Dr.Alaúzo,
retornando à pergunta 461, a palavra TECITECA é empregada nos cursos de moda e de tecnologia têxtil para indicar o espaço onde realmente se catalogam tecidos diversos para pesquisa, constituindo desta forma um acervo de tecidos com informações diversas. Mas podemos verificar, de alguma forma, a época em que esta palavra passou a ser utilizada? E em que lugar?
Se me permite, ainda gostaria de saber se TECA,de teciteca, “caixa” é de origem latina
obrigada pelas informaçòes
Resposta:
Maria Izabel:
Foi o meu colega de site, o Detetive X-8, que se colocou no rastro desta palavra e trouxe as suas suposições, que se mostraram acertadas. Honras a ele!
Não há registro do surgimento desta palavra. Ela certamente é muito recente e de uso de um segmento especializado, a ponto de não ser usada com freqüência tal que seja registrada em dicionários.
O sufixo “teca” é grego. Vem de TEKHÉ, “caixa, recipiente” (vide “discoteca”, “biblioteca”), que por sua vez se deriva do verbo TITHENAI, “colocar”.
O neologismo é um misto de Latim e Grego, tal como “Televisão”, onde a primeira parte é grega e a segunda é latina.
Honestamente, parece demasiado artificial.
Gostaria de saber a origem e o significado da palavra intra-luminal.
Resposta:
Lívia:
“Intraluminal” (sem hífen) é formado pelo prefixo latino INTRA-, “dentro” e a palavra LUMEN, “luz, claridade, esplendor”.
Usa-se em referência ao interior de corpos ocos como, por exemplo um vaso sanguíneo.
O sangue que flui dentro de uma artéria está, como se diz em Medicina, “na luz” do vaso.
Um catéter que seja introduzido ali está em posição intraluminal.
Dr. Alaúzo: Retomando o assunto tratado na pergunta 446 em que é citado Jacques deMolay, lembrei-me de ter lido sobre sua última frase, enquanto aguardava sua sentença de morte, diante da Catedral de Notre Dame:” a vida me foi oferecida, mas por preço da infâmia.Por este preço, a vida não vale a pena ser vivida” .Aproveito para perguntar a origem da palavra infâmia.
Muito obrigada
Resposta:
Maria Tereza:
Êta cultura da boa!
Acho que o Grão-Mestre tinha toda a razão no que disse.
Ele queria evitar a “Infâmia”, palavra que vem do Indo-Europeu BHA-, “falar”, pelo Latim FARI, “falar”, que gerou, ainda em Latim, FAMA, “notícia, opinião pública, fama”.
No caso de INFAMIS, “infame”, o IN- tinha a conotação de “mau, negativo”. Assim, a palavra inteira queria dizer “de má reputação”.
Gostaria de saber o significado da palavra “cifra”.
Resposta:
Renato:
“Cifra” vem do Árabe SIFR, uso dado a uma palavra que queria dizer “vazio”. Passou para o Latim como CIFRA e para o Francês como CIFRE. O significado básico da palavra era, então, o mesmo que “Zero”.
Com o tempo, outra palavra tomou esse lugar e “Cifra” passou a significar “Qualquer numeral”.
Necessito informação sobre a origem e significado da palavra TECITECA pois não encontro em dicionário e necessito da informaçào para um trabalho da universidade.
Resposta:
Maria Izabel:
Chii, está difícil…
Se é que existe esta palavra, a única hipótese que me ocorre é que alguém tenha feito um neologismo a partir de um derivado do Latim TEXERE, “tecer”, que gerou “tecido”, “tecelão” e outras. Nesse caso, junto com TECA, “caixa”, pode-se ter inventado uma palavra com o sentido de “coleção de tecidos, de amostras”. Se for isso, achei muito feia a palavra.
Mas isso não passa de um tiro no escuro. Envie-nos a frase onde você viu a palavra misteriosa.
Nossa, que sorte encontrar essa página, estou precisando para uma pesquisa da origem da palavra “vocabulário”, será uma junção de dois termos??
Resposta:
Renata:
Não. Essa palavra vem do Latim VOX, “voz”, que por sua vez gerou VOCARE, “chamar”. VOCABULUM significava “palavra” e VOCABULARIUM era – e é – uma coleção, um conjunto de palavras.
Seja sempre bem-vinda.
A origem da palavra virgindade
Resposta:
Anderson:
Esta palavra vem do Latim VIRGO.
Não é parente de VIR, “homem”, que gerou “Viril”, “Virtuoso” e outras.
Muito obrigado pelo elogio, é uma honra para mim, ainda mais vindo do senhor. Bem, outra palavra que usamos muito é “arbítrio”.
Resposta:
Meu Psicofilósofo:
“Arbítrio” vem do Latim ARBITRIUM, que se forma de AD-, “junto” e BITERE, “ir, procurar”. Esta era a pessoa que “ia ver o que se podia fazer” para se acertarem as situações de pendência entre partes rivais.
Espero que o segredo não seja a minha ignorância.
Bem, eu sou formando em Psicologia e tem uma palavra que usamos muita e eu desconheço a origem: “consignação”.
Obrigado.
Resposta:
Filósofo:
Nada disso. Aliás, você é a antítese da ignorância.
“Consignar” vem do Latim CUM- mais SIGNARE, “marcar com um símbolo”.
Hehe, é incrível como, mesmo não querendo, acabamos transmitindo nosso porte cultural e intelectual na maneira como nos expressamos, senão o senhor não teria concluído que sou jovem, a não ser que eu tenho dito isso sem querer ou o senhor estivesse sendo gentil.
Bem, mas então como eu poderia chamar o “estudo da linguagem”?
Resposta:
Você não disse a sua idade, eu deduzi. Mas não vou contar o segredo.
Agora, que a gente passa dados sobre si ao se comunicar, mesmo por escrito, é verdade.
“Glossologia”, do Grego GLOSSOS, “língua”. Não fui eu que inventei, já existe.
Professor, gostaria de saber a origem da palavra “cafetão/cafetina”. Tem a ver com os “cafés”??
Resposta:
Perpétua:
Não, não tem a ver com “cafés”.
A palavra provém do Lunfardo (gíria de Buenos Aires) CAFTEN, palavra turca de origem persa que designa uma roupa ampla e de mangas longas.
Era usado também por poloneses e russos.
Calcula-se que as moças de vida airada que foram da Polônia para a Argentina na segunda metade do séc. XIX colocaram esse nome nos seus proxenetas.
Resposta:
Ricardo:
Es que realmente escribes de tan lejos? Bienvenido!
El origen de esta palabra es obscuro. Algunos creen que venga de FRANGANUS, “pollo joven”.
Otros piensan que tal vez derive del Latín FRANGO, del verbo FRANGERE, “romper”, dado que es un animal más tierno para cocinar.
En Español tenemos FRANGOLLAR, “romper granos” o “hacer algo mal y de prisa”, seguramente derivado de FRANGERE.
pq nao respondeu minha pergunta??
Resposta:
Grazy:
A sua pergunta, a de nº 423, foi respondida. Depois disso não chegou mais nada de sua parte.
Quem sabe faltou apertar alguma tecla?
Faça-a de novo.
Devo acrescentar que minhas amigas ficaram muito atacadas com a sua foto, o que me divertiu muito. Pode mandar mais!
Ah! Eu fiz de novo! Perdão, professor. Memória não é o meu ponto forte, por isso eu costumo anotar todas as informações úteis que consigo, infelizmente deixo passar algumas às vezes.
Bem, tenho mais algumas palavras:
Fé
Confiança
Fidelidade
Linguagem
Paradigma
Paradoxo
Obrigado e até mais.
Resposta:
Filósofo:
Apesar do apelido que lhe pespeguei, você é um sujeito jovem. Não pode andar com a memória assim! Como não há remédio para a memória – ou não existiriam médicos esquecidos – você vai ter é que exercitá-la mais ainda.
“Fé”: do Latim FIDES, “confiança, fé”. “Fidelidade” evidentemente veio daí.
“Confiança”: também veio dessa palavra. CONFIDERE era formado por COM-, intensificativo, mais FIDARE, “acreditar, ter confiança”.
“Linguagem”: do Latim LINGUA, “língua (órgão), idioma”. A associação é evidente, pois é o órgão mais visível de articulação da fala. Na Latim alterado da Gália, formou-se LINGUATICUM, que passou a “Linguagem”.
“Paradigma”: do Grego PARADEIKNYNAI, “mostrar lado a lado”. A formação é PARA-, “ao lado”, e DEIKNYNAI, “mostrar”.
Quando mostramos duas coisas uma ao lado da outra, podemos compará-las e decidir qual servirá de exemplo.
“Paradoxo”: do Grego PARADOXON, “fora do que se espera”, de PARA-, “além”, neste caso, e DOKHEIN, “pensar”. Algo que está fora do esperado pelo pensamento convencional é um “Paradoxo”.
Olá,
gostaria muito dee agradedcer sua ajuda e compreesão, que me foram muito úteis. Muito obrigado. Agora falando da Ordem DeMolay, para ser mais exato, ele foi “assassinado”, num ato covarde, como herege em 18 de março de 1314, no qual Jacques DeMolay preferiu morrer a trair seus companheiros ou faltar com seu juramento. Seria uma honra para mim e meus irmãos se algum dia o senhor se fizer presente em uma cerimônia pública de nossa Ordem.
Atensiosamente,
Ricardo Koslowsky.
Resposta:
Ricardo:
Estou grato e muito honrado pelo convite. Falaremos por e-mail mais tarde.
Caro Dr. Alaúzo: Um de meus sonhos de infância – desde as leituras do Tesouro da Juventude – era poder observar a aurora boreal.Aproveitando essa lembrança,pergunto a origem da palavra AURORA e também de sua equivalente em inglês DAWN. Muito obrigada!
Resposta:
Maria Tereza:
Que bom, encontrar alguém que já se deliciou com essa coleção!
“Aurora”, para os antigos etimologistas vinha do Latim AURUM, “ouro”. Mas isto é da época ingênua de comparação de semelhanças. A palavra vem da raiz Indo-Européia AWES, “brilhar”. AURORA (EOS em Grego)era o nome de uma jovem deusa muito bonita, com dedos róseos, túnica alaranjada, levando nas mãos uma urna com o orvalho das madrugadas. Sua tarefa era abrir todas as manhãs os grandes portões celestes para a passagem do carro do sol.
O mundo não era muito mais bonito naquela época?
DAWN quer dizer o mesmo, e é tão diferente porque vem do Inglês antigo DAEG, “dia”, que formou DAGUNG, “tornar dia, amanhecer”. Mais tarde a palavra passou para DAWENYNG e perdeu o ING-, ficando na forma atual.
E “Boreal”? Mesmo que você não pergunte, digo que vem de BÓREAS, o Vento Norte para os Gregos.
A aurora austral é a mesma coisa e está mais perto daqui.
origem da palavra ” república de estudantes”
Resposta:
Gláucio:
Uma república é, ou deveria ser, uma forma de administração de um país decidida pelo povo.
Como, numa morada onde se concentram estudantes, o seu governo normalmente fica nas mãos deles, que estabelecem regras e administram a casa, por extensão se passou a aplicar o nome “república de estudantes”.
qual a origem das palavras area e perimetro
Resposta:
Letícia (ou Laetitia em Latim, “Alegria”):
“Área”: do Latim ARERE, “ser seco”. Indicava um piso elevado e depois passou a nomear as suas medidas em duas dimensões.
“Perímetro”: do Grego PERI-, “ao redor, fazendo a volta”, mais METRON, “medida”. Ou seja, “a medida ao redor”.
Queria saber a origem de 5 palavras: oftalmologia, astigmatismo, córnea, hipermetropia e esclerótica. Desde de já, obrigado!
Resposta:
Arthur:
Você pretende publicar um livro sobre problemas oculares?
“Oftalmologia”: do Grego OPHTALMÓS, “olho” mais LOGEÍA, “tratado”.
“Astigmatismo”: do Grego STIGMA, “marca” (aqui significando defeito numa lente) mais ISMOS-, “estado, condição”.
“Córnea”: do Latim CORNEUS, “feito de chifre”. Este material, cortado em lâminas finas, foi por um bom tempo o que havia de mais próximo de matéria transparente ao alcance da maioria.
“Hipermetropia”: do Grego HYPER, “acima, excessivo” mais METRON, “medida”, mais OPS, também “olho”.
“Esclerótica”: do Grego SKLEROUN, “endurecer”.
Olá,
gostaria de saber as origens de algumas palavras que estão presentes nas cerimônias da Ordedm DeMolay (não sei se o Senhor conhece), a Ordem DeMolay é uma organização para jovens entre 12 e 21 anos patrocinada pela Maçonaria, nas Cerimônias da Ordem quase tudo o que falamos e fazemos tem um significado simbólico e histórico muito interessante. Bom para não tomar muito seu tempo vou ir direto ao assunto. As palavras são:
-Amor
-Filial(no sentido de filhos)
-Refêrencia
-Sagrado
-Cortesia
-Companheirismo
-Fidelidade
-Pureza
-Patriotismo
-Honra
Muito obrigado desde já.
Atensiosamente,
Ricardo Koslowsky
Resposta:
Ricardo:
Já ouvi falar na Ordem, nomeada assim em honra de Jacques DeMolay, o último Grão-Mestre dos Templários, queimado em 1314. Vamos dar uma olhada nas etimologias:
“Amor”: em Latim era AMOR e deriva da mesma raiz que a palavra MATER, “mãe”.
“Filial”, juntamente com “Fêmea” vem da palavra latina FELARE, “sugar, mamar”. FEMINA era quem amamentava; FILIUS/FILIA, “filho/filha”, quem era amamentado.
“Referência”: do Latim REFERRE, formado por RE-, “de novo”, mais FERRE, “portar, levar” (em Grego, PHEREIN). “Referir-se” a algo é “levar de volta” a esse assunto.
“Sagrado”: do Latim SACER, “dedicado aos deuses, consagrado”.
“Cortesia”: em Latim se formou a palavra COHORS, “local fechado”, de CO-, “junto” mais HORS, “jardim”. A idéia de um local fechado como pertencente a um soberano fez com que a sua sede de governo fosse chamada de “Corte”. Como a conduta deveria ser refinada junto a personagens de elevada posição, as boas maneiras entre as pessoas acabaram chamadas de “Cortesia”.
“Companheirismo”: do Latim COMPANIO, de COM-, “junto”, mais PANIS, “pão”. O pão só era repartido entre pessoas que se gostassem, que tivesse mútua confiança.
“Fidelidade”: do Latim FIDES, “confiança, fé”.
“Pureza”: vem do Grego PYR, “fogo”, pois passar pelas chamas era uma forma consagrada de purificar.
“Patriotismo”: do Grego PATRIS, “pai”. Em nosso idioma falamos na “Pátria Mãe”, mas nos idiomas germânicos se fala na FATHERLAND (Inglês, “terra paterna”), VATERLAND (Alemão, idem).
“Honra”: do Latim HONOR.
É bom ver que alguém pertence a uma organização que reverencie esses valores.