Origem da palavra
Qual é a origem do nome do município?
Resposta:
A origem dessa palavra é o Latim MUNUS, “tarefa, dever, obrigação, encargo”.
Qual é a origem do nome do município?
A origem dessa palavra é o Latim MUNUS, “tarefa, dever, obrigação, encargo”.
O verbo latino mutare significa “mudar, trocar de lugar, alterar”. Deriva de uma raiz Indo-Europeia mei-, “mudar, trocar”.
Ela foi muito prolífica e originou numerosas palavras que, hoje, não nos permitem imaginar que distância elas percorreram para que as possamos usar diariamente.
MUDAR – veio-nos diretamente do Latim mutare.
AMEBA – o que é que este microrganismo tem a ver com mudanças? Muito, vejam só: seu nome veio do Grego ameibein, “mudar, transformar-se”, que passou por amoibaios, “aquele que muda”. E é isso que ela vive fazendo, pois a sua membrana externa se adapta às mais diversas formas enquanto ela se desloca para fazer as suas ocupações no seu mundinho.
MEATO – esta palavra se usa em Anatomia para nomear uma passagem que dá saída a líquidos num corpo, como em “meato urinário”.
Veio do Latim meatus, “rota, passagem” e, por estranho que pareça, também vem da fonte mei-, pelo verbo meare, “ir, passar”.
PERMEAR – pelo menos está é parecida com anterior. É do Latim permeare, “penetrar”. Forma-se de per, “através”, mais meare. Ou seja, descreve um material que permite a passagem de algo através de si.
Não é difícil perceber que permeável é outro derivado.
Acrescentando-se o prefixo negativo in-, formamos impermeável.
MIGRAR – do Latim migrare, “trocar de posição, mudar de residência”.
A partir de migrare temos emigrar, de ex-, “para fora”, mais migrare.
Também usamos imigrar, de immigrare, “passar por”, de in-, “para dentro”, mais migrare.
Isso para não citarmos transmigrar, de transmigrare, “passar de um lugar para o outro”, esta com o prefixo trans, “além, atravessado, através”.
MÚNUS – nem parece pertencer ao nosso idioma, não? Mas pertence e significa “tarefa, dever, obrigação, encargo”. Veio sem alteração do Latim munus (fora o acento, que eles não tinham), “emprego, cargo, ofício”.
Gerou munera, “funções oficiais”. Em Roma os cargos públicos eram obtidos através de influências e compras, não por concurso; achamos que é por isso que daí resultou o verbo munerare, “presentear, recompensar”.
Este verbo hoje é representado por remunerar, com o prefixo re-, intensificativo.
MUNICÍPIO – vem do elemento muni-, com a idéia de “obrigações”.
Assim, municeps, “aquele que faz parte dos que têm obrigações, deveres”. Ou como dizemos agora, munícipe, usado para citar alguém que faz parte de um município, com os direitos e deveres inerentes.
Se bem que dos deveres poucos fazem questão.
MUNÍFICO, MUNIFICENTE – mais umas palavras pouco usadas agora. São sinônimas e querem dizer “generoso, o que presenteia, magnânimo”. Adquiriram o significado apenas do lado altruísta da origem, esquecendo o das obrigações.
IMUNE – do Latim immunis, “livre ou dispensado de uma obrigação ou serviço público”. Formou-se por in, negativo, mais munus.
Seu significado se estendeu para abranger a liberdade de outras coisas, como por exemplo o ataque de microrganismos.
COMUM – do Latim communis, “comum, geral, compartilhado por muitos, público”. A fonte mei-, com a ideia de “trocar” gerou esta noção de “trocar entre várias pessoas”, ou seja, “tornar de todos”.
MÚTUO – do Latim mutuus, “recíproco, de um para outro”, também com a ideia de troca entre duas partes.
Daqui temos também a nossa conhecida mutação, que nos dá a imagem de “troca, mudança entre componentes”.
E mais, temos o comutador, do Latim commutare, “mudar, trocar, substituir”, usando o prefixo com-, “junto”; trata de algo que efetua mudanças, por exemplo, em aparelhos elétricos.
E de commutare aparentemente veio escamotear, passando pelo Espanhol camodar, “fazer jogos de mãos”.
EXCOMUNGAR – do Latim excommunicare, “retirar da comunidade”, de ex-, “fora”, mais communitas, “conjunto de pessoas, comunidade”, de communis, “comum”.
Para fins de definição geográfica, de Censo, econômicos, de soberania e muitos outros, torna-se necessário nomear as extensões territoriais e urbanas; desde muito cedo a Humanidade se dedicou a fazer isso. Veja aqui a origem de algumas dessas palavras.
ALDEIA – “pequena aglomeração de casas”, do Árabe ad-dayha, com o mesmo significado.
Pode ser chamada também aldeola, aldeota, quando muito pequenininha.
POVOADO – tem o mesmo significado da anterior. Vem de povoar, de povo, do Latim populus, “povo”.
ARRAIAL – também designa um lugar muito pequeno. Viria do Árabe ar-rahya, “rebanho” e, por extensão, “plebe, gente, súditos”.
VILA – neste caso lidamos com um conjunto urbano maior do que uma aldeia ou povoado, mas que ainda não chega a cidade. É do Latim villa, “casa de campo, casa grande, quinta”.
CIDADE – do Latim civitas, originalmente “condição ou direitos de cidadão”, de cives, “homem que vive em cidade”. Muitas palavras derivam daqui, como civil, civilização, civismo, cidadania.
MUNICÍPIO – do Latim municipium, “pessoa de uma cidade livre”, de municeps, “cidadão livre, cidade livre”, de munus, “serviço feito pela comunidade, dever, trabalho”, mais a raiz de capere, “tomar, pegar, assumir”.
Entre os romanos, designava uma cidade que tinha o particular privilégio de se governar por suas próprias leis.
Atualmente, no Brasil, designa uma divisão do Estado.
ESTADO – do Latim status, “condição, situação”, de stare, “estar, ficar de pé”.
A terminação de vários nomes de países como Afganistão, Paquistão, Turcomenistão tem a mesma origem.
DEPARTAMENTO – em alguns países, um departamento corresponde ao estado brasileiro. Deriva do Latim departire, “dividir, separar”, formado por de-, “de, a partir de”, mais partire, “separar em partes”, de pars, “parte, constituinte de algo”.
PROVÍNCIA – equivale também aos estados em alguns outros países. Vem do Latim provincia, “território sob o domínio romano”, dado como resultante de pro-, “à frente”, mais vincere, “vencer”.
E isto era coisa que eles gostavam de fazer, embora nem sempre conseguissem.
PAÍS – do Latim pagus, “distrito rural”, originalmente “área demarcada”, relacionada com pangere, “apertar, colocar no lugar”, que veio do Indo-Europeu pag-, “colocar no lugar, unir, tornar firme”.
REINO – Do Latim regnum, “reinado”, a estrutura de poder dirigida por um rei, do Latim rex. E esta, por sua vez, é derivada do Indo-Europeu reg-, “mover-se em linha reta”, daí “dirigir, guiar, comandar, reger”.
Devemos reconhecer que nem todos os reis foram retos e justos no poder, mas isso já é outro assunto.
IMPÉRIO – do Latim imperium, relacionado ao verbo imperare, “comandar”, formado por im-, “em”, mais parare, “ordenar, preparar”.
Originalmente, imperator era o título dado a um general romano que detinha o imperium, que então designava o poder militar.
CONDADO – originalmente designava a terra dada por um soberano a um conde. E este título deriva do Latim comes, “servidor, companheiro”, formado por com-, “junto, com”, mais ire, “ir”.
O título começou através da ligação entre um rei e um camarada seu, que muitas vezes o que queria era agradar para ter seus lucros.
COMARCA – do Latim comarca, de com, “junto”, mais marca, “fronteira, território delimitante, região adjacente a outro país ou soberania”. Administrar áreas nestas condições significava uma responsabilidade especial, o que fez surgir o título de marquês.
DISTRITO – Do L. districtus, “área de jurisdição”, particípio passado de distringere, “deter, impedir”, formado por dis-, “fora, contra”, mais stringere, ”unir fortemente, apertar firme”, de uma base Indo-Europeia strenk-, “apertado, estreito, torcido”.
TERRITÓRIO – no Brasil designa uma região que é administrada pela União, sem constituir um Estado.
Vem do Latim terra, “terra”.
CONTINENTE – do Latim continere, “manter unido, abarcar, conservar”, verbo formado por com-, “junto”, mais tenere, “segurar”. Continente é aquilo que guarda, que retém ou contém alguma coisa. Daí o nome dado às grandes extensões de terra em que se divide nosso planeta.
“Munus” em Latim significa obrigação, ônus. Como estamos tendo de enfrentar uma síndica que, para nos atingir diretamente, vem implicando indiretamente com meu GATTO, entrei na pesquisa do assunto “animais em condomínio” e fiquei intrigada: nunca vi a palavra MUNUS como origem de alguma outra em Português. Etimologicamente está ligada à palavra munição? Ou municipio?Gostaria de saber se tal palavra existe inserida em nosso idioma e qual a ligação com autoritarismo, para que os termos do documento que estamos fazendo seja bem baseado. Obrigada, bom domingo!
Para início de conversa, libere Gatto para dar um jeito nessa bisca.
MUNUS entra em “imune”, “imunidade”, que vêm do Latim IMMUNIS, “exento de impostos, de obrigações”, formado por IN, negativo, mais MUNUS, “realizar serviços, obrigações”.
“Município” também vem daí, de MUNICIPIUM, “habitante de uma cidade livre”, de MUNUS, “trabalho, obrigação, serviço prestado à comunidade”.
Primeiramente, agradecer e parabenizar pelo utilíssimo site. Gostaria de conhecer a etimologia da palavra “município”. Desde já, obrigado.
Agradecemos as suas gentis palavras.
“Município” vem do Latim MUNICIPALIS, “referente ao cidadão de uma cidade livre ou a essa mesma cidade”, de MUNICEPS, “cidadão livre, cidade livre”, de MUNUS, “serviço feito pela comunidade, dever, trabalho”, mais a raiz de CAPERE, “tomar, pegar, assumir”.