Qual a justificativa da palavra bem-vindo ser escrita com hífen se bem feito é o mesmo caso e é escrito sem hífen?
Resposta:
Dolores:
Você está testando nossa fraquezas, hein?…
Mas a esta dúvida também podemos responder.
Realmente, “bem-vindo” é escrito com hífen porque essas duas palavras se juntaram e passaram a ser um adjetivo, com um significado que transcende as palavras que o compõem.
E “bem-feito” é tanto o mesmo caso que se escreve com hífen, sim.
Por gentileza, não sei se é o caso deste site, mas estou com dúvida. Caso possam me atender, agradeço muito.
Qual é a construção correta: É preciso muita atenção ou É precisa muita atenção.
Qual é a concordância correta?
Resposta:
Dolores:
Realmente, não é o caso deste site, pois não contamos em nossas hostes com professores de Português.
No entanto, podemos desde já asseverar que tal verbo, nessa construção, é unipessoal; trocado em miúdos, a frase correta é:
“É PRECISO muita atenção”.
É curiosa a busca por uma verdade absoluta num pensamento, uma sede de encontrar um dogma do texto, com se ele fosse único. Cada um de nós veste o texto e suas palavras como quer vestir, ou como os seus espelhos o refletem. Se cada uma dessas pessoas enxerga as palavras sob sua própria míopia, existem, então, mais línguas do que habitantes no mundo, porque existem pessoas que falam mais de uma língua, além, daqueles que conseguem entender algumas palavras, ou gestos, ou música ou qualquer outro canal que trasmita mensagem no processo comunicativo (imaginem quantas palavras existirão). O que me deixa mais perdido nessa história toda é sua infinita relatividade, que não me permite ver além, e precisamente por isso, me fascina.
Sei que estou puxando a sardinha para minha brasa e botando na mesma panela Comunicação e Etimologia, mas, uma vez mais, são os meus espelhos. Além disso, ninguém há de negar que está cheirando bem! Obrigado pelos novos paradigmas que me fizeram vislumbrar. Grande abraço.
Felipe Caruso
Resposta:
Felipe:
Um dos problemas da comunicação é exatamente a subjetividade derivada do nosso narcisismo.
Exemplo: certa vez, vi uma moça dizer “clica com o botão de lá” (referia-se ao mouse). Mas o sujeito com o mouse não sabia o que era “o de lá”, embora para ela fosse evidente.
Isso mostra que, se quisermos passar adiante uma noção, fato ou sentimento, ainda mais se for em terreno mais para o abstrato, precisamos de uma estrutura idiomática que nos permita transferir nossas idéias com absoluta precisão.
Isso é mais necessário ainda se pretendemos que nosso texto se espraie ao longo do tempo.
Não canso de citar a Ilíada como um exemplo de texto que nos passa, depois de uns 3000 anos, sensações tão frescas como se os fatos tivessem ocorrido ontem.
Há lugar para todo o tipo de formas de comunicação, mas não podemos prescindir de um tipo central, sólido e bem estabelecido.
Utilidade relativa, mestre? A capacidade humana de devanear sobre as possibilidades é uma das nossas condições de humanos, e uma das mais prazerosas e perigosas pela sua incomensurabilidade. O que é mais útil pra mim que o meu próprio prazer? Acho que o vício utilitarista atual nos priva de muita coisa boa.
Ana.Maria, a questão é que a linguagem escrita e falada, que devolve a informação sobrer aquilo que se sente, matéria-prima da comunicação, e forja nosso juízo; é linear. Nos induz a uma forma de existência e percepção também linear. O que, definitivamente, não é uma qualidade humana.
Resposta:
Felipe:
Sem dúvida, o que nos dá prazer é muito bom. Mas aqui se trata de fazer toda uma matéria, já não diria uma ciência.
Oii!! Gostaria de saber a origem da palavra fazer serão ( hora extra.
Obrigada!!
Resposta:
Isabela:
“Serão” vem do Latim SERANUM, relacionado a SERUM, “tarde, à noite”.
Ah, hoje enfim tive de apelar para S. Sª por conta de um trabalho. Estou traduzindo um texto para um site médico e preciso saber a origem da palavra “folate”. Já catei por aqui e não achei, pois não tenho o tal dicionário etimológico que me foi até recomendado.Sem a raiz da palavra não terá sentido o resto da tradução, pq não posso fazer uma versão literal.
Bigada, beijokas
FOLATE, hein…
Resposta:
Ana.Maria:
Tu quoque, filia mea?
Traduzindo sites médicos – é daí que ela vem com tanta citação médica.
Sei a esta altura que fui dispensado de responder, mas insisto:
FOLATE é a palavra em Inglês para “folato”, “sal de ácido fólico”, que também atende pelo nome de ácido pterilglutâmico ou Vitamina B12.
Seu nome vem do Latim FOLIUM, “folha”, dada a sua abundância nas folhas verdes.
quero saber de onde veio a arigem da palavra esteira que usamos na praia
Resposta:
Tainara:
Olhe a resposta à pergunta 3687.
Ah… lembrei de uma coisinha e tive de voltar:é preciso prestar atenção, para entender mais do assunto, não só à linguagem mas ao modo como falamos. Se a palavra serve para a comunicação, o modo como usamos as expressões faciais podem fazer toda a diferença.O corpo fala também, assim o gesto complementa a idéia.As intenções estão à flor da pele e um simples sorriso ou levantar de sobrancelhas muda o sentido.A palavra é uma arma, pode ferir e pode alegrar o coração.Cabe a nós escolher. O que fica como lembrança depois que partimos são as palavras que dissemos ou as que deixamos de dizer na hora certa, como “eu te amo”.Somos lembrados mais pelo doce ou fel que entra no ouvido alheio, “mais venenoso é o que sai da boca do Homem”.Cuidado, nossa arma dve ser usada para a PAZ.
Resposta:
Ana.Maria:
E com o que você diz se acentua uma nossa afirmação anterior. Realmente, ao falar direto com outra pessoa, nós completamos nossa comunicação com a mímica e a linguagem corporal a ponto de podermos estar dizendo uma coisa com as palavras e demonstrando que a intenção é a oposta com o corpo.
Aí é que entra o valor do domínio de um idioma, pois nem sempre poderemos nos comunicar auxiliados pela audição e visão do interlocutor.
Ao escrever, por exemplo, somos obrigados a explanar nossos pensamentos de forma perfeitamente inteligível e precisa sem usar esses recursos acessórios.
E isso só de pode fazer com um domínio muito bom do idioma e de suas sutilezas, o que vai muito além do simples vocabulário.
Eu poderia desenvolver mais , muito mais o assunto, porém teria de pesquisar para saber o que pensam os que sabem mais que eu. Não dá tempo.
A palavra grama como exemplo, tão bem explicada hoje, nos mostra que deixamos rastro como civilização. Colocamos nas palavras nossos sentimentos e emoções.Usamos a fala de acordo com aquilo que deduzimos do mundo à nossa volta. Externamos pensamentos lógicos e pensamentos abstratos.Conforme vamos evoluindo no conhecimento (algumas vezes até involuindo)os idiomas vão se adaptando. Eu já manifestei aqui: palavras não são apenas um amontoado de letras, elas mudam com o tempo, são a síntese do pensamento humano e seu caminho rumo ao desconhecido.Seria lindo, assim, poder perceber na linguagem de antena dos insetos, no grunhido dos mamíferos, no pio dos pássaros, o que os difencia de nós além da forma e da inteligencia.
Desculpem se me estendi, gosto do assunto. Agora tenho de ir, boa noite!!!
Resposta:
Diaconisa:
O assunto fascina mesmo. E esse aspecto de as palavras (os idiomas) seguirem um processo evolutivo´parece ser pouco explorado.
O fato de estar havendo tendências ao empobrecimento no uso dos idiomas, estruturas tão complexamente desenvolvidas, mostra que eles acompanham mesmo nossas tendências.
Poderíamos deduzir que os animais chamados irracionais, como também estão na linha de evolução, desenvolveriam através do tempo linguagem escrita e falada. Seria lógica a dedução se o desenvolvimento do cérebro de outras espécies tivesse seguido o mesmo rumo. Por misteriosas razões não seguiram (ainda?),nosso cérebro cresceu mais, mas se não acabarmos com o paneta antes ( e estamos nos esforçando) possivelmente os nossos parentes mais proximos, os primatas macaquinhos e macacões, chegarão lá.Já estão perto.A evolução continua. Mas sempre estaremos na frente por termos partido primeiro no grid de largada.O que os pode tornar igualmente falantes é aquilo que o filme PLANETA DOS MACACOS mostrou:somos tão bons para criar coisas úteis quanto para nos destruirmos mutuamente.Se a raça humana, que briga por motivos os mais fúteis,se entredevorar e sumir o mundo pode ficar melhor e a inteligencia que se desenvolverá acabará falando e escrevendo, quem sabe uma linguagem universal que igualaria os homens. Aí talvez pudesse chegar a tão desejada e enxovalhada PAZ.
Resposta:
Ana.Maria:
Parece que a Evolução tem um seguro contra abusos da inteligência: nossa agressividade como espécie. Se os meios se desenvolverem demais, nós acabamos conosco e o mundo pode seguir em frente.
Pensando assim, é possível acreditar na hipótese que a linguagem internética triunfará sobre a norma culta, pela economia de tempo, o bem mais escasso na veloz era da super-informação.
Ou, assim como os humanos, as palavras já se puseram à parte da cadeia alimentar e da evolução e não obedecem à regra alguma? Existe algum livro que trate sobre o assunto, ou talvez, você poderia me indicar algum lugar para pesquisar?
Sei que o objetivo do consultório não é o de ser um fórum, entretanto, eu estou particulamente interessado na opinião do inestimável Diaconato e dos freqüentadores mais assíduos. Desculpe-me a alaúza.
Enfim, Mestre, queira saber o que você consegue ver do alto de suas longas patas e antenas, o que eu ainda não posso enxergar. Grande abraço e muito obrigado.
Felipe Caruso
Resposta:
Felipe:
Você pinta um quadro horroroso.
Mas, contrabalançando o lado da evolução apenas com base na simplificação, existe um poderoso fator: com um idioma assim não é possível transmitir informações pormenorizadas e precisas.
Essa linguagem empobrecida simplesmente não tem palavras nem estrutura para descrever adequadamente sentimentos, fatos, ambientes, elucubrações abstratas.
Mal comparando, é o mesmo que simplificar um carro: você consegue, mas às custas da segurança, da capacidade de carga, da possibilidade de prestar o serviço que você deseja.
Lamento não ter o que lhe indicar como leitura complementar.
Assim como a História examina os acontecimentos do passado, a Etimologia analisa a cronologia das palavras. Sabemos algo sobre de onde vieram as palavras, mas para onde irão? Sei que qualquer previsão é leviana, talvez por isso não encontrei nada sobre o assunto por aqui, mas não consigo me privar do delicioso exercício imaginativo.
Aceitando a teoria da “vida das palavras”, logo estamos sujeitos à evolução. As palavras surgiram se combinaram e recombinaram, sofreram mutação e assim por diante. Sujeitos à evolução, esbarramos, inexoravelmente, na seleção natural e na teoria de Darwin, a mais aceita pela comunidade científica. A seleção natural é o processo chave que age sobre a casualidade da mutação e seleciona as características apropriadas para melhorar a adaptação dos organismos. Qual seriam as características apropriadas para as palavras? Como o meio faria essa seleção? Como se define esse “meio”?
Resposta:
Felipe:
Profundos pensamentos.
A Etimologia lida com o passado, não com o futuro das palavras, já que isso acabaria ficando no terreno das conjeturas e teria utilidade muito relativa.
Parece-nos que as forças que moldam a evolução das palavras são a necessidadae de comunicação e a facilidade de uso.
As palavras sobreviventes são as que se enquadram melhor em ambos os parâmetros.
Salve, salve portentoso Mestre
A distorção mental que me guiou, não só ao sopé, como também ao cume do vulcão, é definida pelos especialistas como: Bicho carpinteiro. Não há tratamento, por isso sou um viajante.
Toda a história de abacate, fertilidade e testículos pôs algumas idéias em gestação. Minha longa ausência se justifica no fato de eu não conseguir pensar em outra coisa e na minha hesitação em fazer esta pergunta… lá vai:
“Enquanto o tempo não trouxer teu abacate. Amanhecerá tomate e anoitecerá mamão.”
Resposta:
Felipe:
Você resolveu praticar suas lições de hermetismo no pomar hoje?
Olá gostaria de saber a origem da palavra Trela.
Agradeço.
Resposta:
Jéssica:
“Trela” vem do Latim TRAGULA, “rede, corda para puxar”, diminutivo de TRAGELLA, derivado do verbo TRAHERE, “puxar, arrastar, trazer”.