FONTES DE LUZ [Edição 60]
O único animal que consegue produzir luz com meios artificiais é o Homem, já notaram isso?
Para poder enxergar à noite, ele inventou numerosos métodos e dispositivos, usando materiais diversos. Esta edição se dedicará a informar a origem da denominação de vários deles e seus correlatos.
LUZ – do Latim lux, “luz”, do Indo-Europeu leuk-, “luz, brilho”.
FOGO – é o mais básico dos métodos de produzir luz e calor: aquecendo o suficiente diversos tipos de materiais, eles entram em combustão e ionizam o ar próximo, estimulando os átomos do combustível a emitir fótons, ou seja: luz.
“Fogo” vem do Latim focus, “lareira, local de fazer fogo numa casa”. E, sim, o “foco” das lentes recebeu esse nome a partir daí, pois é o ponto onde convergem os raios luminosos e no qual a temperatura fica mais alta
FÓTON – já que o citamos acima, esta palavra foi criada em 1926. Foi feita a partir do Grego phos-, “luz”, mais on, aqui com o sentido de “unidade”.
FÓSFORO – para acender uma fogueira muitas vezes se usa um destes, cujo nome vem do Grego phosphoros, que se aplicava à Estrela da Manhã (o planeta Vênus em sua aparição matutina).
Literalmente, queria dizer “aquele que traz a luz”, “portador de tocha”, de phos-, “luz”, mais phoros, “portador”, de pherein, “levar”.
ISQUEIRO – é outra maneira de iniciar um fogo. Deriva do Latim esca, “pasto, nutrição”. Os isqueiros antigos dependiam de um material de fácil combustão e bem aerado para iniciar a chama com facilidade, a “isca”.
O sentido de “isca” para pegar peixes ou, metaforicamente, atrair alguém para uma cilada também vem do significado de “alimentar”, “oferecer algo atraente”.
FAÍSCA – basta uma para começar um incêndio, todos sabem. Esta palavra viria do Germânico falawisk, “centelha, faísca”.
CENTELHA – veio do Latim scintilla, “faísca, pequena luz”.
FAGULHA – latina; de facucula, diminutivo de facula, “tocha, archote”.
TOCHA – do Latim torquere, “enrolar, torcer”, já que as tochas antigas eram muita vezes feitas com uma corda enrolada e embebida em cera ou breu.
ARCHOTE – do Espanhol hachote, “tocha”, que viria talvez do Latim fax, “feixe”, pois era possível improvisar uma tocha com um feixe de ramos secos.
LÂMPADA – finalmente vamos deixar de lado essas coisas que a gente só vê em filme e lidar com algo mais moderno, certo?
Errado. Esse nome se aplica a objetos usados para fazer luz, em geral dependentes de óleo, há milênios. A que usamos em nossas casas é apenas um dos tipos, este de funcionamento à eletricidade.
Seu nome vem do Grego lampas, “tocha, raio de luz, meteoro luminoso”, de lampein, “brilhar”.
LAMPIÃO – do Italiano lampione, “lâmpada grande”.
LANTERNA – bem, esta sim é moderna, com as pilhas e tudo… Não?
Não. Esta palavra está em nosso idioma pelo menos desde o século XIII, lá pelos anos mil e duzentos, imaginem só.
Claro que o aparelho era bem diferente, possuindo material transparente ou diáfano disposto ao redor de uma fonte que dava luz por combustão.
Era já lanterna em Latim, vindo do Grego lampter, “tocha”, do nosso já conhecido verbo lampein.
VELA – quando falta energia elétrica, precisamos recorrer a esse artefato de cera com uma mecha.
Seu nome deriva do Latim vigilare, “cuidar, observar, vigiar”. Em outras épocas, isso muitas vezes era feito à luz oscilante de uma vela.
Aliás, obras imortais também nasceram ao seu bruxulear.
BRILHO – veio do Latim brillus, “qualidade daquilo que emite luz ou dá reflexos”, derivado do Grego beryllos, o nome de uma pedra que devolvia intensamente a luz.
FAROL – esta construção que salvou muitas vidas deve seu nome à ilha de Pharos, junto à cidade de Alexandria, no Egito.
Nesta pequena ilha do seu porto se ergueu um prédio muito elevado (120m a 140m, dizem) para abrigar o fogo que orientaria os viajantes até à segurança da terra.
Ele figura entre as sete maravilhas da Antiguidade e até hoje é lembrado nesta palavra.
SEMÁFORO – este dispositivo também salva muitas vidas. E salvaria mais se os motoristas obedecessem a ele.
Vem do Francês sémaphore, composto do Grego sema, “sinal”, mais phoros. Ou seja, é um aparelho para indicar sinais de trânsito.
CANDELABRO – do Latim candelabrum, originalmente “vela”, de candela, “tocha, vela, objeto em ignição para emitir luz”, relacionado a candere, “brilhar”.