Muitas vezes as pessoas sentem vontade de manifestar uma opinião pouco elevada sobre um grupo, seja ele um time rival, o partido oponente ou coisa parecida.
Nesse caso são usadas palavras de tom pejorativo, o que muitas vezes leva a discussões e coisas piores. Hoje lidaremos com as origens de algumas delas, recomendando que se pense nas consequências de um eventual uso.
RALÉ – aventa-se que venha do Francês ralée, “ida, partida”, em relação a uma ave de caça. Depois se teria aplicado à presa dessa ave e o significado daria ainda um passo, que seria o de designar os criados que desempenhavam as tarefas de lidar com as aves de caça.
ARRAIA-MIÚDA – vem do Árabe ar-rahya, “rebanho” e, por extensão, “povo, plebe”. A palavra miúda está aí como intensificativo da ideia de “insignificante, sem valor”.
ESCÓRIA – do Grego skoria, “restos, resíduos” derivado de skor, “fezes, excremento”. Este desaforo é dos bons.
GENTALHA – de gente, do Latim gens, “povo, família, população”, mais o sufixo pejorativo –alha, que veio do Latim –alia ou -acula, um formador de substantivos femininos.
PATULEIA – aparentemente vem de patola, “tolo, pouco inteligente”, um derivado de pato, ave que ainda não conta com nenhum Prêmio Nobel entre suas hostes.
POVARÉU – do Latim populus, “povo, gente”.
PLEBE – do Latim plebes, “povo, pessoas sem distinção que formavam as camadas mais baixas da sociedade”. Usa-se muito em oposição à ideia de “nobreza” ou de “elite”.
VULGO – do Latim vulgus, “gente comum, multidão”, com um significado muito semelhante ao de plebe. Daí derivou o adjetivo vulgar, “de qualidade inferior, de mau gosto”.
BANDO – do Latim bandus, “grupo de pessoas que foram banidas de um lugar”, isto é, que sofreram um ato legal de expulsão por seus crimes.
E banir vem do Germânico bannan, “proclamar, proibir, ordenar” e originalmente queria dizer “declarar em público”.
Deriva da base Indo-Europeia bha-, “falar”. O sentido evoluiu no Germânico de “falar” para “proibir, expelir, impedir” e passou ao nosso idioma através do Francês banir, “proclamar, condenar ao exílio”.
CANALHA – usa-se mais como desaforo individual, mas tem também o sentido de “grupo de gente desprezível, infame”. Vem do Latim canis, “cão”. Este, coitado, é o melhor amigo do homem mas tem que aguentar todos esses desaforos.
CÁFILA – do Árabe qâfila, “caravana”. Era comum as caravanas serem compostas por indivíduos de moral duvidosa, daí a fama.
SÚCIA – é uma alteração de sociedade, com intenção difamatória.
CORJA – do Malaio horchchu, “vintena”. De um designativo numeral passou a ser usado para uma quantidade de gente de baixo nível, mal-intencionada.
ESCUMALHA – do Frâncico skum, “sobrenadante, material que vem à tona ao se ferver algo”, com mistura do Latim spuma, “espuma”. Trata-se de material indesejável, que deve ser retirado e desprezado, o que proporciona um boa metáfora.