Boa noite, gostaria de saber a origem das seguintes palavras: derivação, sufixal, parassintética, hibridismo e sigla.
um abraço.
Resposta:
Marcella:
1) Da expressão latina DE RIVO, “para fora do rio, da corrente dágua”.
2) De SUFFIXUS, “ajustado, apertado”, particípio passado de SUFFIGERE, “apertar, fixar”, formado por SUB, “sob”, mais FIGERE “apertar, ajustar”.
3) Do Grego PARA, “ao lado”, mais SYNTHESIS, “composição”, do verbo SYNTITHENAI, “colocar junto, combinar”, formado por SYN, “junto”, mais TITHENAI, “colocar”.
4) Do Latim HYBRIDA, “mestiço, de raça misturada”, o nome da cria da porca doméstica com o javali selvagem.
5) Do Latim SIGLA, “ABREVIATURA”, talvez de SINGULA, “isoladas”, ou de SIGNUM, “sinal”.
Agora, falando sério:voces ficam me dizendo para escrever livros.Com tanta gente escrevendo e tentando se lançar, com tantos nomes mensalmente aparecendo nas livrarias, tantos títulos novos,tanta gente que sabe se promover ( o que não é o meu caso), como algum editor iria se aventurar a lançar minha salada de assuntos?
Parei de pintar pq já tinha quadro até no banheiro da empregada e no teto do quarto dela. As paredes estavam cheias, o resto da casa virou pinacoteca, todos os amigos já tinham ganhado quadros meus.
Criar fama e deitar na cama, bom ditado. Mas como criar fama? Artista não sabe vender seu peixe, precisa de um manager.E tenho medo de alguém dizer: quem disse a ela que pinta? Quem foi que lhe disse que sabe escrever?
Dizem que Deus dá nozes a quem não tem dentes.Já me disseram que é mesmo estranho ganhar um talento e enterrar. O maior talento não é fazer, é saber promover o que se faz – este eu não tenho.
Resposta:
Ana.Maria:
Aí você tocou numa grande verdade. Em geral, as pessoas acham que basta saber fazer; mas há que saber lançar, mostrar, promover, vender em todos os sentidos o que se fez.
Concordo que, para quem não tem o talento voltado para isso, é difícil comercializar o que pescou.
Mas que você ia fazer livros legais, ia…
Recebi um email do CRM dizendo que esse negócio de explicar sobre pênfigo, síndromes, ácido fólico, cositas assim, está com os dias contados. Hoje, no dia do médico, começam a tomar medidas contra consulentes atrevidas e consultores de outra área.
E a Patty, onde andará??
Resposta:
Ana.Maria:
Hum, então eles acreditaram em mim e se comunicaram com você. Consegui enrolar!
Patty deve estar aprontando algum terremoto por aí.
… então a palavra letra é formada por letras? E com que gramma se escreve a palavra gramma?
(estou atacadíssima hoje; tenho uma tradução aqui pra fazer à noite, sobre alergia, que só de olhar espirro)
Resposta:
Ana.Maria:
A palavra GRAMMA começa com GAMMA, e vá já fazer a sua tradução.
… mas gosta de me cutucar, né não? Polinésia tem a ver com comércio de mel de abelha. Sim! O mel passou a ser comercializado para os paises industrializados, que manufaturaram muitos bens de consumo a partir do pólen que grassa (não graça) por lá, nas flores tropicais. Começaram a criar abelhas, deu muito mel, então enviaram o produto dos hibiscos para além-mar. Tudo lá é além-mar, pois aquilo é longe de tudo, dentro do marzão,no Pacífico, longe de tuuuuudo.Mas onde eu estava mesmo? Ah…pois é… me perdi…
O caso da grama é culpa minha, não li como querendo dizer letra mas sim como sendo uma das letras; desculpe.
Resposta:
Ana.Maria:
É divertido cutucar pessoas divertidas.
Impressionante a sua cultura! Já dá para fazer um livro, não dá? Imagine umas ilustrações bem humorísticas… Em seguidinha as histórias estarão circulando como verdade na Internet.
Me-ni-na!
Não tinha decorado ainda o alfabeto grego que ensinei a vocês com tanto trabalho? Já de volta para o livro!!
Tia Odete.
Grande Professor Alaúzo, sem questões hoje, mas quero deixar aqui minha enorme estima pela classe médica e meus parabéns a todos esses profissionais que tanto nos orgulham!!!
Resposta:
Rolando Borges:
Faço coro às suas palavras!
Perdi o sono hoje…
Casaquistão é obvio demais, com aquele frio de gelar corações.No Afeganistão (do livro CAÇADOR DE PIPAS) as mulheres é que vivem afegadas, com aqueles trajes ridículos, mas viva Maomé que eu não sou besta! Sobre grama ainda estou pensando: as letras não são ALFA, BETA, GAMA etc.? Que letra “grama” é essa?
Resposta:
Ana.Maria:
Oh, moça, mangando da Traça? GRAMMA quer dizer “letra”, não uma específica.
Por extensão, passou a significar “carta, documento, lei, pintura, estudo, ensino, ciência”.
Então foi no Casaquistão que inventaram os casacos? E na Polinésia, inventaram o quê?
origem da palavra esteira que usamos na praia
Resposta:
Tainara:
Ué, eu não lhe tinha dito mais abaixo que sua resposta está esperando por voicê no número 3687, ou me enganei?
Viu só? O Dario perguntou isso pq a gente fica aqui bancando médico, vamos acabar presos pelo exercício ilegal da medicina…
Resposta:
Ana.Maria:
Se o Conselho Regional de Medicina vier bater aqui, eu os encaminho para você, que é tradutora da área médica…
Pessoas: estou recebendo email de fora do país, com endereços hiper
estranhos.Pode ser essa tchurma perigosa que enche o espaço com espinhos?
Não, Tiácono, não é isso. Maranhão vem de uma tribo indígena daquelas plagas, que usava um penteado feito um bolo na cabeça. Era preguiça indígena de pentear, mas diziam que era a cultura deles. Foi ficando um bololô, um maranhão de cabelo alí,aí a tribo passou a ser conhecida pelo amontoado de cabelo duro e sujo, uns maranhões na cabeça. Entendeu?
Resposta:
Ana.Maria:
Não creio que sejam os mesmos chatos que acometem o site, pois nosso endereço é público e notório e o seu não. De qualquer forma, cuidado.
Está na hora de você fazer um livro que poderia se chamar “História e Geografia Fantásticas – Tudo o que Você NÃO Deve Aprender.”
E o Cazaquistão, de onde recebeu o nome?
E o Afeganistão, é verdade que se chama assim porque tem muitas montanhas e as pessoas lá estão sempre “afegando”, sem ar?
Um amigo nosso foi acomitido de uma doenca chamada “FOGO SELVAGEM”, que esta em fase final isso e esta secando, gostaria de saber o meio de contagio e se nesta fase e contagiosa
Resposta:
Dario:
Nosso site foi feito para lidar com as origens das palavras, Dario, não com informações de ordem médica.
Mas não podemos deixá-lo com preocupação sobre contágio: essa doença, conhecida também por “pênfigo foliáceo”, é causada por uma alteração do mecanismo de imunidade do paciente e não é contagiosa em nenhuma fase.
Não deixe de visitar o seu amigo.
Cruzes! Festa no cemitério? Será no ultimo dia deste mes, Tiácono, mesmo que não faça parte de nossa cultura e tradição? E sabes de que deriva o nome Maranhão? Não…?
Sobre o ácido fólico, professor, gostei de saber que tem a ver com folhas. Acabei a tradução. Seguindo a linha natureba,depois da folha e de hemerocália tem passiflorine, aquele remédio. Não que eu, por fazer traduções, tenha aprendido medicina – não, sou xereta mesmo.É que passiflorine vem de passiflora, o fruto da paixão que vem a ser… vem a ser… maracujá. Como foi de ficou assim tão pobrezinha no nome, a fruta, hein? Sobre benvindo, escrevo assim e pronto! Bem feito escrevo sem hífen, e tenho dito!
Vera Escobar: me mande seu endereço eletronico que escrevo e depois lhe envio pelo Correio o meu livro, ok? Só vc, pq tem gente aqui, sabe?, que não daria endereço nem morto e então azar o dele!
Resposta:
Ana.Maria:
Se as pessoas estão dispostas, uma festa pode ocorrer em qualquer lugar.
A flor do maracujá leva o nome de PASSIONFLOWER desde 1633 porque certas partes suas lembram os instrumentos usados para maltratar Jesus em sua Paixão.
Já houve uma interpretação errada da palavra “paixão” em certo momento, o que deu à flor fama de afrodisíaca.
Cuidado, que a Polícia Secreta do Ministério da Educação pode agarrá-la numa madrugada dessas e a levar para um instituto de correção, onde você fará intermináveis cursos sobre hífen.
… Não dá para mandar o livro sem saber o nome e o endereço, não?
Ana.maria, que bom que você explicou Goiás antes de mim! Eu jamais alcançaria tamanha clareza…
Felipe, os colegas de flanela deram agora pra “falar difícil” graças à sua influência! Apareça mais por aqui porque estamos sentindo sua falta! Não que seja saudade, é apenas a fila de carros sujos que não pára de crescer…
Professor, muito interessante a sua observação sobre a pequena variação sofrida ao longo do tempo pelas palavras que descrevem fatos básicos e inescapáveis da vida. Qual a sua explicação para isso? Gostaria muito de saber… aproveito para perguntar:
1) Apocalipse
2) Gladiador
3) Interno
4) Vampiro
Quase me esqueço… você acertou em cheio sobre a festa temática! Uma dica sobre o local: os antigos consideravam-no o dormitório para o longo sono… (insisto nessa porque foi a única palavra cuja etimologia expliquei certo até agora! Se bem que tenho minhas dúvidas sobre TRIBUFU…)
Resposta:
Tiácono:
Pois é, os lavadores de carro hoje em dia andam muito bem preparados.
Quanto à variação escassa de certas palavras, não será porque elas são tão usadas e são tão marcantes que não dá tempo para mudar muito? É uma hipótese da Traça.
1) Do Latim eclesiástico APOCALYPSIS, “revelação, descobrimento”, do verbo grego APOKALYPTEIN, “descobrir, destapar”, formado por APO-, “de”, mais KALYPTEIN, “cobrir, esconder, disfarçar”.
2) De GLADIATOR, “guerreiro armado com gládio”.
3) De INTERNUS, “dentro de”, de INTER, “entre”.
4) Do Alemão VAMPIR, que o tomou do Húmgaro VAMPIR, derivado do Kazak UPYR, “bruxa”.
A festa temática vai ser das boas. Você já leu a seção “Assunto da Edição” que fala em fantasmas e etc.? Há mais material ali para a festinha.
Qual a justificativa da palavra bem-vindo ser escrita com hífen se bem feito é o mesmo caso e é escrito sem hífen?
Resposta:
Dolores:
Você está testando nossa fraquezas, hein?…
Mas a esta dúvida também podemos responder.
Realmente, “bem-vindo” é escrito com hífen porque essas duas palavras se juntaram e passaram a ser um adjetivo, com um significado que transcende as palavras que o compõem.
E “bem-feito” é tanto o mesmo caso que se escreve com hífen, sim.
Por gentileza, não sei se é o caso deste site, mas estou com dúvida. Caso possam me atender, agradeço muito.
Qual é a construção correta: É preciso muita atenção ou É precisa muita atenção.
Qual é a concordância correta?
Resposta:
Dolores:
Realmente, não é o caso deste site, pois não contamos em nossas hostes com professores de Português.
No entanto, podemos desde já asseverar que tal verbo, nessa construção, é unipessoal; trocado em miúdos, a frase correta é:
“É PRECISO muita atenção”.
É curiosa a busca por uma verdade absoluta num pensamento, uma sede de encontrar um dogma do texto, com se ele fosse único. Cada um de nós veste o texto e suas palavras como quer vestir, ou como os seus espelhos o refletem. Se cada uma dessas pessoas enxerga as palavras sob sua própria míopia, existem, então, mais línguas do que habitantes no mundo, porque existem pessoas que falam mais de uma língua, além, daqueles que conseguem entender algumas palavras, ou gestos, ou música ou qualquer outro canal que trasmita mensagem no processo comunicativo (imaginem quantas palavras existirão). O que me deixa mais perdido nessa história toda é sua infinita relatividade, que não me permite ver além, e precisamente por isso, me fascina.
Sei que estou puxando a sardinha para minha brasa e botando na mesma panela Comunicação e Etimologia, mas, uma vez mais, são os meus espelhos. Além disso, ninguém há de negar que está cheirando bem! Obrigado pelos novos paradigmas que me fizeram vislumbrar. Grande abraço.
Felipe Caruso
Resposta:
Felipe:
Um dos problemas da comunicação é exatamente a subjetividade derivada do nosso narcisismo.
Exemplo: certa vez, vi uma moça dizer “clica com o botão de lá” (referia-se ao mouse). Mas o sujeito com o mouse não sabia o que era “o de lá”, embora para ela fosse evidente.
Isso mostra que, se quisermos passar adiante uma noção, fato ou sentimento, ainda mais se for em terreno mais para o abstrato, precisamos de uma estrutura idiomática que nos permita transferir nossas idéias com absoluta precisão.
Isso é mais necessário ainda se pretendemos que nosso texto se espraie ao longo do tempo.
Não canso de citar a Ilíada como um exemplo de texto que nos passa, depois de uns 3000 anos, sensações tão frescas como se os fatos tivessem ocorrido ontem.
Há lugar para todo o tipo de formas de comunicação, mas não podemos prescindir de um tipo central, sólido e bem estabelecido.
Utilidade relativa, mestre? A capacidade humana de devanear sobre as possibilidades é uma das nossas condições de humanos, e uma das mais prazerosas e perigosas pela sua incomensurabilidade. O que é mais útil pra mim que o meu próprio prazer? Acho que o vício utilitarista atual nos priva de muita coisa boa.
Ana.Maria, a questão é que a linguagem escrita e falada, que devolve a informação sobrer aquilo que se sente, matéria-prima da comunicação, e forja nosso juízo; é linear. Nos induz a uma forma de existência e percepção também linear. O que, definitivamente, não é uma qualidade humana.
Resposta:
Felipe:
Sem dúvida, o que nos dá prazer é muito bom. Mas aqui se trata de fazer toda uma matéria, já não diria uma ciência.