Palavra parvoíce

ASNEIRAS

 

Infinita é a capacidade de nossa espécie de cometer atos tolos, ineptos, sem razão e sem lógica. Eles têm diversos nomes, de alguns dos quais vamos analisar as origens.

 

ASNEIRA  –  vem de asno mais –eira, do Latim arius, um sufixo formador de adjetivos.

E asno é do Latim asinus, “asno”, de provável origem no Sumério ansu.

Mas dizer que um asno é especialmente tolo não passa de malvadeza humana. Eles não são menos inteligentes do que outros animais. Para dizer a verdade, conhecemos bípedes implumes que não se destacam lá muito acima de diversos quadrúpedes pelas suas faculdades intelectuais.

 

BURRADA  –  de burro. Em Roma, este animal era chamado de asinum burrum¸ “asno de cor avermelhada, castanha”. Burrum designava essa cor, vindo do Grego pyr, “fogo”.

A este parágrafo se aplica o raciocínio do anterior.

 

BESTEIRA  –  de besta, do Latim bestia, “animal selvagem, animal em geral”.

 

BABOSEIRA  –  do Latim baba, “saliva”. Uma “baboseira” é um dislate, uma asneira, uma bobagem, tal como se fosse dita por uma criança pequena que ainda não consegue controlar seu modo de falar.

 

PALERMICE  –  há quem pense que ela tenha algo a ver com a cidade da Sicília, mas não é verdade. O fato é que não há informações confiáveis sobre essa origem.

O que, infelizmente, não impede ninguém de fazer uma palermice.

 

DISPARATE  –  do Espanhol disparate, “bobagem, despautério”, do Latim disparatus, “separado, afastado” (aqui como “afastado do bom senso”), de dis-, “afastado, para fora”, mais parare, “preparar”.

 

DESPAUTÉRIO  –  é mais um sinônimo de “absurdo, tolice”. Deriva do nome de um gramático flamengo nascido em 1460, Jan van Pauteren. Grangeou fama com tratados sobre assuntos gramaticais, destacando-se pelo texto complicado e difícil de digerir, agravado pelas declamações inseridas. Ele latinizou seu nome, como era costume na época, e passou a ser conhecido como Despauterius.

Nosso sábio nem desconfiava que de seu nome se originaria uma palavra em outro idioma.

 

BOBAGEM  –  “atos de bobos”, do Latim balbus, “gago’, de origem onomatopaica. Em outras épocas se ligava esse problema de fala ao retardamento mental, uma noção completamente errada.

 

DESPROPÓSITO  –  é algo carente de propósito, impertinente, inconveniente. Vem de des-, “sem”, mais o Latim proponere, “declarar, colocar à frente”, de pro-, “à frente”, mais ponere, “colocar, pôr”.

 

ESTUPIDEZ  –  de estúpido, vem do Latim stupidus, “incapacitado, sem ação”, de stupere, “ficar pasmado, atônito, espantado, inerte  perante algo extraordinário”. Isso pode ser causado por algo “estupendo”.

Mas, como resultado, a pessoa pode ficar tão afetada que fica “estupefata”. Se esse estado for duradouro, ela pode ficar “estúpida”.

O sentido original de estúpido era “mentalmente inapto”. Depois passou a “falto de inteligência” e atualmente é muito usado no sentido de “grosseiro, mal-educado”.

 

DESATINO  –  de des- mais atinar, “descobrir, perceber, notar”. E este vem de tino, “discernimento, sagacidade”, de origem discutida.

 

TOLICE  –  de tolo, que tem origem mal definida, havendo quem diga que deriva do Latim tollere, no sentido de “tirar, destruir”. No caso, tirar ou eliminar o juízo, a sanidade.

 

DISLATE  –  do Latim dis-, indicando afastamento, mais latus, particípio passado de ferre, “levar, conduzir”. Aqui, faz pensar em deixar de levar algo a uma conclusão lógica e bem pensada.

 

INÉPCIA  –  do Latim ineptus, “inadequado, impróprio, sem tato”, formada por in-, prefixo negativo, mais aptus, “apto, em condições de fazer algo”.

 

DESACERTO  –  de nosso já conhecido des-, mais certus, “seguro, fixo, determinado, garantido”, derivado de cernere, “distinguir, decidir”, originalmente “peneirar, separar”.

Ou seja, um desacerto é uma impropriedade, uma falta de concordância, de entendimento.

 

ESTULTICE  –  do Latim stultus, “tolo”. Estólido, que significa “obtuso, lento, embotado”, tem a mesma origem.

 

PARVOÍCE  –  do Latim parvulus, diminutivo de parvus, “pequeno, miúdo, tolo” muitas vezes aplicado a crianças de tenra idade.

 

Resposta:

MIUDEZAS

 

A todo momento nós temos que lidar com fatos e coisas que não constituem maior problema mas que recheiam nossa existência, para bem ou para mal.

É o mosquito que zune em nossos ouvidos quando desejamos dormir em paz, é o chaveiro que não sabemos onde se encontra, é o spam ou o folheto de propaganda, é o sorriso que uma criança desconhecida nos dá na rua… Como nomear e saber de onde veio tudo isso?

Olhem, mas desde já avisamos que muitas dessas palavras apresentam pouco uso hoje em dia.

 

MIUDEZA –  vem de miúdo, “pequeno, de tamanho reduzido”, do Latim minutus, de minuere, “diminuir em tamanho ou número”, de minus, “menor”, que veio do Indo-Europeu mei-, “pequeno”.

 

MINÚCIA –  também se origina de minutus.

 

BAGATELA –  do Italiano bagatella, “miudeza, coisa pequena”, ligado a bagattino, “moeda de pequeno valor”, do Latim bacca, “baga, espécie de fruto, como o do carvalho”, figurativamente “pequeno objeto arredondado”, como no caso de uma moeda.

 

BUGIGANGA –  do Espanhol mojiganga, uma variação de bojiganga, “peça teatral curta e burlesca”, por extensão “coisa ridícula e sem valor”, do Latim vesica, “bexiga”. Isso porque a bexiga seca de gado era usada para compor trajes e objetos de farsa. Os artistas vestiam roupas recheadas com bexigas cheias de ar para efeito cômico.

O nome bojiganga era o nome de um personagem do teatro burlesco.

 

NINHARIA –  nada a ver com ninho. Vem do Espanhol niñería, “criancice”, de niño, “menino”, possivelmente de origem em palavra gerada pela fala infantil.

 

MIGALHICE – com o sentido de “insignificância”, vem de migalha,  do Latim micalea, de mica, “fragmento, porção muito pequena de alguma coisa”.

Mica também designava a parte da areia que reflete a luz, fazendo-a brilhar; originou o Italiano micare, “brilhar, tremular”, de onde o termo de Mineralogia mica, usado para certos silicatos.

 

 

INSIGNIFICÂNCIA –  do prefixo latino de negação in-, mais significans, relacionado a significare, “mostrar por sinais”, de signum, “sinal”, mais a raiz de facere, “fazer”.

 

BOBAGEM –  “coisa de bobos”, do Latim balbus, “gago’, de origem onomatopaica. Em outras épocas se ligava esse problema de fala ao retardamento mental, uma noção completamente errada.

 

MIXARIA –  vem de mixe, “de pouco valor, insignificante, sem graça”, possivelmente do Guarani mi’xi, “pequeno, escasso”.

 

BESTEIRA –  deriva de besta, no sentido de “animal irracional”, do Latim bestia, “animal em geral”. Ou seja, designa um ato feito com escassa reflexão, algo de escasso valor.

 

FRIOLEIRA –  do Latim frivolus, “sem valor, vão, fútil”. Origina-se de friare, “triturar, quebrar”. A metáfora aqui é com cacos de cerâmica rotos, que para nada servem.

 

NONADA –  para designar alguma coisa insigniificante, sem valor, esta palavra foi inventada no século XIV, a partir de não e nada.

 

QUINQUILHARIA –  Do Francês quincaille, “mercadoria barata”, de clinquaille, derivado de cliquer, “fazer ruído”, de origem onomatopaica.

 

PARVOÍCE –  do Latim parvulus, diminutivo de parvus, “pequeno, miúdo, tolo” muitas vezes aplicado a crianças de tenra idade.

 

RIDICULARIA –  vem de ridículo, que vem do Latim ridiculus, “aquilo que desperta o riso, que não é levado a sério”, derivado de ridere, “rir”.

 

INÂNIA –  mais uma pouco usada. Significa “vazio, inútil” e vem do Latim inanis, “pobre, vazio”.

 

FUTILIDADE –  ela vem do Latim futilis, “sem valor, vazio”, literalmente “o que se derrama com facilidade”, portanto “facilmente esvaziado, não-confiável, vazando”, de fundere, “derreter, derramar”.

 

NUGA –  do Latim nugae, “frivolidades, bagatelas”.

 

NULIDADE –  vem de nulo, do Latim nullus, “inexistente, sem valor, inepto”, de ne-, negativo, mais ullus, “alguém”, que veio de unullus, um diminutivo de unus, “um”.

 

Resposta:

Anfêmero e parvoíce

Palavras: parvo , parvoíce

Bom Dia,

Por favor, gostaria de conhecer mais as origens de duas palavras: Anfêmero e parvoíce

Muito obrigado

Resposta:

1) Essa não encontramos em nossos dicionários. Pode falar mais sobre ela?

2) De “parvo”, do Latim PARVUS, “pequeno, insignificante”, depois “tolo, pouco inteligente”.

Origem Da Palavra