Palavra toxicologia

INVESTIGANDO CRIMES

 

Houve época em que descobrir a autoria de um crime dependia fortemente de testemunhos e confissões.

Por muito tempo, a Justiça acabava sendo feita após processos em que predominava a má intenção dos falsos testemunhos ou a tortura, que levava a pessoa a dizer qualquer coisa para interromper as barbaridades a que era submetida.

Atualmente, isso se faz através de provas de diverso tipo, para o que se recorre a muitos tipos de técnicas.

Assim, daremos uma olhada nas origens das palavras usadas nestes processos.

 

CIÊNCIA FORENSE  – a palavra  ciência vem do Latim scientia, “conhecimento”, de scire, “conhecer, saber”.

E forense é do  Latim forum, “mercado, local aberto, área pública”, aparentemente relacionada a foris, “fora”, porque muitas vezes ele se situava no exterior do recinto amuralhado de uma cidade. Ali muitas vezes eram feitos julgamentos, de onde a aplicação de foro como “relativo aos tribunais e à Justiça”.

 

CRIME  –  do Latim crimen, “ofensa, acusação”, de cernere, “escolher, decidir, separar”, da base Indo-Européia krei-, “peneirar, discriminar, distinguir”.

 

EVIDÊNCIA  –  do Latim evidentia, “prova”, originalmente “clareza, distinção”, de evidens, “claro, óbvio, perceptível”, de ex-, “para fora”, mais videns, de videre, “ver, enxergar”, derivado do Indo-Europeu weid– “saber, enxergar”.

 

VESTÍGIO  –  do Latim vestigium, “pegada, marca”, de origem anterior desconhecida.

 

INDÍCIO  –  deriva  do Latim inditium, “prova, acusação, descoberta”, de indictare, “declarar, afirmar por escrito”, formada por in, “em”, mais dictare, “manifestar-se por escrito”, relacionado a dicere, “dizer”.

 

PROVA  – veio do Latim  probare, “testar, demonstrar que algo tem valor”, de probus, “correto, de valor, virtuoso”, que por sua vez deriva do Indo-Europeu pro-bhwo-, “estar à frente de”, de pro-, “estar à frente de, em direção a”, mais bhu-, “ser, estar”.

 

TESTEMUNHA  –  vem do Latim testimonium, idem, derivado de ter, “três”, através da noção de esta seria uma terceira parte, em princípio desinteressada, em relação às outras duas.

Atenção 1: existe uma etimologia popular que afirma que esta palavra vem do Latim testis in mano, “testículo na mão” já que os romanos teriam este hábito ao jurarem perante um magistrado. Isso é absolutamente inverídico.

Atenção 2: não confundir testemunha com testemunho. A primeira é a pessoa que assistiu a um determinado acontecimento. A outra é o depoimento, as afirmações que ela prestou à instância competente.

 

BALÍSTICA  –  é a área do conhecimento que permite avaliar a ação de uma arma de fogo num ato criminoso.

Veio do Latim ballista, “antiga arma de guerra para lançar projéteis”, do Grego ballistés, de ballein, “atirar, lançar contra um alvo”.

 

TOXICOLOGIA  –  de extremo valor para o estudo de um caso criminal, permite rastrear a ação de material tóxico presente numa vítima, seja por acidente, em intento suicida ou por má intenção.

Do Latim toxicum, “veneno”, do Grego pharmakon toxikon, “veneno para uso em flechas”, de  toxon, “arco”.

 

CROMATOGRAFIA  –  foi feita a partir do Grego khroma, “cor”, mais graphein, “escrever”, aqui mais como “registrar”.

Permite separar os componentes de uma mistura através do seu trajeto em diferentes meios físicos de adsorção, mostrando assim de que é feita a solução a ser analisada.

Seu nome é ligado à cor porque, no começo do século XX, ela era usada principalmente para separar pigmentos de plantas, como a clorofila verde ou os carotenoides amarelos ou laranja.

 

MICROSCÓPIO  –  do Grego mikrós, “pequeno”, mais skopein, “olhar”, é instrumento que permite enxergar objetos muito pequenos, como células do sangue.

 

DNA  –  é a sigla para DEOXYRIBONUCLEIC ACID, “ácido desoxirribonucleico”, colhido em locais de crimes e comparado ao de participantes de uma determinada cena.

E este nome tão comprido vem do Latim des-, “sem, desprovido”, mais oxi, de oxigênio, mais ribose, do açúcar arabinose, de arabina, que vem de goma arábica, que evidentemente vem de Árabe, mais núcleo, de nucleus, “caroço”, derivada de nucula, “pequena noz”, diminutivo de nux, “noz”.

A “noz” aí se refere ao fato de que essas longas moléculas são encontradas unicamente no núcleo das células.

Sendo único para cada ser vivo, permite ter a certeza de que determinadas amostras pertencem ao indivíduo investigado.

 

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