Padecimento
Sofro terrivelmente de um mal não descrito na literatura. Creio padecer, doutor etimologista, de curiosidade perene. Decerto que busquei lenitivos em outras fontes, mas debalde.
O fato é que, enquanto envolta nos meandros sedutores da propedêutica, vagava alhures quando, de um timo, o tal vocábulo \”catário\”, também grafado \”catáreo\”, fez-se locatário de minha zona mental. O preço? Minha paz. Que calvário!
Parti, portanto, a buscar um
especialista de verdade!
Pois bem. Confesso que a possibilidade de, além de médica, tornar-me conhecedora dos vocábulos que hoje travestem os códigos de priscas eras muito me apetece. Oxalá assim o seja!
Aguardo ansiosamente seu retorno 🙂
Resposta:
Por quem sois, Doutora, vossa prosa remete aos escritos do século XIX, com aquele sabor inigualável! Haveis de ser pessoa de muita leitura, nossos cumprimentos.
Quanto à curiosidade perene, lamentamos afirmar que se trata de moléstia incurável mas totalmente benigna, que permite uma vida longa e produtiva.
Agradecemos o epíteto de “especialista de verdade”.
Certamente que vos tornareis uma mestra dos termos abstrusos apresentados pelos alfarrábios de vossa nobre arte.
E catário vem do Baixo Latim CATTUS, “gato”, por lembrar o ronronar deste quando se apalpa a região precordial durante um exame físico.