Consultório Etimológico

Pergunta #773

Caro Professor
contradicao..a origem da palavra sinceridade nao seria entao o fato de nao se usar cera no marmore? seria esta uma piada ? acredito na sua verssao..outra pergunta; origem da palavra gringo, segundo a sua verssao e da palavra moleque..obrigado e saudacoes “gringas”

Resposta:

Prezado Caproni, em terras distantes onde não canta o sabiá:
Acho que você andou lendo alguma barbaridade etimológica. Minhas fontes indicam com firmeza “sinceridade” como vindo de SIN-, “junto”, mais a raiz de CRESCERE, “crescer”, resultando o sentido inicial “de origem única, puro”.

“Gringo”: talvez você tenha lido para esta origem a lenda que diz que esta palavra foi criada a partir da letra de uma canção,
“Green grow the rashes O”,
que os soldados americanos cantavam na guerra com o México (1846-1848) e da qual os nativos fizeram a palavra “gringo”. Mas a verdade é que essa palavra está atestada no Espanhol desde muito antes, quase certamente derivada de GRIEGO, “Grego”, com o sentido de que era estrangeiro, não se podia entender. Na Idade Média, quando o idioma grego estava perdido para a Europa ocidental, tradutores do Latim, ao encontrarem um trecho em grego usavam a expressão GRAECUM EST; NON LEGUNTUR, “É Grego, não dá para ler”.

“Moleque” é do Quimbundo MU′LEKE, “menino, rapagote”.

A etimologia popular é muito rica. Apenas ainda não deu para descobrir se é apenas coisa de moleque ou se a pessoa é sincera quando acha que descobriu uma origem.

Mais uma coisa: não se trata de minhas versões, e sim das versões de gente do ramo (em geral uns gringos…) em cujas fontes bebo.

Pergunta #772

Caríssimo Prof., bom dia!
Por uns dias estive impossibilitada de participar desta magnífica “biblioteca virtual”… confesso que fiquei com saudades! Por isso, capriche na ajuda, hein!!! Palavras ouvidas na semana e que precisam ser entendidas: meneios; propalado; escopo; soslaio; reciprocidade. Ansiosamente aguardo! Obrigada!

Resposta:

Sandra:
Eu também tive saudades. Pensei que você tinha achado um consultório etimológico melhor e partido. Ainda bem que você está de volta. E com toda a carga, pelo visto. Ao trabalho, pois:

“Meneios”: veio do Latim MANUS, “mão”. Os movimentos sinuosos dela receberam esse nome.

“Propalado”: do Latim PROPALARE, “divulgar, espalhar, tornar público”, de PRO-, “para, a favor” mais PALAM, “à frente de todos, publicamente”.

“Escopo”: do Italiano SCOPO, “objetivo, alvo, meta, propósito”, do Latim SCOPUS (relacionado com SPECERE, “olhar”). Em Grego era SKOPOS, “alvo, mira”, relacionado com SKOPEIN, “olhar”. A origem remota é o Indo-Europeu SPEK-, “observar”.

“Soslaio”: do Francês D′ESLAIS, “rapidamente, fugazmente”, do verbo LAISSER, “deixar, soltar”. E este vem do Latim LAXARE, “soltar, afrouxar”.

“Reciprocidade”: do Latim RECIPROCATIO, “volta, alternância, maré”, de RECIPROCARE, “mover para a frente e para trás”. Estas palavras vêm de RECIPROCUS, feito de RECUS-, de RE-, “para trás” mais -CUS, formação adjetiva, e PROCUS, de PRO, “para a frente” mais a formação adjetiva. Enfim, RE + PRO, “para a frente” e “para trás”.

Pergunta #771

Mas, professor, então NOEMA é sinônimo de IDEA?

E em KOINE AISTHESIS, qual é “senso” e qual é “comum”?

Resposta:

JD:
NÓEMA com a acepção de”pensamento” expressa o mesmo que IDEA. Mas sempre pode haver sutilezas na expressão literária que impeçam que uma seja idêntica à outra.

KOINE. Cenobita: aquele que vive (BIOS) em comum (KOINE).

Pergunta #770

politica

Resposta:

Paulo, O Lacônico:
“Política” vem do livro de Aristóteles, TA POLITIKA, “a ciência do governo”.
Em Latim era POLITIA, do Grego POLITEIA, “administração, governo, cidadania”.
POLITES em Grego era “cidadão”, derivado de POLIS, “cidade”, vindo do Indo-Europeu PLH-, “lugar murado, em geral no alto de um terreno”.

Pergunta #769

Dr. Traça, certamente o senhor deve gostar de roer tecidos, além dos rótulos das garrafas! Vai daí minha perguntinha: as diferentes acepções da palavra [fazenda] – tecido, estância, erário – têm a mesma origem etimológica? Qual?

Resposta:

Lúcia:
Além de todos os tipos de papel, muito tecido roí em minha vida. Foi justamente depois de roer um saboroso pedaço de fina seda que me ocorreu mascar um pedaço de dicionário, onde apredi o que segue:
Você observou bem, pois todas essas acepções usam a mesma palavra, do mesmo étimo.
Ela vem do Latim Vulgar FACENDA, “o que é para ser feito”, do verbo FACERE, “executar, fazer, obrar”.
O sentido inicial, “atividades, ocupações” passou para “negócios” e depois para “propriedades, bens, tecidos”.
Nossa “fazenda” como “propriedade rural” veio do Espanhol HACIENDA.

Pergunta #768

Muito obrigado, professor. Eu desapareci por um tempo por que tive uns probleminhas com meu computador… praxe, praxe, hehe. Bem, se não for muito incômodo, será que o senhor não poderia me dar as formas gregas destas mesmas palavras. Obrigado novamente, até mais.

Resposta:

JD:
É verdade que estes computadores são um grande auxílio para a gente. Mas, quando se estragam, trazem atribulações que antes desconhecíamos. Em todo caso, folgo em o rever na ativa.

“Conceito” como “idéia, pensamento”, era NÓEMA.
“Compreensão” e “entendimento”: MÁTHESIS.
“Questão”: como “pergunta”, ERÓTESIS; como “assunto em discussão”, LÓGOS.
“Senso comum”: KOINE AISTHESIS.
“Normal”: NÓMIMOS, “de acordo com a regra”.

Pergunta #767

Olá, professor, como tem passado?

Gostaria, por favor, da origem das seguintes palavras:

questão
senso comum
normal
conceito
compreensão
entendimento

Muito obrigado.

Resposta:

JD, há quanto tempo! Pensei que você tivesse deixado de lado as palavras. Vamos lá então:

“Questão”: do Latim QUAESTIO, “procura, perquirição”, do verbo QUAERERE, “perguntar, procurar”.
“Senso”: do Latim SENSUS, “percepção, sentido, significado”, do verbo SENTIRE, “perceber, sentir, saber”, talvez, com o sentido de “encontrar o próprio caminho”, derivado do Indo-Europeu SENT-, “ir”.
“Comum”: do Latim COMMUNIS, “deveres do ofício”, de COM-, “junto”, mais MUNIA, “ofício”.
Desde o séc. 14, a expressão “senso comum” manifesta “o poder de unir mentalmente as impressões obtidas pelos cinco sentidos”; significa, assim, “a compreensão ordinária, sem exageros nem fantasias”.
“Normal”: do Latim NORMA, “regra, padrão”, originalmente “régua de carpinteiro, esquadro”.
“Conceito”: do Latim CONCEPTUM, “esboço, resumo”, de CONCIPERE, “tomar”.
“Compreensão”: do Latim COMPREHENDERE, “pegar, agarrar, tomar”, formado por COM-, “completamente”, e PREHENDERE, “agarrar”, com o sentido de “apreender com a mente”.
“Entendimento”: do Latim INTENDERE, “esticar, tornar atento, ter intenção de”. Deriva de TENDERE, “aumentar espaço, alargar, estender, empenhar-se”.

Pergunta #766

Gostaria de saber a etimologia da palavra ressuscitar!Esta palavrinha causou muita discussão em sala de aula.

Resposta:

Willian:
Eis aqui a solução para as discussões em sala de aula. Vamos ver esta:
“Ressuscitar” vem do Latim RESURRECTIO, “ressurreição”, derivado do verbo RESURGERE, “levantar-se de novo de entre os mortos”.
E tal verbo se forma de RE-, “outra vez, novamente” e SURGERE, “levantar, aparecer”.

Pergunta #765

Ola, gostaria de saber a etimologia da palavra “parquet”?

Sei que é uma palavra francesa, e que também a denominamos aos membros do Ministério Público, mas… é verdade que tem algo a ver com assoalho?

Grata,

Arturania Diniz

Resposta:

Arturania:
Sua pergunta foi muito boa, pois esclarece a origem de algo em que a gente pisa todos os dias e que começou com um significado bem diferente.
PARQUET é um diminutivo de PARC (registrado desde 1339), “área cercada com plantas”, do Latim PARRICUS, “local cercado”.
No século 16, passou a significar “parte da sala de audiências reservada aos juízes”.
Houve um desenvolvimento semântico que passou de “sala” para “montagem da sala, materiais que a constituem” e que depois se fixou neste tipo de revestimento para o piso.
Eis a explicação para esse aspecto jurídico da palavra.

Pergunta #764

Qual a origem do termo contrato de trabalho?

Resposta:

Diogo:
“Contrato de trabalho” não tem origem como um termo em si. São palavras reunidas para expressar de que tipo de combinação entre pessoas ou empresa-pessoa se trata.
Posso dar-lhe as origens de cada palavra, isso sim.
“Contrato” vem do Latim CONTRACTUS, particípio passado do verbo CONTRAHERE, “juntar, reunir”. O verbo se forma de COM-, “junto”, mais TRAHERE, “puxar”. Tem o sentido de “um esforço conjunto”, pois assim pode ser descrito o resultado de um contrato.
E “trabalho” se origina do verbo latino TRIPALIARE, “torturar”, verbo que veio do nome de um instrumento chamado TRIPALIUM. E este nome vem do fato de ele ter “três estacas”: TRI + PALIUM.

Pergunta #763

Bom Dia!! Muita chuva por aí?
Ei, prof, o senhor tem alguma referência quanto à palavra “Gebirah”? é grego isso?
Aguardando resposta de vossa excelência.

Resposta:

Patrícia:
Como em todo lugar, às vezes chove, às vezes não…
Minha Excelência responde, curioso por saber onde você andou se metendo para chegar a essa palavra.
“Gebirah” é uma palavra aramaica que é traduzida por “rainha-mãe”. Desde Salomão até o cativeiro na Babilônia, os hebreus tinham por rainha a mãe do rei, e não a sua esposa. Diz-se que Salomão tinha 700 esposas; nesse caso, nada mais prudente do que escolher a sogra de todas elas, que era uma só, do que passar o cetro a uma esposa a agüentar as brigas depois.
A “Gebirah” servia, muitas vezes, como defensora dos súditos perante o rei.

Pergunta #762

Dr. Traça: então levou um ′nó′ com a ′tira′ da pergunta de minha neta!!
Por favor, não entre em pânico ao receber perguntas da família Soldera!
Aliás, qual a origem da palavra neta(o)?

Resposta:

Prezada Lúcia:
Levei mesmo um nó. Essas crianças de hoje são muito espertinhas mesmo. Você pode se orgulhar dela.

“Neto” vem do Latim NEPOS, “filho da irmã, descendente, neto”. Inicialmente, designava “qualquer descendente masculino que não o filho”.
No Latim pós-Augusto, NEPOS se fixou no sentido de “sobrinho”.
Em Indo-Europeu temos NEPOT-, “neto”.
A palavra “nepotismo” se aplicou à indicação de parentes para cargos públicos devido à época em que os Papas faziam isso com seus filhos naturais, que eram eufemísticamente chamados de “sobrinhos”.

Pergunta #761

Olá, Prof.!
Puxa! Estou regredindo… desde o dia 08 sem escutar uma palavra soando “diferente” aos ouvidos… Hummmm… que será que está havendo??? rs… Ops… Ahhh… Não vou concretizar essa regressão… pode me ajudar com as palavras: “planilha”, “saúde”, e, se possível a diferença original de “urgência e emergência”? Grata.

Resposta:

Sandra:
Espero sinceramente que você não esteja ficando curada da doença que pegou recentemente.
Meu atendimento aqui, devo confessar, não é para obter curas e sim aprofundar esta doença.

“Planilha” vem do Espanhol PLANILLA, “formulário, papel com espaços em branco para preencher”. E esta palavra vem do Latim PLANUM, “achatado, liso”.
“Saúde” vem do Latim SALUS, “cumprimento, salvação, situação de bem-estar”. Relaciona-se a SALVUS, “salvo, seguro”.
“Urgência” é do Latim URGENTIA, de URGERE, “impelir, exigir, apressar, compelir”. A fonte meis remota é o Indo-Europeu WERG-, “trabalhar”, que gerou também os Gregos ERGON, “trabalho” e ORGANON, “ferramenta”.
“Emergência” deriva do Latim EMERGENTIA, do verbo EMERGERE, “erguer-se, sair de repente”. O verbo se forma por EX-, “fora”, mais MERGERE, “afundar” (a noção é a de um objeto que flutua e é largado no fundo dágua, pulando fora a seguir).
Lá pelos 1600 e tantos assumiu também o significado de “situação que exige ação sem admitir perda de tempo”.
Ou seja, esta última sempre teve a conotação de maior pressa.

Pergunta #760

Dr. Traça: minha neta achou muito estranho eu me corresponder com uma Traça e ainda Gigante!! Ela pergunta qual a origem da palavra [tira] como designativo de um policial.

Resposta:

Lúcia:
Ora, ora. E por que a sua neta não começa a consultar diretamente aqui? Atendo a dúvidas pediátricas também, com muito prazer.

Pois não é que a menina me colocou num aperto? Nenhuma de minhas fontes deu uma explicação definitiva. Fica a possibilidade de que se tenha originado em alguma adorno do uniforme, como uma tira que indicasse o posto do policial.
Acho que esta menina tem um grande potencial para embaraçar traças gigantes.

Pergunta #759

Dr. Traça Gigante: vejo que tem bom gosto, pois aprecia o delicioso Chartreuse (normalmente as traças comem só os rótulos); há outros licores ótimos elaborados inicialmente nos mosteiros, como o Fra Angélico ( que vem numa garrafa que imita um franciscano) e o Bénéditine ( não preciso dizer de que ordem religiosa!)
Hoje uma perguntinha esportiva : qual a origem da palavra [ tênis ]?

Resposta:

Prezada Lúcia:
Tem razão, eu só como os rótulos. Uma das maiores bebedeiras que já tomei foi com um rótulo de Chartreuse. Hic!

Vejo-a esportiva hoje. Então vou-lhe contar que o nome desse esporte vem mais ou menos desde 1345, quando se jogava um esporte com uma bola pequena e com a palma da mão. Ao dar o saque, o jogador gritava para o outro; TENEZ! – ou seja, “tome, segure, pegue!”.
Esse brado foi mantido quando o Major Wingfield inventou o tênis, em 1873, no País de Gales, só que ele quis chamar o esporte de SPHAIRISTIKE, de SPHAIRA, “esfera” em Grego.
A palavra resultou muito complicada para o público em geral e foi substituída por uma alteração do tal grito inicial, que era entendido como TENNIS. Como a idéia era a prática sobre o gramado (LAWN, em Inglês), ele começou a vida sendo chamado LAWN TENNIS.

Pergunta #758

qual é a origem da palavra amigo??

Resposta:

Amabile:
“Amigo” vem do Latim AMICUS, “amigo”. Está relacionada com a palavra AMOR, “amor”.
E devo dizer que AMABILE também deriva de AMOR.

Pergunta #757

Boa tarde, prof.!
Sobre a “ginga brasileira”, penso não estar em comum acordo com a língua no que se diz “facilidade ou dificuldade”, mas sim na “beleza” e na “originalidade”… Pode me ajudar na palavra: “período”? Grata.

Resposta:

Sandra:
“Período” vem do Latim Medieval PERIODUS, “ciclo, parte que se repete”. No Latim Clássíco, PERIODUS significava “frase completa, ciclo dos Jogos Olímpicos”.
Em Grego, PERIODOS queria dizer “frase completa, circuito, espaço de tempo”. Esta palavra se formava por PERI-, “ao redor”, e HODOS, “caminho, ida, jornada, trajeto”.
O sentido de “ciclo de eventos repetidos” gerou o de “intervalo de tempo”.

Pergunta #756

Bom Dia, Dr, Alaúzo

Ei, o senhor não está desmoralizado, é exatamente o contrário. Pessoas cultas obtêm sucesso facilmente em meio à sociedade, mesmo que virtual. É de admirar que um Traça e com letra maiúscula, tenha tamanha capacidade de estimular meus fracos neurônios. Esta é uma proeza das boas!! Eu só não tenho culpa que a palavra “humor” está tão arraigada no seu sistema operacional!!! E então, partilhando novamente de seus conhecimentos comigo, aí vão: “Odete”, “Nelson”, “Marcelo”, e já que o senhor é poliglota: “Charles”. Agradecida!

Resposta:

Patrícia:
Agradeço por você dizer que não estou desmoralizado. Nós, traças, não temos uma autoestima das maiores, como você pode imaginar.
Seus neurônios estão é querendo elogios ao se dizerem fracos. Vamos ao trabalho:

“Odete” é a forma feminina de ODON. Esta é uma forma de OTON. E esta é uma forma hipocorística (encurtamento, apelido familiar) de nomes começados por OD ou AUDO, indicando “propriedade, riqueza, senhorio”. Por extensão, “dono de um senhorio”.
Enfim, sua amiga Odete é ou será uma poderosa proprietária (ouçam! Vaticínios da Traça!).
“Nelson” é o patronímico de NEIL, ou seja, “filho de NEIL”. E este é uma variante de NIGEL, que parece ser derivado do Gaélico NIADH, “campeão”. São bons augúrios para este seu conhecido.
“Marcelo” é um diminutivo de MARCUS. E este vem de MARTICUS, nome derivado de MARS, “Marte”.
Este moço é um lutador?
“Charles” vem do Germânico KARL, que vem do Alto Alemão antigo CHARAL, “homem, amante, marido”.
Prefiro não perguntar nada sobre ele.

Pergunta #755

Olá, Sr ABC e obsessivo-compulsivo!!
Dei umas olhadinhas no site e descobri mais uma de suas virtudes!! rssr..
Já que este site estimula tanto o fervilhar dos neurônio e glias em geral, quero saber qual a origem de “estímulo”. Ah, e também de “imitação”.
Olha, dependendo do que seja imitação creio que também eu estou tendo
comportamentos repetitivos, propositados e intencionais que são desempenhados em resposta a um pensamento obscessivo: o de querer saber sempre mais! Isso parece-me incurável! Estou imitando o senhor??
Abraços!

Resposta:

Patrícia:
Olhe mais o site e descubra mais defeitos. Afinal, já estou desmoraizado mesmo, com as pacientes se divertindo às minhas custas.
É muito satisfatório ver que o tecido nervoso em geral é estimulado por este modesto site. Penso em começar a vender CDs dele em farmácias.
A obsessão-compulsão, como os demais problemas da mente, não passa do exagero, da distorção de um instrumento que o ser humano já tem. O fato de se querer sempre mais de alguma coisa que é agradável, não aumenta o colesterol nem causa danos em quaisquer órgãos não é doença. Parece-me mais associado à alegria de viver e ao bom uso do cérebro do que outra coisa.
É a sensação de uma humilde traça.

“Estímulo” vem do Latim STIMULATIO, do verbo STIMULARE, “exigir ação, aguilhoar, cutucar”. STIMULUS era “espora, vara, aguilhão”. Deriva do Indo-Europeu STI-, “ponta, punção, bastão”.
“Imitação” vem do Latim IMITATIO, de IMITARI, “copiar, retratar”. E isso se originou no Indo-Europeu AIM-, “copiar”.
Essa palavra tem a mesma origem de “imagem”.
Fascinante, não?

Pergunta #754

Caríssimo Prof., Bom dia!
Está sendo muito interessante o desbravar as palavras tão corriqueiras… pensei hoje como nossa língua é reflexo de nosso povo: uma mistura feliz que dá aquela “ginga” que só brasileiro tem! Pode me ajudar na palavra “informação”? Grata.

Resposta:

Sandra:
Olá. É bom ver como você se sente atraída pelo estudo deste assunto. Parece que você nasceu com uma antena sintonizada com a área.
Será que a falada ginga brasileira é um reflexo de um idioma tão especialmente difícil?

“Informação” vem do Latim INFORMATIO, “conceito, esboço, idéia”, do verbo INFORMARE, “moldar, treinar, instruir”.
Este verbo se compõe de IN-, “em”, mais FORMARE, de FORMA, “figura, aparência, aspecto”.

Origem Da Palavra