Palavra greve

Origem da palavra

Palavras: greve

Qual a origem da palavra greve?

Resposta:

Ela vem do Celta gravo, “cascalho, pedrisco”. Daí o Francês fez grève, “cascalho, areia” e, por extensão, “praia de areia”.

Pois bem; numa margem do Rio Sena, em Paris onde havia existido uma pequena praia arenosa, foi feita uma praça, que foi chamada Place de Grève.

No século 19, quando os operários das indústrias das proximidades não estavam satisfeitos com as condições de trabalho, saíam da fábrica e iam ficar nessa praça. Sabendo disso, ali iam pessoas interessadas em contratar trabalhadores experientes.

Assim, quando o patrão perguntava onde estava o Fulano, que não tinha aparecido, respondiam-lhe que ele estava em Grève, ou seja, não estava trabalhando; tinha ido para a tal praça, decidido a não trabalhar mais naquela empresa. Se o empresário quisesse que o empregado voltase, teria que providenciar melhoras na remuneração, no horário ou em alguma outra condição de trabalho.Caso contrário, o trabalhador poderia ser contratado por um dos seus concorrentes.

Grave

Pronto, Túti, está acabado o curativo. Não ficou bonito o seu joelho, pintado de mercuro-cromo e com um bandaid colorido em cima? Não há mais porque chorar agora. Ainda mais se você prometer que não vai mais subir no telhado da escolinha na hora do recreio.

Crianças, façam uma roda e vamos conversar umas coisas sobre o acidente deste danadinho.

Se um dia a gente tropeça e, cedendo à gravidade, cai e sofre uma machucadura grave, será que há relação entre essas palavras? Calma que a Tia já vai contar, mas só se vocês ficarem quietinhos.

Existe relação, sim. Deste jeito, ó: de uma raiz Indo-européia gru– se originou o Grego barys, “pesado”. Ela teria gerado também o Sânscrito gurus, “pesado, digno”. E também o Latim brutus, significando originariamente “pesado”. No mesmo Latim surgiu outro derivado, gravis, “pesado, importante”.

De barys veio uma grande quantidade de palavras, em sua maioria eruditas, como barítono, “o que tem uma voz grave” (há uma voz mais grave ainda, o baixo). As vozinhas de vocês são todas agudas ainda, um fato que torna as suas gritarias mais exasperantes.

Também temos o bário, o nome de um elemento químico; o barômetro, aquele instrumento que serve para medir a pressão atmosférica e prever o tempo para a gente saber se vai ter que sair de botinha de borracha e capinha impermeável para vir à escolinha.

Do Latim gravis veio, por exemplo, gravitação, gravidade, a propriedade física que confere peso aos objetos, que nem quando as mochilinhas de vocês estão muito cheias.

Veio também gravidez, situação em que a fêmea leva mais alguém e que veio de gravidus, “cheio, carregado”.

Grave é usado ainda no sentido de “sério”, como uma situação difícil que gera preocupação e que traz aquela sensação ruim de peso dentro da gente. Também é chamada de grave aquela pessoa que anda por aí de cara amarrada só para parecer que é importante. Algumas diretoras de escola fazem isso, mas não digam para ninguém que eu falei.

O acento grave (`) tem esse nome porque originariamente era usado para marcar uma entonação baixa, profunda.

Os gurus que andam por aí por aí sendo seguidos por pilhas de gente, seja em religião, em filosofia, na política ou outra área qualquer, também tiveram seu nome tirado daí. Alguns deles devem acreditar no que dizem, mas quando crescerem vocês também vão achar que a maioria deles dá risadas enquanto contam o dinheiro que os trouxas entregaram.

Não, Robertinho, greve não é parente de grave. Não interessa se você leu numa revista, está errado. Você tem que confiar mais na Tia Odete do que nessas informações mal fundamentadas.

Greve tem uma origem bem diferente. Vem de uma fonte Celta gravo, “cascalho, pedrisco”. Daí o Francês fez grève, “cascalho, areia” e, por extensão, “praia de areia”. Note-se que o Inglês tem gravel, “cascalho”.

Pois bem; numa margem do Rio Sena (em Paris, crianças, em Paris!), onde havia existido uma pequena praia arenosa, foi feita uma praça, que foi chamada Place de Grève, por ter sido erguida na tal praiazinha.

No século 19, quando os operários das indústrias das proximidades não estavam satisfeitos com as condições de trabalho, saíam da fábrica e iam ficar nessa praça. Sabendo disso, ali iam pessoas interessadas em contratar trabalhadores experientes.

Assim, quando o patrão perguntava onde estava o Fulano, que não tinha aparecido, respondiam-lhe que ele estava em Grève, ou seja, não estava trabalhando; tinha ido para a tal praça, decidido a não trabalhar mais naquela empresa. Se o empresário quisesse que o empregado voltase, teria que providenciar melhoras na remuneração, no horário ou em alguma outra condição de trabalho.Caso contrário, o trabalhador poderia ser contratado por um dos seus concorrentes.

Essa situação gerou a expressão faire grève, “fazer greve”, já em 1833. Grèviste, “grevista”, foi cunhada mais tarde, em 1872.

Nos dias que correm, bem pouca gente que um dia parou de trabalhar em luta por condições melhores desconfia das voltas que a palavra greve deu até desembocar na dura realidade.

E não pensem que vocês vão fazer greve de estudo ou de bom comportamento para cima de mim, não!

Agora arrumem suas mochilinhas que chegou a hora de ir embora, graças aos céus.

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