Coisas Ocultas II [Edição 43]
Em edição passada, falamos sobre palavras relacionadas com a ocultação de atos ou fatos. Agora lidaremos com mais algumas, sempre apropriadas para uso de certos políticos.
CAMUFLAGEM – veio-nos do Inglês, onde entrou em uso no sentido militar, em 1917, a partir do Francês camoufler, “disfarçar”, que veio do Italiano cammuffare, aparentemente da expressão capo muffare, “tapar, cobrir a cabeça”. Provavelmente houve influência no Francês de camouflet, “baforada”, com o sentido de “jogar fumaça nos olhos de outro”.
CORTINA DE FUMAÇA – é uma transposição do Inglês smoke screen, “tela de fumaça”, de 1915, relacionado à emissão de fumaça espessa por parte de navios durante uma batalha, de modo a se ocultarem do inimigo.
DESINFORMAÇÃO – entrou em nosso idioma também pelo Inglês disinformation, em 1955, do Russo dezinformatsiya, formado do Latim des-, negativo, mais informatio, “conceito, idéia, esboço”, derivado de forma, “aspecto, forma”. BLINDAR – do Francês blinder, derivado do Alemão Blinde, “instalação oculta para proteção de militares”, do Germânico blindaz, “cegar”, que veio do Indo-Europeu bhlendh-, “tornar indistinto, confundir, misturar”. Daí veio também o Inglês blind, “cego”, cujo significado original era “confuso”. A idéia da moderna blindagem é tornar o veículo militar ou o político contaminado por suspeitas capazes de andar junto ao inimigo como se este fosse cego ou confuso, impedindo os seus projéteis de fazerem estrago.
SUBTERFÚGIO – do Latim subterfugium, “fuga, evasão”, formado por subter, “às escondidas, abaixo, secretamente”, mais fugere, “fugir, correr”.
FURTIVO – veio do Latim furtivus, “roubado, escondido, secreto”, de furrtum, “furto, roubo”, de fur, “ladrão”.
OBSCURO – deriva do Latim obscurus, “coberto, escuro, indistinto”, de ob-, “sobre”, mais scurus, “coberto”.
CLANDESTINO –do Latim clandestinus, “escondido, secreto”, de clam, “às escondidas”, da base do verbo cellare, “esconder, disfarçar”. EVASIVO – Latim, evadere, “escapar, fugir”, formado por ex-, “fora”, mais vadere, “ir, caminhar”, que também originou “vau”, o local de um curso d’água que se pode passar a pé.