Étimo
Étimo da palavra caducidade.
Obrigado.
Resposta:
Do Latim CADUCUS, de CADERE, “cair, declinar, perecer”.
Étimo da palavra caducidade.
Obrigado.
Do Latim CADUCUS, de CADERE, “cair, declinar, perecer”.
Ihhhsqueci…
Depois volto para perguntar o resto, se me permitem. Lembro é que gosto de trepadeiras que, assim como certas árvores, deixam cair seus galhos com flores para baixo e por isso são chamadas de…trepadeiras. Melhor: caducam! Aquela frase famosa ( non duco ducor) tem a ver com caducar – o verbo? Sim, pq elas se dirigem sozinhas, caindo até nós e mostrando beleza gratuita. Poetizei agora. O caduco não é assim, será que estou com sono, já? Nada a ver?
NON DUCO DUCOR significa “Não sou guiado, guio”. Usa o verbo DUCERE, “levar, conduzir, guiar”.
Já caduco vem de CADERE, “cair”, que expressa tanto os galhos cadentes de certas plantas como as folhas que caem e deixam árvores tão românticas no outono.
Já como pejorativo, se refere à pessoa de quem caíram as capacidades mentais.
Ahah! Pois sim que não existe! Piriguete é da hora, de onde derivam outras liberalidades.Eu queria mandar por email para minha irmã uma ideia do visual da Pirigata que deixou meu Gatto magrinho de paixão. Então escrevi no Google/imagens a palavra PIRIGATA. Tente! Veio uma gatinha preta, entre outras, cauda meio no formato @ . O que é isso, companheiro? A fila anda. O que antes era novo hoje é antigo, já dizia o poeta Belchior.Parece que a rapidez em tudo, o modo despudorado como se espalham notícias e imagens fortes , viver dois séculos em um, tudo isso faz a linguagem vulgar seguir rápido para um cantinho só seu no dicionário. Tudo caduca logo. Falar nisso, CADUCA é a planta que CAI crescendo, ou seja, se apóia para ir subindo mas não tem gavinhas. Será uma pessoa caduca comparada com essa necessidade de se amparar? O que vem primeiro denominado assim, o velhinho de tres pernas ou a plantinha que quer luz? Espantoso como usamos as palavras, não? Longe, bem longe da Matemática…
Aí é que está. Não é tudo na linguagem que perece; tenho uma tese de que as palavras são testadas pelo uso. Se não tiverem uma força e expressividade próprias, acabam se desfazendo em poeira e ficando para trás. Nem dá tempo para elas ingressarem nas fontes que a gente usa.
“Caduca” é a planta que cai ou perde as folhas depois de completado o crescimento ou que as perde sazonalmente; vem do Latim CADERE, “cair”. A metáfora é boa para fazer a comparação com a fase em que uma pessoa perdeu a força, o vigor, a capacidade antiga.
As palavras nos permitem coisas fantásticas. É por isso que a gente aqui tanto as quer bem e respeita.
Naquele dia eu estava com uma vontade irresistível de mexer com meu avô, só para o ver resmungar daquele seu jeito carinhoso.
Perguntei qual era a origem da palavra velho, fazendo uma fingida cara de pena.
– E o que é que há por trás dessa pergunta, seu novo? Alguma referência aos meus anos acumulados?
– Imagina se eu ia fazer algo assim, Vô!
– Claro que imagino, por isso perguntei.
Mas, concedendo que você esteja realmente querendo saber essa origem e com a esperança de que algum dia se instale nesse crânio oco o desejo pelo conhecimento, vou ensinar que tal palavra vem do Latim vetus, “velho, idoso”, literalmente “do ano anterior”, de uma fonte Indo-Europeia wetos-, “anoso” isto é, “com anos, entrado em idade”.
Os espanhóis usam añejo (atenção, esse “Ñ” soa como o nosso “NH”) para designar suas bebidas guardadas há tempo.
O Grego nos deu, a partir desse wetos-, o nome de um vento específico do Mediterrâneo, o etésio, que quer dizer “anual, o que se repete a cada ano”.
– E o senhor se repete a cada ano, né, Vô?…
– Para sorte sua e do resto da família. Ainda hei de incomodar, digo, cuidar de todos por muito tempo, de modo que pare de pensar certas coisas.
Sou um veterano, de veteranus, o termo militar para soldados… hum… especialmente experientes.
Desta fonte também saiu inveterado, “arraigado, estabelecido há muito tempo”. Sou um arraigado defensor da cultura, como você bem sabe.
– E o senhor é um inveterado apreciador de Etimologia, desconfio.
– Parabéns. Você é mais esperto do que parece. E vou tentar que fique mais ainda contando-lhe que a vitela, aquela carne muito macia que de vez em quando a gente come, é um derivado de vitulus, que quer dizer “animal do último ano, muito jovem”.
– Tudo isso derivou só de uma palavra?
– Pois é, e há muito mais dentro da área com outras origens. Por exemplo, ancião – e não me olhe desse jeito, rapaz! – vem do Latim anteanus, de ante, “à frente”. Em vez de debochar de mim, respeite o fato de eu ter aberto o caminho para as gerações seguintes.
– Matando dinossauros, Vô?
– Viu só? Não restou um vivo para comer vocês. Às vezes me pergunto se isso não foi uma besteira.
Mas vá, já está feito e vou aproveitar para dizer que de ante também vieram antigo, antiquado, antiguidade.
E que arcaico vem do Grego arkhé, “antes, o que vem no começo” e, por extensão, “quem comanda, o que vem à frente dos outros na hierarquia”.
E que, por estranho que pareça, arquivo vem daí também; em Atenas, havia o arkheion, “escritório público”, um prédio onde viviam os principais magistrados e onde eram guardados os registros, as anotações legais, enfim, os arquivos da história da cidade.
– Guardavam os arqueólogos também?
– Não, mas essa palavra vem de arkhe mais logos, “tratado, estudo”. E não me venha dizer que eu preciso me tratar com um arqueólogo em vez de um médico!
– Eu não disse nada, Vô.
– Mas pensou. Comporte-se ou não lhe ensino que caduco, coisa que eu não sou, vem do Latim cadere, “cair”. As árvores cujas folhas caem anualmente são chamadas caducas ou caducifólias.
O máximo que podem dizer de mim é que sou encanecido ou canoso, “de cãs ou cabelos brancos”. Veio do Latim canus, “claro, branco”, em referência principalmente a cabelos. E creio que a maioria das minhas cãs veio por causa de um certo neto.
– E os caninos, Vô, algo a ver com o senhor?
– Não, gracioso, o nome deles vem do Latim canis, “cão”; é outra coisa.
– Hum. E decrépito?
– É do Latim decrepitus, “muito velho, doente, sem saúde”, formado por de-, aqui com o sentido de “para baixo”, mais crepitus, particípio passado de crepare, “romper, quebrar”.
– Ahá! Daí então os crepes que a gente come ali na esquina e que se rompem dentro da boca… Eu sou um gênio!
– Você é apenas um bobo, se acredita que Etimologia é simples assim. Essa palavra vem do Francês crêpe, “ondulado, crespo”, do Latim crispus, de crispare, “encrespar, ondular”.
– Tá bom, Vô, não vou mais confundir crepare com crispare, prometo.
– E não se esqueça de que sou um macróbio, do Grego makrobios, “pessoa de vida longa”. Portanto, faça tudo o que eu mando ou eu virei puxar os seus pés no sono depois que eu morrer.