Palavra abaular

Etimologia

Bom dia
1. “As bordas dos pés são retilíneas, nascem retilíneas, nada as deveria desviar. … Esta borda interna é apenas ABAULADA pela arcada plantar natural.” p. 87
2. “… atravessar um labirinto de pátios, no laboratório da rua Buffon, protegido por AGUAPÉS escorrendo água de chuva.” p 114
3. “Segurei nas mãos ANGUINHAS, esses répteis amedrontados de pele irisada como um cristal antigo, trêmulos de medo.” p. 113
4. “Há em nosso cérebro primitivo, um vasto território, uma rede bem fechada de fibras nervosas que concernem ao nosso olfato. Porém, mais acima, no nosso córtex ‘moderno’, o olfato não tem o devido lugar. Seu território é minúsculo. As vias nervosas que nos dariam acesso à riqueza da memória olfativa estão sem cultivo, desaparecem, vão sem dúvida, desaparecer… É assim… O mundo não está cheio de tesouros enterrados, desaparecidos para sempre? Não existe palavra, na linguagem corrente, para designar o mal daquele que não sente cheiro. Se você não ouve, é surdo; se não enxerga, é cego. Se você não sente cheiro, o que você é? ‘ANÓSMICO’, palavra fabricada recentemente, é reservada aos médicos e aos amadores de palavras cruzadas. No começo, sim, havia o olfato. É um sentido da infância. A infância do planeta e a nossa. As enguias, os salmões, que ficaram na água, orientam-se prodigiosamente e viajavam guiados pelo olfato. Também nós, ao nascer, nos orientamos assim. O olfato coordena os movimentos do corpo e nos empurra a boca para o seio da mãe, para a vida.” p.129
5. “E a vendedora toca a sumir no fundo da loja antes de trazer-lhe na mão esticada um par de BORZEGUINS, modelo de guerra de 14, e que parecem estar desde então esperando pelo matuto que possa escolher tal calçado.” p. 99
6. “Nas primeiras semanas de vida, em nosso minioceano pessoal, tomamos a forma modesta de uma anelídeo, feito de segmentos justapostos, como os primeiros vermes marinhos. Desde a quarta semana, nossas mandíbulas se esboçam. Mas não no lugar esperado; elas surgem no ventre, na frente, numa saliência, parecida com as BRÂNQUIAS dos peixes, que se chamam branquial. Surgem no lugar exato em que as primeiras mandíbulas do mundo apareceram, no ventre dos primeiros peixes cuja mandíbula escancarada dragava o fundo dos oceanos.” p. 125

“As Estações do Corpo –
Aprenda a olhar o seu corpo para manter a forma”, Thérèse Bertherat, Editora Martins Fontes, edição de julho 1986.

Ensimesmada fiquei… depois desta leitura com ideias tão claras: … será que temos consciência em fazer jus a este ínfimo intervalo em que nossa existência, de indivíduo que somos, brota na superfície da terra? Quantas gerações tivemos que aguardar para chegar a nossa vez de nascer? A nossa vez de surgir sobre a terra e sob o sol? Logo, respeitar os companheiros de “viagem” sob as mesmas condições. Quantas voltas, meu Deus…. para depois de viver voltarmos ou seguirmos com nossas bagagens invisíveis… ou nem tão invisíveis, considerando o nosso corpo a forma, a materialização de nossos sentimentos, pensamentos, nossas deliberações… estaria tudo escrito nele? Diante de nossos olhos? Somos manuscritos ambulantes? Quem o observa, irá descobrir; descobrir a etimologia do corpo. Ah, a tão amada etimologia, que nos aponta o caminho da verdade, da criação e da salvação!

Resposta:

Nossa, hoje você está sumida nas profundezas filosóficas até a raiz da alma.

a. De baú, do Francês BAHUT, “arca, local para depósito.”

b. De água.

c. Do  Latim ANGUIS, “enguia”.

d. Do Grego AN, de negação, mais OSMÉ, “cheiro”.

e. Do Espanhol BORCEGUÍde origem discutida.

f. Do G. BRANKHÍON, “órgão do peixe que permite as trocas de oxigênio”.

 

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