Resposta:

Rubens:

Sim, o “digníssimo mestre” pode esclarecer (eu nunca tinha visto tantos títulos bonitos assim antes!).

O “bi” e o “sexto” que você notou não se referem ao que você pensa.
Acontece que os romanos tinham uma maneira que nos parece complicada de contar os dias do mês. Por demorado, não a vou explicar toda aqui; apenas direi que ela se baseava em nomes dados a apenas três dias do mês (“calendas”, o 1º dia; “nonas”, o 5º ou o 7º; “idos”, o 13º ou 15º dia). Os demais dias eram numerados para trás ou para a frente em relação a esses.
Ex: em janeiro, as “nonas” eram o dia 5; o dia 3 era chamado TERTIO NONAS JANUARIAS, “o terceiro dia antes das nonas de janeiro” (a contagem incluía os dias dos extremos, por isso dá três neste caso).
Complicado, não? Questão de costume, pois eles fizeram funcionar um império contando os dias desse jeito.
Por essa época, já se tinha percebido que era necessário intercalar um dia a cada quatro anos.
Só que, em vez de fazer isso depois do dia 28 de fevereiro, como agora, eles o colocavam depois do dia 24 desse mês. Ora, 24/2 era o sexto dia antes das calendas de março, DIES SEXTUS ANTE KALENDAS MARTIAS.
O dia extra era chamado BIS SEXTUS DIES ANTE KALENDAS MARTIAS, “o segundo sexto dia antes das calendas de março”.
O ano que continha um BIS SEXTUS DIES acabou conhecido como bissexto.