INSTRUMENTOS DE CORDA
Desde muito cedo os seres humanos perceberam que uma corda esticada, quando puxada e solta, produzia um som. A partir daí começaram a fazer instrumentos que podiam conter diversas cordas, podendo ser elas pulsadas, tangidas com uma peça feita para isso, friccionadas por um arco ou mesmo marteladas.
Hoje vamos ver a origem dos nomes de alguns desses instrumentos.
VIOLA – designa um instrumento que lembra o violino, mas tem diferenças no formato e no número de cordas. Usa-se também familiarmente para se referir a um violão.
Seu nome vem do Espanhol vihuela, do antigo Provençal viol, o nome do instrumento, que veio provavelmente do Latim vitula, possivelmente relacionado ao verbo vitulari, “exultar, regozijar-se”. Talvez tenha relação com a deusa romana da alegria, Vitula.
VIOLÃO – do Italiano violone, um aumentativo de viola.
VIOLINO – do Italiano violino, agora um diminutivo de viola.
VIOLONCELO – os italianos acrescentaram o sufixo diminutivo –cello a uma palavra que já era um aumentativo, violone, para nomear o instrumento que também é conhecido como cello.
GUITARRA – é um sinônimo de violão. Veio do Espanhol guitarra, do Árabe qitar, do Grego kithara, “cítara”, um instrumento de cordas, derivado do Persa sitar, literalmente “três cordas”, de si-, “três”, mais tar, “corda”.
Antes ainda de sitar temos duas palavras do Indo-Europeu que originaram guitarra: guit-, “canção”, mais tar-, “corda”.
Atualmente, quando se diz guitarra, entende-se que se está falando numa guitarra elétrica. Mas o nome original naturalmente se referia ao instrumento em sua versão acústica, que precede a eletricidade por muitos séculos.
ALAÚDE – este antigo instrumento de cordas apresentou um ressurgimento desde o começo do século XX. Atualmente ele é tocado, mas não se fabrica industrialmente, o que o torna muito caro. Seu nome vem do Espanhol laúd, do Provençal laut, do Árabe al ud, literalmente “o tronco, a madeira”.
CONTRABAIXO, BAIXO – a segunda forma é uma redução da primeira, para quem tem preguiça de falar.
Vem do Latim bassus, “curto, baixo, atarracado”, referindo-se à sua capacidade de emitir sons graves (baixos) e ao seu aspecto volumoso.
BANJO – aparentemente este nome teve influência de duas origens. Uma seria o Inglês bandore, do Espanhol banduria, o nome de um instrumento de corda semelhante ao alaúde, do Grego pandoura, instrumento de três cordas. E a outra seria o Quimbundo mbanza, que designa um instrumento mais próximo ao banjo propriamente dito.
BANDOLIM – do Italiano mandolino, diminutivo de mandola ou mandora, que também veio do pandoura que citamos logo acima.
CAVAQUINHO – de cavaco, “lasca de madeira”, pelas suas pequenas dimensões.
UKULELE – este instrumento característico da música havaiana foi transformado lá a partir do cavaquinho, levado por imigrantes portugueses. Há alguma controvérsia, mas parece que essa palavra quer dizer “pulga saltitante”. E teria sido escolhida devido aos movimentos rápidos feitos durante a execução da música.
Segundo outros, ele viria do apelido de um oficial inglês muito vivaz que estava a serviço do rei Kalakaua na época (ao redor dos anos 1880). Este rei foi um patrono das artes e responsável pela difusão da música com este instrumento.
BERIMBAU – seu nome se originou do Quimbundo mbirimbau.
LIRA – deriva do Grego lyra, de origem desconhecida.
HARPA – essa palavra vem do Germânico harpon, o nome dado ao instrumento de muitas cordas.
CRAVO – do Francês clavier, “o que leva as chaves”, do Latim clavis, “tecla, chave”, já que é um instrumento com teclado.
PIANO – vem do Italiano pianoforte, encurtamento de gravicembalo/clavicembalo col piano e forte, “cravo com (intensidade) suave e forte”, nome dado em torno de 1710 pelo inventor B. Cristofori, a partir da alteração que os martelos com feltro trouxeram ao som metálico do cravo.
O piano responde com precisão à intensidade exercida sobre a tecla, permitindo assim extrair notas suaves ou de maior ressonância.