente de uso militar, para passar ordens simples à distância. Originalmente era feito de chifre de animal, do Latim cornu, “chifre”.

 

Resposta:

Material Automotivo 2

Na última edição, falamos um pouco sobre as origens dos nome de peças de automóveis. Vamos continuar o mesmo assunto desta vez.

FAROL – vem do Latim pharus, “construção elevada na costa para sinalização”, do Grego pharos.

SINALEIRA – do Latim signum, “marca para distinguir, sinal”.

VIDROS – Latim, vitrum, “vidro”, originalmente o nome de uma erva da família da mostarda, de cujas folhas se extraía um pigmento azul.

O vidro antigo era contaminado por impurezas que o deixavam dum azul semelhante ao dos tecidos corados com esta planta.

ALAVANCA – esta palavra vem do Grego phálanx, que queria dizer, além de uma determinada formação militar de infantaria, “rolo de madeira”.

PEDAL – esta vem do Latim PES, “pé”, do Grego POUS, idem. A razão é óbvia, não?

EMBREAGEM – vem do Francês embrayer, “colocar em conexão peças que se encaixam”, de braie, o nome de uma peça que fazia parte do moinho de vento.

ACELERADOR – do verbo latino accelerare, “apressar”, formado por ad-, “a”, mais celerare, derivado de celer, “rápido”.

FREIO – do Latim frenum, o nome da peça bucal que se usa nos cavalos para controlar sua direção e velocidade de passo.

BUZINA – vem do Latim BUCINA, “trombeta”. Na face humana, nas bochechas, existe um par de músculos, os bucinadores, responsáveis pela ação de assoprar um instrumento musical.

PAINEL – vem do Inglês panel, derivado do Francês panel, “almofada de sela, pedaço de pano”, do Latim pannellus, diminutivo de pannus, “trapo, pedaço de tecido”.

Na época anglo-normanda, tinha o significado de “pedaço de pano com uma listagem de jurados”, de onde o seu outro sentido de “grupo de pessoas reunido para discussão ou estudo”.

ASSENTO – do Latim sedere, “estar sentado”.

RADIADOR – Latim, radiator, “aquele que emite raios”, de radius, “raio de luz, vara reta, vara de uma roda”. Esta parte do motor é usada para dissipar calor por irradiação.

CAPOTA – vem de “capote”, uma peça de roupa que recobre outras, do Latim cappa, “capa”, derivado de caput, “cabeça”, pois ela também recobria esta parte do corpo.

ESPELHO RETROVISOR – a primeira palavra vem do Latim speculum, derivado de specere, “olhar”.

A outra se forma por retro, “para trás”, mais um derivado de vedere, também “ver”.

PISTÃO – do Francês piston, “peça cilíndrica encaixada firmemente dentro de um tubo”.

CRUZETA – essa tá na cara, né? Vem de “cruz”, do Latim CRUX, idem.

MANGUEIRA – de “manga”, que vem do Latim manica, “parte da roupa que recobre os braços”, de manus, “mão”.

CÂMARA – vem do Latim camera, do Grego kamara, “aposento com teto curvo”.

CILINDRO – do Latim cylindrus, do Grego kylindros, “rolo”, de kylindrein, “enrolar, envolver”.

Resposta:

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