pentagrama
Qual a origem da palavra. Ameiiii o site
Resposta:
Que bom! Continue visitando-nos.
Pentagrama vem do Grego PENTAGRAMMON, “o que tem cinco linhas”, de PENTA, “cinco”, mais GRAMMA, “desenho, linha, letra”.
Qual a origem da palavra. Ameiiii o site
Que bom! Continue visitando-nos.
Pentagrama vem do Grego PENTAGRAMMON, “o que tem cinco linhas”, de PENTA, “cinco”, mais GRAMMA, “desenho, linha, letra”.
No começo da adolescência, perguntei ao meu avô se dava para acreditar em feitiçaria.
Ele me olhou bem e sentou na sua poltrona de couro, batendo com a mão no banquinho estofado que ficava aos seus pés.
Isso era sinal de que ele ia começar a falar sobre o assunto. E de que eu ia me divertir.
– A Humanidade está desde sempre à procura de preencher suas necessidades através de atos fáceis. Ou seja, em vez de trabalhar, faz-se um feitiço; em vez de se dedicar a conquistar outro coração, usa-se alguma coisa presa a uma corrente; para ter saúde, providenciam-se orações.
– Tanta gente faz isso… e não funciona mesmo, Vô?
– É assim. E o pior é que as pessoas percebem que não funcionou e insistem.
Mas não é sobre as incapacidades humanas que vou falar, e sim sobre as origens de certas palavras.
Por exemplo, feitiçaria. Ela veio do Latim facticius, “não pertencente ao mundo natural, artificial, de imitação”, do verbo facere, “fazer”.
Aliás, a palavra feitiço foi levada para a África pelos portugueses e de lá voltou para a Europa com os franceses, como fétiche, nosso atual “fetiche”.
– Hum… e a magia?
– Essa vem do Grego magike tekhne, “a arte de produzir resultados sobrenaturais”, de magikos, “mágico”, de magos, “membro de uma classe sacerdotal”, do Persa magush. Talvez sua origem mais remota seja o Indo-Europeu magh-, “ser capaz, ter poder”.
Antes que você indague, mágico tem a mesma origem.
– E os arcanos? Já vi a Tia Beth falar nisso com ar muito misterioso e importante.
– Ah, sua tia é um amor, mas acredita em cada coisa… Essa palavra quer dizer “o que é muito misterioso, secreto, conjunto de enigmas de alguma doutrina”. Ela vem do Latim arcanus, “secreto, escondido”, de arcere, “fechar, conter”, de arca, “caixa, baú”. Muitos usam para dizer que algo é assim e pronto, pois está nos arcanos. Belo argumento.
– Uma vez ela falou numa amiga dela desenhando um pentagrama. Parece que ela ficou com muito medo e saiu correndo.
– Essa palavra vem do Grego pentágrammos, “o que tem cinco linhas”, de penta, “cinco”, mais gramma, “o que está escrito”.
É a representação de uma estrela de cinco pontas. O pessoal que acredita coloca ao redor umas velas acesas, se possível também uma caveira, acende incenso e diz que conjura demônios dessa forma. Até hoje ninguém conseguiu ver nada.
– E conjurar, o que é?
– É “chamar um espírito, produzir algo por artes de mágica”. Vem do Latim conjurare, “prometer juntos, conspirar”, formada por com, “junto”, mais jurare, “jurar, garantir”.
– Falando em vela, qual a sua origem?
– Deriva do Latim vigilare, “cuidar, observar, vigiar”.
– Ah, por isso as velas dos navios antigos eram chamadas assim! Os marujos, para observar as naves inimigas ou os monstros marinhos, subiam nelas para vigiar e então…
– Feche essa matraca, jovem doidivanas! Os marujos não subiam nas velas, ali não havia como ficar! Iam era para o topo do mastro mais alto, onde eu gostaria de pendurá-lo neste momento pelo pescoço por perturbação da tranquilidade de um idoso.
As velas usadas nos navios devem seu nome ao Latim vellum, “tecido, pele, véu”. Resultaram numa palavra escrita e pronunciada do mesmo jeito, mas com outro significado.
– E a caveira?
– Vem do Latim calvaria, de calvus, “careca, sem cabelo”. Isso porque, depois de um tempo debaixo da terra, os cabelos caem e um crânio se destaca pela superfície lisa.
Aliás, elas são usadas para fazer encantamentos, palavra que vem do Latim incantare, “lançar um feitiço contra alguém”, formado por in-, “em”, mais cantare, “cantar”, aqui mais com o sentido de “emitir palavras mágicas”. Acabou mudando um pouco de sentido e passando a significar “maravilhar, seduzir”.
Muitas vezes os encantamentos eram veiculados através de poções, que deriva do Latim potio, “bebida, especialmente uma venenosa”, de potare, “beber”, já que se tratava de líquidos que eram dados às vítimas para consumo.
Ou eles podiam ser veiculados por um filtro, que nos veio do Latim philtrum, do Grego philtron, “poção de amor”, derivado de philein, “gostar de”. Como se vê, esta beberagem tinha intenções amorosas e não destruidoras.
– Deviam ser bem ruins, hein, Vô?
– Nelas entrava toda espécie de ingediente nojento. Para não ir mais longe, um deles era pó de múmia.
– Como assim? Iam aos museus tirar pedaços delas?
– Houve época em que elas não eram consideradas de importância histórica, como agora. Elas eram importadas em enormes quantidades do Egito e outras regiões africanas e usadas para vários fins. No século XIX, inclusive, chegaram a servir para alimentar caldeiras de locomotivas. Eram material orgânico bem seco, deviam dar um bom fogo.
– Credo!
– É como digo, esta nossa espécie tem condutas muito esquisitas. Seja como for, espero que você nunca perca o seu tempo com coisas deste tipo.
Não vale a pena.
Cada vez que entro em nossa aulinha me deparo com uma cacofonia de uivos, gemidos, grunhidos animalescos e outros sons que ferem meus delicados ouvidos. Logo eu, que sonhava um dia com ser pianista!
Sentem-se, crianças, e vamos falar sobre o registro de sons bonitos, para variar um pouco.
Para escrever música… Como, Aninha? Não se lembra mais de onde vem esta palavra? Como hoje eu estou com uma dose extra de calmante não vou puxar sua orelhinha; em vez disso, vou explicar de novo que ela vem do Latim musica, do Grego mousike tekhne, “arte das musas”, já que ela era considerada a manifestação por excelência dessas divindades protetoras das artes.
Como eu dizia, para escrever música se recorre a certos sinaizinhos que, se bem usados, permitem escrever uma sinfonia de Beethoven, uma cantata de Bach ou alguma coisa horrenda como certas coisas que eu sei que vocês ouvem.
Esses sinais são colocados ao longo de um pentagrama, um conjunto de cinco linhas paralelas apertadinhas. Essa palavra deriva do Grego penta, “cinco”, mais gramma, “o que é escrito, letra”.
Outro nome do pentagrama é pauta, do Latim pactus, “estabelecido, fixado”.
Conforme a altura em que se coloca o sinal no pentagrama, ele indica a nota. Esta vem do Latim nota, “letra, caráter, nota”, originalmente “marca, sinal, meio de reconhecimento”, provavelmente de gnoscere, “conhecer”.
Sim, Ledinha, a Tia Odete conhece as notas musicais, agradeço a sua oferta de demonstração, mas fica para depois. Tanto conheço que vou explicar a origem de cada uma.
No século XI, um monge chamado Guido d’Arezzo tirou os nomes das notas, em seu método para ensinar música, da parte inicial de uns versos em Latim dedicados a S. João. Estes eram
Ut queant laxis
Resonare fibris
Mira gestorum
Famuli tuorum
Solve polluti
Labii reatum
Sancte Johannes
Calma, eu sei que vocês não entenderam nada, está em Latim. Vou traduzir aproximadamente, que o Latim não é coisa de toma lá dá cá.
Em resumo, o autor dizia que “para que, a plena voz, teus servos possam cantar teus feitos maravilhosos, limpa os pecados de nossos lábios manchados, São João”.
Nãão, Valzinha, não nos interessa saber sobre as manchas de batom que apareceram no colarinho da camisa do síndico do seu edifício enquanto a mulher dele estava de férias.
Quietos um momento! Parem de gritar e deixem-me explicar que o UT foi trocado posteriormente por dó, e que o si se fez a partir das iniciais do santo.
Eu sei, Sidneizinho, que as iniciais dele escritas são “S” e “J”, mas esta última se pronunciava como “I”. Arre, para uns baderneiros até que vocês são observadores.
Por que o dó, Zorzinho? Provavelmente porque o ut era mais difícil de pronunciar e aí resoveram usar a sílaba inicial de Dominus, “Senhor”.
Enfim, estão aí todas as notas, dó, ré, mi, fá, sol, lá, si.
Sim, Lary? Certo, em vários países se usa uma notação alfabética, em que estas nossas conhecidas são tratadas respectivamente por C, D, E, F, G, A e B. Muito espertinha você, continue assim.
Mas há outros sinaizinhos com nomes mais esquisitos. Por exemplo, a colcheia, que é um indicador da duração de uma nota, vem do Francês crochée, que significa que foi feito um gancho na representação de uma nota; vem de croc, “gancho”.
O bemol veio do Italiano bemolle, “B fraco”, pois correspondia ao “si” cantado com uma frequência mais baixa. O bequadro vem do Latim B quadratus, já que seu símbolo é um encontro de dois ângulos retos.
O nome da clave, um sinalzinho muito bonitinho que aqui a Tia Odete nunca conseguiu fazer direito, vem do Latim clavis, “chave”, pois é ela que diz a que altura vai ser cantada a música escrita no papel.
Temos também a quiáltera, que mais parece nome de monstro grego daqueles que atacavam os heóis antigos que nem Perseu, Hércules e sua turma.
Apesar disso, ela se refere a uma alteração no ritmo em que se executam três notas no espaço de duas e é uma alteração de sesquialtera, “o que contém um e meio”, de sesqui, “uma vez e meia”.
Tão importantes quanto as notas são as pausas, do Latim pausa, “parada”, do Grego pauein, “fazer cessar”.
E os intervalos expressam a diferença de frequência entre duas notas. A palavra deriva do Latim intervallum, “espaço entre duas estacas numa paliçada”.
Bem, o toque do intervalo para o recreio acaba de soar. Saiam e vão fazer sua música lá fora, que eu vou botar os ouvidos na tipoia.