Cores
Essas diferentes freqüências de energia eletromagnética que são registradas pelos receptores de nossas retinas se chamam cores. Embora nem todos as distingam igualmente, fazem parte do equipamento básico de um grande número de seres vivos.
E, como tudo, tiveram que receber nomes para distingui-las. Pois vejamos de onde eles vieram em nosso idioma.
AMARELO – do Baixo-Latim hispânico amarellus, diminutivo do Latim amarus, “amargo”. E o que é que uma cor tem a ver com um sabor, além da rima? É que o amarelo-dourado é a cor da bile antes de se oxidar e ficar esverdeada. E o seu gosto é muito amargo.
Que foi uma idéia estranha para escolher o nome, foi.
COR-DE-LARANJA – não é preciso explicar muito, né? Há quem a chame também de salmão, devido à cor desse peixe em determinado estágio de sua evolução.
O fato é que muitas cores acabam sendo nomeadas por comparação com as que predominam em certos objetos naturais. O nome laranja vem do Sânscrito narang, o nome da fruta.
VERMELHO – do Latim vermis, “verme, pequeno animal”. Parece outra relação estranha, mas tem uma explicação boa: houve época em que se fazia a extração de pigmento dessa cor de moluscos ou de cochonilhas. Agora, com os avanços da Química, esses pobres bichos foram deixados em paz.
ROXO – também chamado de violeta, obviamente por comparação com as pétalas dessa linda flor. O nome dela em Latim era viola, daí a palavra atual. E roxo é do Latim russeus, “vermelho-escuro”.
Frederico Barba-Roxa era assim chamado porque tinha uma barba avermelhada, não roxa.
AZUL – vem do Persa lazward, “azul, lápis-lázuli (a pedra)”.
VERDE – do Latim viridis, “verde”, possivelmente derivado de uma palavra significando “planta que cresce”, já que elas têm esses hábitos.
Até aqui, lidamos com as cores que são vistas facilmente num arco-íris completo. Mas há muitas outras, das quais citaremos algumas:
MARROM – do Francês marron, “castanha”, de um radical pré-romano marr-, “pedra, rocha”, por certo devido ao aspecto duro do fruto.
CINZA – do Latim cinis, “material sobrado de um processo de combustão, cinza”. Hoje é raro o uso do sinônimo gris, derivado do Francês gris, que veio do Frâncico gris, “cinzento”.
BRANCO – do Frâncico blank, “claro, branco, brilhante”. Substituiu o Latim albus, de mesmo significado, que nos deixou palavras como alvo e alvacento.
PRETO – do Latim pressus, “apertado, denso, comprimido”, de premere, “apertar, espremer”. A noção é a de que se trata de uma cor (?) onde existe muito pigmento.
Pode-se também dizer negro, do Latim niger, “negro”. E não se esqueça: o superlativo desta palavra é nigérrimo, não negríssimo.
MAGENTA – este vermelho profundo recebeu o nome de uma cidade italiana. Em Magenta, em 1859, os austríacos foram batidos pela França e Sardenha; o pigmento anilínico dessa cor foi descoberto no ano seguinte. Talvez tenha havido alguma alusão ao sangue derramado no combate.
Esta cor também pode ser dita carmim, do Árabe kermes, um pequeno inseto que também teve o azar de produzir corante.
PÚRPURA – do Latim purpura, molusco do qual se extraía esse corante vermelho puxando para o roxo, chamado em Grego porphyros. Esse pigmento era tão caro que se reservava inicialmente apenas às vestes imperiais e depois a algumas eclesiásticas.
OCRE – este amarelo com tons de marrom vem do Grego okhros, “amarelo-pálido”.
FÚCSIA – é um cor-de-rosa intenso, meio purpúreo, que existe nas flores da planta do mesmo nome. Foi dado em homenagem a Leonard Fuchs, botânico sueco do século XVI.
COR-DE-ROSA – já que acabamos de citar… Deriva do Latim rosa, do Grego rhodon, “rosa”.