CONTRA O FRIO [Edição 76]
O Brasil é um país com poucas áreas frias, seconsiderarmos todo o seu tamanho. Mas nestas, quando as temperaturas baixam, hánecessidade de colocar em uso diversas maneiras de combater essa sensação quepode acarretar sérios perigos à saúde. Vejam as palavras usadas nessas ocasiõese suas origens:
ABRIGO – usa-se tanto para designar uma proteçãoambiente, como o interior de um prédio, quanto para uma de cunho individual,como uma peça de roupa.
Vem do Latim apricare, “proteger-se do frio aquecendo-se ao sol”, de apricus, “exposto ao sol”.
AGASALHO – do Gótico gasalja, “camarada, companheiro”, no sentido de “abrigar,
acomodar, proteger”.
CASACO – de “casaca”, que veio da expressão italiana veste cosacca, “roupa cossaca”. E “cossaco” vem do Russo kozak, do Turco qaz, “andar sem destino”, que era coisa que eles aparentemente gostavam de fazer.
CASACÃO – obviamente vem de casaco; é uma peça mais longa e de tecido mais grosso.
PALETÓ – do Francês paletot, “casaco ou jaqueta de camponês”, do Inglês paltok, de origem desconhecida.
COLETE – usar um desses por baixo do paletó pode ajudar contra o frio. Deriva do Francês collet, “colarinho, gola”, de col, “pescoço”.
CACHECOL – do Francês cache-col, literalmente “esconde o pescoço”, já que essa
é a parte do corpo defendida pela peça.
JAQUETA – do Francês jacquet, “casaco curto com manga longa”. Uma das hipóteses é de que esse nome se teria originado de Jacques, o nome próprio usado para designar o camponês na França.
Outra é de que viria de jaque de maille, originalmente “cota de malha”, do Espanhol jaco, que viria do Árabe shakk, “proteção peitoral”.
MANTA – em algumas partes do país, o cachecol é chamado assim, do Latim mantum,
“manto, cobertura”.
BLUSA – do Francês blouse, de origem desconhecida.
SUÉTER – do Inglês sweater, “o que faz suar”, de to sweat, “suar”. A ideia não é essa, mas quando ele é de tecido muito espesso pode fazer suar mesmo.
PULÔVER – é o mesmo que um suéter, mas esta palavra vem do Inglês pullover, “colocar por cima”, pois é enfiada pela cabeça.
CAMISETA – nada como vestir uma por baixo, quando faz frio. Claro que deriva de “camisa”, que vem do Latim camisia, “roupa de dormir”, de “cama”. Até o século XIX, uma pessoa ser vista “em camisa” era um escândalo.
LUVAS – deriva do Frâncico lofa, “palma da mão”, embora normalmente cubra mais do
que isso.
GORRO – qualquer chapéu, quépi, etc. pode ser usado contra o frio. Mas um gorro de lã adere melhor à cabeça e a deixa mais quentinha. Sua origem é controvertida, havendo quem diga que vem do Basco gorri, “vermelho”.
GABARDINE – é uma espécie de casacão de tecido mais fino e em geral impermeável. Seu uso veio a partir dos casacos usados nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, que os fashionistas atuais chamam de trench-coat, “casaco de trincheira”.
A palavra é do Francês galvardine, “capa de peregrino”, que veio do Germânico wallevart, de wallen, “errar, vagabundear, andar sem destino”, mais fahren, “jornadear, viajar”.
EDREDOM – depois de um dia frio, nada como se abrigar na caminha macia, por baixo
de uma coberta acolchoada destas.
O nome vem do Francês édredon, do Islandês aedar-dun, “plumagem macia de pássaro”.
Inicialmente, eles eram feitos com plumas de certas aves, agora são recheados com fibras de derivados de petróleo mesmo.
LAREIRA – quando uma casa tem lareira e faz frio, nada como um bom tempo gasto olhando o misterioso fogo e tendo, sem o saber, lembranças de quando éramos poucos e vivíamos em cavernas.
A palavra vem do nome dos deuses romanos Lares, que protegiam cada família em sua casa e eram simbolizados pelo fogo aceso em cada domicílio.
Deles também vem nossa abençoada palavra lar.