Puxa, com essa calorosa “boas-vindas”, a única alternativa é aproveitar-me de seu conhecimento.
Pois bem, na próxima semana vou ter audiência com o Prefeito da minha cidade… asuntos básicos, sabe como é!!!… Vou preparar-me bem! Quero saber o que significa “audiência”, para não dar nenhum fora!!! rs… Ah! Também o que significa “prefeito”…
Até mais.
Resposta:
Sandra:
O que eu tenho de conhecimento é para ser repartido. Use-o!
Já que você está muito importante e vai falar com o Prefeito, pode até contar para ele que a origem dessa palavra é o Latim PRAEFECTUS, “supervisor público, diretor”, que é o particípio passado de PRAEFICERE, “colocar à frente de , investir de autoridade”. E este verbo se compõe de PRAE-, “à frente de”, mais a raiz do verbo FACERE, “fazer, realizar”.
Sua “audiência” com ele vem do Latim AUDIENTIA (mais uma vez o “T” soa “C”), “um ouvir, uma escuta”. Esta palavra vem de AUDIENTUM, particípio passado de AUDIRE, “ouvir”, que vem do Indo-Europeu AWIS-, “captar, perceber fisicamente”. No sentido de “recepção, escuta formal de autoridades” é usado desde pelo menos 1377.
A pergunta aí em baixo é minha, tá?
Resposta:
Patrícia:
Nem precisava dizer. Quem mais é capaz de tratar tão bem uma esfroçada traça gigante?
Eu estava pensando: quando vamos a uma aula, o professor sempre se apresenta falando-nos pelo menos de onde é. O senhor está fugindo à regra, hein!!
O senhor não me desejou boas vindas quando vim pela primera vez!! A “Sandra” foi minha convidada a participar das nossas maluquices, viu?
Qual a origem do nome “Tânia”, “Viviane” e “Fábio”. Muchas Gracias! Sua escrava!
Resposta:
Patrícia:
Você está terminantemente proibida de me chamar por esses epítetos carinhosos, que a conta do atendimento médico para os meus desmaios já está muto alta. Tenha dó de uma pobre traça!
Ué, eu não sou um professor dando aula, sou um médico atendendo as dores das dúvidas num consultório. Basta ver o nome da seção. Você pergunta de onde é o profissional quando consulta?
Realmente, cometi uma terrível descortesia ao não recebê-la condignamente da primeira consulta. Perdoe-me, Princesa! O escravo sou eu! (Nós traças podemos ser muito jeitosas também.). E agradeço ter-me indicado para Sandra.
Quanto a “Tânia”, esse nome é um hipocorístico (encurtamento, apelido familiar e carinhoso) de Tatiana. E este nome é o feminino de TATIANUS (esse segundo “T” soava “C”), que era o patronímico de TATIUS, “Tácio”. E este nome talvez venha da linguagem infantil “Ta-ta”, “pai”.
Um patronímico é um nome feito a partir do nome do pai, como como Johnson, “filho de John”.
“Viviane” é o feminino de VIVIANUS, patronímico de VIVIUS, que deriva de VIVUS, “vivo”. É possível que se trate de um nome referente à vida sobrenatural.
Como existia em Roma o adágio VIVERE EST BIBERE, “viver é beber” (coisa de gambá mesmo), houve quem desse ao filho o nome de BIBIANUS.
“Fábio” vem do Latim FABIUS, nome provavelmente derivado de FABA, “fava”, vegetal de enorme importância na alimentação da época.
Professor, boa tarde!
Fiquei feliz pela indicação que me deram sobre este “banco de dados interativo” e enriquecedor, disponível na internet. Considerei de grande valia para quem procura as razões disso e daquilo… é mais do que mera curiosidade.
Estou cercada por muitas pessoas no trabalho e a maioria do grupo recebe o cargo importantíssimo de “secretária”. Portanto, como terei o dia 30/09 para comemorar o seu dia, gostaria de saber de onde surgiu tal designação.
Antecipadamente, agradeço sua valiosa colaboração.
Resposta:
Sandra:
Seja bem-vinda. Espero que, além de receber informações, você se divirta com as maluquices que apresentamos em nossas Seções.
E “secretária” realmente é um cargo importantíssimo.
A palavra vem do Latim SECRETARIUM, “notário, confidente, amanuense”.
Lá pelos anos 1300, passou a designar “pessoa a quem se confiam segredos”.
Desde 1400, adquiriu o sentido de “pessoa que mantém registros, escreve cartas e lida com correspondência em geral”.
Pouco antes de 1600, passou a ser um título equivalente ao de “Ministro” em alguns países, como acontece atualmente nos Estados Unidos.
Como palavra em si, vem de “segredo”, SECRETUS em Latim, pertencente ao verbo SECERNERE, “separar”, formado por SE-, fora, sem”, mais CERNERE, “separar”.
Espero que a sua comemoração faça jus à importância atual e histórica do seu cargo.
Dr. Alaúzo: fiz algumas consultas sem colocar o e-mail e o senhor não me identificou, he! he! he! As traças, mesmo gigantes, não são lá muito espertas…
Já que falo em ′bichinhos′, qual a relação etimológica entre o substantivo[barata]: aquele ser asqueiroso e o adjetivo [barato/a] – de pouco preço.
Continuarei assídua!Lúcia
Resposta:
Lúcia, ah, Lúcia!
Você está a mangar de uma pobre traça gigante ingênua que não é páreo para a tortuosa mente humana. Tenha dó de mim! Se você fizer isso outra vez eu tomo uma dose de inseticida spray.
Quanto à dupla BARATA/BARATA, a metade entomológica vem do Latim BLATTA, que designava tanto “barata” quanto, pasme, “traça”.
E essa palavra com o outro sentido tem origem obscura. Possivelmente venha de um idioma nórdico como BARATTA, “logro, altercação”.
A palavra grega “anazoopyrein” tem algo a ver com “fogo”? “Pyr”… Não sei a etimologia correta. Bom, eu acho que estou fazendo uma pergunta às avessas. Mas como o senhor é incomensuravelmente inteligente…Nossa, eu só imagino a biblioteca que o senhor tem por aí…E quero dizer algo mais: sempre gostei de saber etimologias, mas agora, essa “traça” pegou de vez!!
Resposta:
Patrícia:
A transliteração correta seria ANAZOPYREIN, com um “omega” e não dois.
Sim, a palavra tem a ver com fogo, PYR. Significa “reavivar, reanimar, tornar a inflamar”, como uma fogueira que volta a queimar.
Não sou incomensuravelmente inteligente, apenas comi muitas folhas de livros ao longo da vida nas bibliotecas.
Quero é saber de onde foi que você tirou uma palavra tão rara.
Mas que esta matéria vicia, é verdade, não?
Ó adorável professor…. e olha que isso não é adulação, hein!!! Ficou todo SISSE! (risos)
Por gentileza, amado Mestre .(óóóó, não desmaie!!) poderia me dizer a etimologia das palabras OBEDIÊNCIA e PRIVILÉGIO? Será que terei o privilégio de ser sua assistente?
Resposta:
Patrícia:
Certamente fiquei MISSE (deve ser assim para a primeira pessoa, não?) de ser chamado desta forma.
Agora que o pessoal da ambulância me tirou do desmaio, posso responder às suas perguntas:
“Obediência” vem do Latim OBEDIENTIA, que vem do verbo OBOEDIRE, “obedecer, atender”, o qual se forma de OB-, “para” e AUDIRE, “ouvir”.
“Privilégio” vem do Latim PRIVILEGIUM, “lei que se aplica a uma pessoa”, de PRIVUS, “particular, privado”, mais LEX, “lei”.
Ser minha assistente não seria privilégio; seria mais bem descrito como trabalho escravo.
Caro Prof.
Favor informar a origem e etimologia da palavra GLOSA
Obrigado
Resposta:
André Luiz:
“Glosa” vem do Latim GLOSA, “expressão obscura, explicação, interpretação”.
Deriva do Grego GLOSSOS, “língua”.
Qual a origem de meu sobrenome FARIAS
Resposta:
Fabrício:
Seu sobrenome parece ser o mesmo que “Faria”.
Os começos desse sobrenome em Portugal são meio nebulosos, englobando gente de muita distinção mas sem relação entre si.
De qualquer modo, ele é atstado desde pelo menos 1258.
O Alcaide Nuno Gonçalves de Faria, herói da luta contra os castelhanos, deixou um ramo dos mais ilustres, participando das principais famílias nobres do país.
Os Faria têm solar na Freguesia de Faria, junto à Vila de Barcelos. Ali, no Monte da Franqueira, existe o Castelo de Faria.
Nossa, professor, fico lisongeada em saber que “mais um pouco” poderei ser sua auxiliar!!! Não, seria muito prá mim esta honra!!! O difícil é descobrir o “pouco” que tenho que fazer prá conseguir esta proeza!!! Prá não perder a viagem, pergunto-lhe, ó adorável professor: qual a origem da palavra: pista (o que o detetive precisa para descobrir os fatos, entende?) Muito grata mesmo!
Resposta:
Patrícia:
Interesse e bom humor são os materiais básicos para lidar com este site, e estes você tem.
“Pista” vem do Latim PISTARE, “calcar, pisar”, através do Francês PISTE, “marcas que uma pessoa ou animal deixam ao passar”. Com o tempo, assumiu também o sentido de “conjunto de dados e informações que norteiam uma investigação”.
Patrícia, além de cultura, é bom gosto! Ouçam! Ela diz que sou um adorável professor!
(Desculpe o entusiasmo, é que nunca tinham me tratado assim…)
Dr. Alaúzo: obrigada por livrar-me de uma indigestão etimológica!! Imagine só comer telha no lugar de uma saborosa ostra!
Aproveito para perguntar-lhe o origem da palavra marisco.
Resposta:
Lúcia:
Viu só como a Etimologia pode ajudar até mesmo à mesa?
“Marisco” vem do lugar onde costumam habitar esses animais: o MAR (assim mesmo em Latim).
Por incrível que pareça, esta palavra não mudou muito em milhares de anos, desde o Indo-Europeu, onde MARI designava “lago, grande massa de água”.
Prof. Alaúzo,
Gostaria de saber duas coisas: a origem do seu nome e da palavra “subsistência”. A imagem aí ao lado está mostrando curiosamente esta realidade. não?
Resposta:
Patrícia:
Meu nome veio do seguinte fato:
quando eu estava por nascer, minha família, em parte por nervosa, em parte por contente, estava fazendo tanta farra, tanta alaúza, que resolveram colocar o nome de Alaúza na menina que ia chegar (eles achavam que ia ser uma garota).
Quando eu nasci, pespegaram-me o nome de Alaúzo mesmo.
Já que as minhas iniciais são A.B.C., acabei me interessando pelo estudo das letras.
Agora, “subsistência” vem do Latim SUBSISTENTIA, “substância, realidade”, do verbo SUBSISTERE, “agüentar, manter firme”.
A palavra se forma de SUB-, “abaixo”, e SISTERE, “assumir posição em pé”, relacionada com STARE, “em pé”.
Bom dia, professor.
Ao invés de pedir vou lhe dar uma informação: “SISI” é um neologismo que ouvi pela primera vez no sul do país. Certa gíria que significa que a pessoa está “orgulhosa por estar se destacando em algo” (SISI′ntindo) … (risos)
Patricia também é cultura!
Resposta:
Patrícia:
Concordo: “Patrícia também é cultura”.
A palavrinha é muito expressiva, só que talvez deva ser escrita de forma diferente para corresponder à pronúncia. Assim como está escrita, a tendência é ler SIZÍ. Sugiro, então, SÍSSI ou SISSE.
Mais um pouco e eu a convido para ser auxiliar de site.
Dr. Alaúzo: dá para acreditar que isto não é uma consulta, mas uma informação!! É que me deu vontade de partilhar com o mestre uma descoberta que fiz ao ler um artigo sobre frutos do mar. Citando: ” os filósofos gregos regalavam-se com o sabor das ostras (…), inventando, a partir daqui, o conceito de “ostracismo” pois o nome das pessoas a banir era inscrito nas′ostrakon′ (cascas de ostras) que depois se apresentavam a voto.”
Desculpe-me a intromissão em sua seara! Lúcia
Resposta:
Lúcia:
Até agora ninguém se tinha lembrado de me dar uma informação, em vez de pedir. Agradeço muito, mas não se pode esperar demasiada etimologia de um artigo sobre frutos do mar.
Os “filósofos” gregos não inventaram nenhum conceito de ostracismo a partir da comida, não.
Esse método de banimento por dez anos, usado na Atenas antiga para pessoas que se pudessem considerar perigosas para o Estado, não foi inventado por causa das ostras.
Há uma certa confusão nisso tudo: em Grego, “ostra” se dizia OSTREON. O que se usava para escrever o nome da pessoa a ser banida era um OSTRAKON, “casco duro, pedaço de vaso ou de telha”.
Esses fragmentos eram muito comuns nos lares da época, e eventualmente eram usados como substrato para uma votação deste tipo.
Ambas as palavras descendem do Indo-Europeu OST-, “osso” e são relacionadas ao Sânscrito ASTHI, “osso”.
Assim, são primas, mas não têm o mesmo significado.
Boa tarde, Traça Gigante!
Em qual biblioteca o senhor nasceu?
Sério,agora: qual a origem da palavra apanágio? Abraço! Olha, o senhor mudou a cor do site, mas a outra era mais bonita!!
Resposta:
Patrícia:
Não sei em que biblioteca eu nasci. Fui retirado dali em tenra idade, ainda tomando mamadeira. Nem tinha começado a comer papinha de celulose ainda, veja você!
“Apanágio” era uma propriedade ou outro valor que um pai antigamente fazia aos filhos que não o primogênito, sob a condição de que eles abrissem mão da herança. Era uma maneira de manter uno na geração seguinte o conjunto de bens que ele tinha obtido.
Sua origem é interessante: vem do verbo francês APANER, que vem do Latim AD, “para”, mais PANIS, “pão”. Ou seja, “para garantir a alimentação”.
Caro Professor,
Favor informar também a origem da palavra “Fluência” relativo à expressão “ser fluente em alguma coisa”.
Obrigado
Resposta:
André Luiz:
Vem do Latim FLUERE, “escorrer, deslizar, fluir”.
Quando temos “fluência” num idioma, por exemplo, ao nos manifestarmos nele ele desliza sem tropeços, lisinho.
A palavra FLUMEN, “rio”, é relacionada com esta.
Essa é a razão de o pessoal do Rio de Janeiro ser chamado de “fluminense”.
Olá, Sr. Traça!
Ei, o senhor é muito mal, hein!!
Está todo “SISI” só porque o número dos clientes está aumentando. Mas tudo bem, vou ainda descobrir alguns segredos, tá? E falando em segredos, qual a origem da palavra segredo? Ah…. quer saber o que é SISI, né? Também não vou dizer!! (risos)
Resposta:
Patrícia:
Sou uma traça que não resiste a conhecer mais palavras. Seja boazinha e conte o que é ′SISI′, tá?
Aí eu lhe explico de onde vem “segredo”: é do Latim SECRETUS, do verbo SECERNERE, “separar”.
E este verbo se forma por SE-, “sem, à parte”, mais CERNERE, “separar” propriamente.
SECRETUS era o que estava “separado” do conhecimento da maioria.
Caro Professor,
Favor informar a origem e etimologia das palavras “conhecimento” e “habilidade”.
Desde já, lhe agradeço.
Resposta:
André Luiz:
“Conhecimento” vem do Latim COGNOSCERE, “conhecer, reconhecer”. E este passou pelo Grego GNOME, “capacidade de conhecer, entendimento, razão”.
“Habilidade” é do Latim HABILITAS, “capacidade, destreza, aptidão”.
Prezado doutor “traça gigante” – esta é boa!!
aproveitando a “deixa” da consulta 685, pergunto a origem da palavra ′batuta′ – o pauzinho que o maestro usa para bater na cabeça dos músicos desafinados.
Resposta:
Lúcia:
Eu sabia que você não ia acreditar. Mas sou mesmo uma traça grande que, para escrever, tem que ficar pulando de tecla em tecla.
Sou o resultado de uma experiência genética do meu dono. Ele me botou a trabalhar para se ressarcir dos gastos que teve com o seu laboratório.
Tirando isso, sou uma traça bem-humorada e já vi que você é uma pessoa assim.
Smpre pensei que aquele pauzinho era mais útil para ameaçar os músicos do que para os dirigir mesmo.
O nome dele vem do Italiano BATTUTA, “batida”, que designa uma série de golpes, exatamente o que é necessário para matcar o ritmo de uma música. E tal palavra vem de BATTERE, “golpear, bater”.
Professor: o mórbido fascínio da mídia pelos facínoras (engravatados ou não).
A origem da palavra facínora? Algo a ver com fascínio?
Resposta:
Sr. Croquezz:
Nada a ver com “fascínio”, embora muitas vezes as atividades dessas pessoas nos deixem hipnotizados.
“Fascínio” vem de um um deus fálico romano, FASCINUS.
E “facínora” vem do Latim FACINUS, “má ação, feito, crime, atentado”.
FACINOROSUS era o sujeito que tinha cometido muitos crimes.