Formas Medicamentosas [Edição 50]
Existem diversos modos de fazermos uma substância agir em nosso corpo. Conforme o local a ser atingido, podemos esfregar o medicamento, injetá-lo, engolir… Vamos ver quais as origens das palavras que as nomeiam.
PÍLULA – do Latim pilula, “bolinha”, diminutivo de pila, “bola”. Originalmente elas eram feitas à mão, com as substâncias sendo misturadas na palma e preparadas como se fossem confeitos. Lá pelo século XVII havia uma pílula que não se gastava nunca. Era uma bolinha de antimônio que era ingerida e provocava uma irritação intestinal daquelas. Depois de fazer efeito, era recuperada, lavada e guardada para usar de novo.
COMPRIMIDO – do Latim comprimere, “apertar junto”, formado por com-, “junto”, mais premere, “apertar”. Esta apresentação farmacológica consta da substância ativa mais um outro material aglutinante, geralmente amido, tornados em uma só peça por compressão.
CÁPSULA – vem do Latim capsula, diminutivo de capsa, “caixa”. Aqui um fármaco em pó ou grânulos é contido numa pequena “caixa” oblonga, cujas paredes são feitas de gelatina que se dissolve prontamente nos líquidos do trato digestivo.
ELIXIR – do Latim medieval elixir, “pedra filosofal”, que tanto podia transmutar metais como servir para curar qualquer doença; provavelmente veio do Árabe al-iksir, derivado do Grego xerion, “pó para curar feridas”, de xeros, “seco”.
SOLUÇÃO – do Latim solutio, “afrouxamento, ato de soltar”, de solvere, “afrouxar, soltar, desligar”. É uma mistura de dois líquidos, como o comprimido é uma mistura de dois pós.
CREME – para passar na pele, em princípio sem lipídios na composição. Relaciona-se ao Latim chrisma, “líquido para untar”, do Grego khryein, “untar, ungir”.
Pelo aspecto, o nome creme também se aplicou adiversas apresentações alimentares.
UNGÜENTO – veio do Latim unguentum, “óleo com perfume, essência”, de ungere, “untar, ungir”. Tem um veículo gorduroso, ao contrário do creme.
GEL – é uma palavra que se começou a usar em 1899, como encurtamento de “gelatina”, que por sua vez deriva do Latim gelare, “tornar frio”.
COLÍRIO – do Latim collirium, do Grego kollyron, “pasta aglutinante”, relacionado com kolla, “cola”.
SORO – Latim, serum, “liquido aquoso”, do Indo-Europeu ser-, “fluir, correr”.
INJEÇÃO – que medo, ui! Vem do Latim injicere, “lançar em”, formada por in-, “em”, mais jacere, “lançar”. É bem o que a injeção faz: lança uma certa quantidade de líquido no corpo a ser tratado. Pode ser doída, mas muitas vezes é o único jeito de se obter certos resultados.