Palavra coral

etimologia de uma palavra

Palavras: coral

Qual é a etimologia da palavra coral ?

Resposta:

Com o significado de “animal colonial que vive no mar e forma recifes”,  vem do Latim corallium, do Grego korallion, “avermelhado, da cor do coral”, do Hebraico goral, “seixo pequeno”, originalmente referindo-se apenas a um tipo de pedra avermelhada encontrada no Mediterrâneo.

Como “conjunto de pessoas que cantam”, é do Latim choralis, “coro”, do Grego khorós, “coro de canto ou dança”.

OFÍDIOS ASSUSTAM X-8

  

O incomparável detetive das palavras, X-8, está esperando o grupo de clientes que marcou hora esta noite.

Dá para notar que ele está nervoso, agitado, um suor frio porejando da testa. Bem, na verdade não dá para notar que ele está agitado porque sua capa é tão grande que oculta de todo o seu corpo. Tampouco se vê o suor porque ele usa o chapéu desabado sobre a testa, com o fito de parecer mais misterioso. Está certo, só sabe do estado dele quem escreve estas linhas e seus queridos leitores.

Epa, agora ele pulou em sua cadeira. É que ouviu um som sibilante e rastejante se aproximando da porta de seu escritório.

Ela se abre e não se enxerga ninguém do outro lado. Erguendo-se um pouco em sua cadeira por trás da escrivaninha, ele confirma o que esperava: não há ninguém em pé ali. Isso porque há um conjunto de palavras que deslizam rente ao chão e se espalham para se acomodarem nos bancos da sala.

Ele resmunga entre dentes contra si mesmo, por ter aceito esse grupo para explicar sua origem. Mas sabe que não teria resistido ao bom dinheiro que elas pagaram adiantadamente.

Trata-se aqui de palavras relacionadas ao significado de ofídio.

X-8 fala rapidamente, para se livrar dessas presenças que lhe despertam um medo primordial:

– Sejam todas bem-vindas; vamos começar de imediato porque fui chamado por uma questão de segurança nacional e preciso tomar o avião que a Força Aérea mandou para me buscar em pouco tempo. Não, não procurem nada nos jornais sobre o assunto amanhã, isso vai muito além do que a imprensa mundial pode pensar em publicar.

De qualquer forma, saibam minha prezadas clientes que representam, em numerosas mitologias, qualidades positivas tais como sabedoria, vigilância, fertilidade e renascimento.

As palavras ficaram visivelmente satisfeitas. Já mais tranquilo, o detetive continuou:

– Começaremos por ofídio: você deriva do Grego ophis, “cobra, serpente”, mais o sufixo diminutivo  –idion.

E seguiremos por serpente, ali ao lado: sua origem é o Latim serpens, particípio presente de serpere, “rastejar”, do Sânscrito sarpati, “ele rasteja”. Esta palavra originou o Grego herpein, “rastejar”, que é usado na designação de uma doença viral, o herpes-zóster, assim chamada porque apresenta lesões de pele que se espalham como se rastejassem em determinado trajeto do paciente.

Todas aqui representam animais que se enquadram na classe dos répteis, palavra que vem do Latim reptilis, “o que desliza ou rasteja”, de repere, “rastejar”, provavelmente aparentada com serpere.

Ao falar nessa classe, em geral o primeiro nome que vem à mente de todos é cobra; esta vem do Latim colubra, “cobra, serpente”. Na Idade Média, um canhão de pequeno tamanho foi chamado de colubrina, aparentemente por ser mais fino em relação à largura que os outros.

A gente vê um erro comum em traduções de filmes americanos: a naja, de cuja origem falaremos em seguida, é por eles chamada de cobra. Isso porque eles usaram o nome português de “cobra-capelo” ou “cobra de capelo” por causa das dilatações que ela tem logo abaixo da cabeça e que lembrava um capelo, ou seja, um capuz. Então, para eles, cobra é especificamente o que chamamos de naja; para nós, é um nome genérico.

E víbora é do Latim viper, “cobra”, uma alteração de vivipera, “vivípara”, ou seja, “a que dá à luz filhos vivos, fora do ovo”. Mas nem todas fazem assim, muitas dão à luz seus lindos filhotinhos com a intermediação de ovos.

Um adjetivo derivado dela é viperino, usado para se referir a uma pessoa que apresenta qualidades especiais para falar mal dos outros.

Bem, até aqui citamos as palavras que têm significados mais abrangentes. Falaremos agora em nomes mais específicos que designam as clientes que hoje nos honram com sua presença.

Por exemplo, naja, que vem do Hindustani naga, “serpente”.

Ao lado dela, vemos cascavel. Ela vem do Provençal cascavel, do Latim cascabus, variante popular de caccabus, que designava o envoltório de certas sementes (ainda hoje em nosso idioma, sob a forma “cascabulho”, relacionado a “casca”). Seu significado inicial é o de “guiso, chocalho” e se aplicou a esse ofídio devido às excrescências ósseas da extremidade da cauda, que amavelmente fazem um ruído para avisar e afugentar os inimigos. Em Inglês ela é chamada de rattlesnake, “cobra de chocalho”.

A palavra sacudiu seus guizos, o que assustou o detetive. Como estas clientes não se destacavam pela expressividade facial, ele não sabia se era uma manifestação bem-humorada ou o contrário.

Ele prosseguiu, rápido:

– Quase caindo do banco de tão grande, lá no fundo, vemos jiboia, do Tupi yi’mboia. Outro nome dela é boa, que nada tem a ver com o feminino de “bom”. Esta vem do Latim boa, “cobra d’agua”. Existe uma peça de vestuário feminino que é o boá, palavra francesa que veio exatamente desta latina. Um boá lembra, pela forma, uma grande serpente de plumas enrolada no pescoço de uma pessoa.

E ao seu lado está sucuri, do Tupi su’kuri, “a que morde rápido”.

Ali vemos outro nome que se presta a confusão nos filmes: anaconda. Ela na verdade é um sinônimo de jiboia, derivado do Singalês henakandaya, “espécie de cobra”.

Já píton vem do Grego python, o nome usado por um grande dragão que guardava a fenda do solo por onde brotavam vapores que permitiam adivinhar o futuro. Ela foi morta por Apolo.

Vejo que todas ficaram curiosas com essa história do dragão. O que ocorre é que, em épocas antigas se usava o nome de “dragão” também para serpentes.

Olhando-nos fixamente se encontra, aqui no canto, jararaca, do Tupi ya’raraka, “cobra venenosa”.

E sentada ao seu lado está a cruzeira, assim chamada por ostentar lindas cruzes (na verdade, mais lembram a letra “X”) em sua pele.

E, para terminar, cito a coral, do Latim corallium, do Grego korallion, “avermelhado, da cor do coral”, do Hebraico goral, “seixo pequeno”, originalmente referindo-se apenas a um tipo de pedra avermelhada encontrada no Mediterrâneo.

Senhoras clientes, tendo esgotado as origens de cada uma das presentes, ofereço minhas despedidas e informo que podem sair sem temor; mesmo neste nosso bairro é pouco provável que alguém se meta com um grupo tão distinto.

Gostaria de prolongar nosso papo tão agradável, mas sabem como é; quando o dever chama, um detetive etimológico tem que atender.

As clientes saíram coleando.

Assim que a porta se fechou, X-8 tirou o chapéu e começou a se abanar, prometendo a si mesmo selecionar mais os grupos que recebia.

 

Resposta:

Etimologia da palavra “CORAL”

Palavras: coral

Por favor, a etimologia da palavra “CORAL”…
Meu antigo grupo de coral que havia sido desfeito voltou e necessita de um nome. Caracterizando esse “renascimento”, nada melhor que voltar às origens.

Resposta:

Coral quer dizer “relativo a coro”. Veja a origem desta em nossa Lista de Palavras.

E desejamos sucesso em sua arte.

Pedras Preciosas

 

Desde sempre, a humanidade se fascinou por metais brilhantes e pedras preciosas. Há quem diga que nosso olhar tem uma predileção pela luz polarizada que esses materiais emitem ao refletir a luz ambiente. Outros dizem que é simplesmente porque eles representam muito valor em pouco volume. Seja como for, são objetos bonitos.

Estes adornos são muitas vezes ligados ao pensamento mágico segundo o qual eles servem como proteção contra maus espíritos ou fatos desagradáveis. Ou, por outro lado, poderiam atrair situações indesejáveis. Esta parte se verificou muitas vezes, quando a cobiça acabou trazendo más conseqüências para pessoas que desatendiam à lei para seguir seus desejos de enriquecimento rápido.

Primitivamente se pensava que os demônios podiam entrar no corpo através de um dos seus orifícios naturais. Isto originou o hábito, em certas culturas, de colocar uma argola no nariz e de proteger boca e olhos através de desenhos na pele.

Veremos agora a origem de alguns nomes de materiais preciosos e algumas superstições associadas.

Acreditem nas informações etimológicas. Por favor, não acreditem nas superstições, que colocamos como pura curiosidade.

Após todo o progresso da Ciência, é um pouco assustador ver que atualmente há quem atribua ainda poderes sobrenaturais a pedras e cristais.

ÂMBAR – vem do Árabe ‘anbar. Em Grego esta resina de árvores endurecida e polida pelos séculos era chamada elektron, de elektor, “brilho do sol”. Segundo eles, o âmbar era o resultado da solidificação da luz do sol ao bater no mar. Para variar, esta hipótese é muito mais poética do que a nossa explicação atual.

Acreditava-se que usar âmbar protegia contra doenças em geral e feitiçarias.

MADREPÉROLA – é a substância que reveste o interior de certas conchas. A luz sofre difração nela e se reflete decomposta nas cores do arco-íris, o que lhe confere rara beleza.

O nome vem da expressão “Mãe da Pérola”. O material pode ser chamado também de nácar em Português, nacre, em Inglês, naccaro em Italiano. Essas palavras todas vêm do Sânscrito nakhara, “unha”.

CORAL – em Grego era korállion, passando depois ao Latim como corallum. Até o século dezessete, o nome coral era aplicado apenas à sua variedade vermelha. Daí o nome da cor aplicada a um tipo de cor vermelha, embora existam corais de diversas cores.

Era usado para proteger as crianças contra bruxarias, pois eles evitavam a entrada de demônios nos corpos dos pequenos. Receber um presente em coral trazia boa sorte.

PÉROLA – A origem do nome é discutida. Ao passo que alguns dizem que deriva do Latim pirula, “pequena pera”, devido ao seu formato mais comum, há outros que afirmam que vem também do Latim, mas da palavra perna, “molusco”, cujo diminutivo é pernulla.

Seja como for, a pérola é formada pela deposição de material nacarado sobre uma partícula que tenha penetrado no interior da determinadas conchas, como defesa.

Em certa época se dizia que esta gema estava associada a lágrimas, doença e morte. Considerando o apreço em que ela sempre foi tida, parece que esta história não colou.

ÔNIX – é uma variedade de ágata estriada. Seu nome vem do Grego ónyx, “unha”, a partir de um tipo róseo muito apreciado.

Falava-se que a preferência por esta pedra revelava uma natureza mutável e inconstante como a variedade dos seus desenhos.

CALCEDÔNIA – é uma pedra preciosa composta de quartzo. A palavra deriva do Grego karkhedónios, “natural de Cartago”, pois era um mineral extraído naquela região.

OPALA – do Latim opalus, derivado do Sânscrito upala, “pedra, jóia”.

É uma variedade de quartzo da qual se dizia que servia como porta para o mundo dos espíritos.

ÁGATA – é um tipo de calcedônia com cores dispostas em anéis concêntricos que deve seu nome a um rio da Sicília chamado Akhates em Grego.

Dela se dizia que podia mudar de cor conforme a pessoa portadora estivesse ansiosa ou aborrecida. Era associada aos viajantes incansáveis.

ESMERALDA – é um composto verde de berílio, alumínio e silício. Seu nome em Grego era smaragdus, derivado do Sânscrito marakta.

Tradicionalmente, é a gema da clarividência, da profecia. Se um rapaz comprar uma pedra destas para a sua namorada sem que esteja com dinheiro sobrando, pode-se profetizar que em breve ele estará em dificuldades financeiras.

JACINTO – vem do Grego Hyákinthos, pelo Latim Hyacinthus.

Este era um belo jovem por quem o deus grego Apolo tinha uma amizade muito especial. Um dia em que eles se divertiam nos campos, o deus estava arremessando o disco; o vento Zéfiro, que passava por ali e também estava interessado no rapaz, teve um acesso de ciúmes e desviou o pesado disco de metal, matando o jovem.

Do sangue que pingou sobre a terra surgiu uma flor, a que Apolo colocou o nome do amigo. Um bonito mineral de cores variadas, um tipo de zircão, também recebeu esse nome.

ZIRCÔNIA – vem de zircão, que vem do Árabe zarqûn, do Persa zargun, “dourado, alaranjado”, de zar, “ouro”.

JASPE – do Árabe yashp, que vem do Grego iáspis, “pedra preciosa verde”. É também uma variedade de calcedônia.

Era associado ao corpo e ao amor terreno. Atrairia amantes apaixonados.

SAFIRA – em Grego era sappheiros, em Hebraico sappir. Sua origem está no Sânscrito sanipriya, “caro ao planeta Saturno”, pois era um mineral dedicado a ele. É uma variedade de coríndon.

Ajudaria a dissipar a confusão e as dúvidas.

CORÍNDON – é uma pedra preciosa composta por um óxido de alumínio. Seu nome vem do Sânscrito kuruvinda, “rubi”.

JADE – sua origem mais próxima é o Francês ejade. De l’ejade se fez le jade.

Este idioma tomou a palavra da expressão espanhola piedra de ijada. Isto queria dizer “pedra do flanco, pedra de cólicas” (do Latim ilia, “flanco”).

Supunha-se que esta pedra, colocada sobre os flancos, aliviasse as dores das cólicas.

O jade é um nome dado a dois minerais, a jadeíta e a nefrita. O nome do último vem do Grego nephrós, “rim”, pois os poderes curativos da pedra se estenderiam também a esse órgão.

TOPÁZIO – vem do Sânscrito tapas, “calor”.

Talvez por isso, tinha a fama de garantir relações muito próximas e afetuosas.

AMETISTA – deriva do Grego amethystós. Por sua vez, esta palavra é formada por a-, partícula negativa, mais methystós, “bêbado”. E esta última vem do verbo methyskein, “intoxicar”, oriunda de methys, “vinho”.

Dizia-se que usar uma ametista evitaria a embriaguez, por muito que a pessoa bebesse. Apesar das muitas experiências sem resultado feitas pelos bebedores, a crença durou muitos séculos.

DIAMANTE – este sonho de muitas moças vem do Grego diamas, alteração de adamas, formado por a-, partícula negativa, com damaein, “domar”. Como o diamante é uma pedra que não pode ser cortada por nenhuma outra, os gregos diziam que ele era “indomável”.

No século quatorze, na França, acreditava-se que um diamante aplicado à testa de uma pessoa que sofresse das faculdades mentais a curaria. Ah, se fosse fácil assim…

Outro uso do diamante nessa época era para revelar a infidelidade de uma esposa. Um diamante colocado sob o travesseiro dela faria esse efeito.

Segundo o folclore, o processo não adiantava para os maridos.

Uma noção mais duradoura é de que o
diamante é a pedra dos laços firmes e longos.

RUBI – do Latim ruber, “vermelho”. O nome da gema era lapis rubinus, “pedra vermelha”.

Dizia-se que quem portava uma jóia destas passaria a ser uma pessoa profundamente enamorada.

Parentes próximos desta palavra são rubrica, rubéola, rubicundo.

BERILO – o nome desta variedade de esmeralda vem do Grego beryllos, ligado ao Latim brillare, “brilhar”.

Brilhante é um tipo de lapidação de pedra preciosa, com 58 facetas.

LAPIDAR – vem do Latim lapis, “pedra”. Tem mais de um significado. Um deles é “atirar pedras”. Era um castigo aplicado em épocas bíblicas.

Outro é “desbastar uma pedra preciosa até deixá-la com determinado número de facetas”, para aproveitar melhor as qualidades da pedra, alterando a luz incidente e assim ficando mais bela.

PRATA – do Latim plata, “achatada, plana”, pela facilidade de trabalhar e ser transformada numa superfície.

O adjetivo referente à prata, no entanto, é argentina ou argêntea. Tal palavra vem do Grego argós, “branco, brilhante, veloz”, de uma raiz Indo-Européia arg-, “brancura, brilho, alvura”.

A prata era associada, na Alquimia, à deusa Diana e à lua.

Quando Felipe da Macedônia fez uma consulta ao oráculo de Delfos, a resposta foi: “Com armas de prata conquistarás o mundo”. Como ele era muito inteligente, entendeu logo a mensagem. Pouco depois colocou em cerco uma cidade murada que seus auxiliares disseram ser inexpugnável e disse, calmamente: “Vocês verão como uma mula carregada com prata encontrará caminho facilmente”.

Com o mesmo significado se usava a expressão “Usar lanças de prata”.

PLATINA – é um elemento precioso cujo nome vem do Espanhol platina, diminutivo de prata.

OURO – vem do Latim aurum, derivado de uma raiz Indo-Européia auso-. Em Grego era khrysós. Daí São João Crisóstomo, que era tão convincente ao argumentar que recebeu este apelido de “boca de ouro” (stoma, “boca”).

Era o elemento associado ao sol, na Alquimia.

Os alquimistas tentaram vários métodos para transmutar outros elementos em ouro; mas há quem diga que o desejo de transmutação de material bruto em precioso, no início, se referia à elevação mental e espiritual.

QUILATE – esta medida de peso para pedras preciosas tem seu nome derivado do Árabe qirât, de qaura, “feijão”. E esta palavra passou para o Árabe do Grego keration, gerada por kéros, “chifre”.

Este nome foi dado porque eram usadas como unidade de peso as sementes de uma árvore mediterrânea, a Ceratonia siliqua, bastante semelhantes em peso entre si.

Resposta:

Origem Da Palavra