Ah, hoje enfim tive de apelar para S. Sª por conta de um trabalho. Estou traduzindo um texto para um site médico e preciso saber a origem da palavra “folate”. Já catei por aqui e não achei, pois não tenho o tal dicionário etimológico que me foi até recomendado.Sem a raiz da palavra não terá sentido o resto da tradução, pq não posso fazer uma versão literal.
Bigada, beijokas
FOLATE, hein…
Resposta:
Ana.Maria:
Tu quoque, filia mea?
Traduzindo sites médicos – é daí que ela vem com tanta citação médica.
Sei a esta altura que fui dispensado de responder, mas insisto:
FOLATE é a palavra em Inglês para “folato”, “sal de ácido fólico”, que também atende pelo nome de ácido pterilglutâmico ou Vitamina B12.
Seu nome vem do Latim FOLIUM, “folha”, dada a sua abundância nas folhas verdes.
quero saber de onde veio a arigem da palavra esteira que usamos na praia
Resposta:
Tainara:
Olhe a resposta à pergunta 3687.
Ah… lembrei de uma coisinha e tive de voltar:é preciso prestar atenção, para entender mais do assunto, não só à linguagem mas ao modo como falamos. Se a palavra serve para a comunicação, o modo como usamos as expressões faciais podem fazer toda a diferença.O corpo fala também, assim o gesto complementa a idéia.As intenções estão à flor da pele e um simples sorriso ou levantar de sobrancelhas muda o sentido.A palavra é uma arma, pode ferir e pode alegrar o coração.Cabe a nós escolher. O que fica como lembrança depois que partimos são as palavras que dissemos ou as que deixamos de dizer na hora certa, como “eu te amo”.Somos lembrados mais pelo doce ou fel que entra no ouvido alheio, “mais venenoso é o que sai da boca do Homem”.Cuidado, nossa arma dve ser usada para a PAZ.
Resposta:
Ana.Maria:
E com o que você diz se acentua uma nossa afirmação anterior. Realmente, ao falar direto com outra pessoa, nós completamos nossa comunicação com a mímica e a linguagem corporal a ponto de podermos estar dizendo uma coisa com as palavras e demonstrando que a intenção é a oposta com o corpo.
Aí é que entra o valor do domínio de um idioma, pois nem sempre poderemos nos comunicar auxiliados pela audição e visão do interlocutor.
Ao escrever, por exemplo, somos obrigados a explanar nossos pensamentos de forma perfeitamente inteligível e precisa sem usar esses recursos acessórios.
E isso só de pode fazer com um domínio muito bom do idioma e de suas sutilezas, o que vai muito além do simples vocabulário.
Eu poderia desenvolver mais , muito mais o assunto, porém teria de pesquisar para saber o que pensam os que sabem mais que eu. Não dá tempo.
A palavra grama como exemplo, tão bem explicada hoje, nos mostra que deixamos rastro como civilização. Colocamos nas palavras nossos sentimentos e emoções.Usamos a fala de acordo com aquilo que deduzimos do mundo à nossa volta. Externamos pensamentos lógicos e pensamentos abstratos.Conforme vamos evoluindo no conhecimento (algumas vezes até involuindo)os idiomas vão se adaptando. Eu já manifestei aqui: palavras não são apenas um amontoado de letras, elas mudam com o tempo, são a síntese do pensamento humano e seu caminho rumo ao desconhecido.Seria lindo, assim, poder perceber na linguagem de antena dos insetos, no grunhido dos mamíferos, no pio dos pássaros, o que os difencia de nós além da forma e da inteligencia.
Desculpem se me estendi, gosto do assunto. Agora tenho de ir, boa noite!!!
Resposta:
Diaconisa:
O assunto fascina mesmo. E esse aspecto de as palavras (os idiomas) seguirem um processo evolutivo´parece ser pouco explorado.
O fato de estar havendo tendências ao empobrecimento no uso dos idiomas, estruturas tão complexamente desenvolvidas, mostra que eles acompanham mesmo nossas tendências.
Poderíamos deduzir que os animais chamados irracionais, como também estão na linha de evolução, desenvolveriam através do tempo linguagem escrita e falada. Seria lógica a dedução se o desenvolvimento do cérebro de outras espécies tivesse seguido o mesmo rumo. Por misteriosas razões não seguiram (ainda?),nosso cérebro cresceu mais, mas se não acabarmos com o paneta antes ( e estamos nos esforçando) possivelmente os nossos parentes mais proximos, os primatas macaquinhos e macacões, chegarão lá.Já estão perto.A evolução continua. Mas sempre estaremos na frente por termos partido primeiro no grid de largada.O que os pode tornar igualmente falantes é aquilo que o filme PLANETA DOS MACACOS mostrou:somos tão bons para criar coisas úteis quanto para nos destruirmos mutuamente.Se a raça humana, que briga por motivos os mais fúteis,se entredevorar e sumir o mundo pode ficar melhor e a inteligencia que se desenvolverá acabará falando e escrevendo, quem sabe uma linguagem universal que igualaria os homens. Aí talvez pudesse chegar a tão desejada e enxovalhada PAZ.
Resposta:
Ana.Maria:
Parece que a Evolução tem um seguro contra abusos da inteligência: nossa agressividade como espécie. Se os meios se desenvolverem demais, nós acabamos conosco e o mundo pode seguir em frente.
Pensando assim, é possível acreditar na hipótese que a linguagem internética triunfará sobre a norma culta, pela economia de tempo, o bem mais escasso na veloz era da super-informação.
Ou, assim como os humanos, as palavras já se puseram à parte da cadeia alimentar e da evolução e não obedecem à regra alguma? Existe algum livro que trate sobre o assunto, ou talvez, você poderia me indicar algum lugar para pesquisar?
Sei que o objetivo do consultório não é o de ser um fórum, entretanto, eu estou particulamente interessado na opinião do inestimável Diaconato e dos freqüentadores mais assíduos. Desculpe-me a alaúza.
Enfim, Mestre, queira saber o que você consegue ver do alto de suas longas patas e antenas, o que eu ainda não posso enxergar. Grande abraço e muito obrigado.
Felipe Caruso
Resposta:
Felipe:
Você pinta um quadro horroroso.
Mas, contrabalançando o lado da evolução apenas com base na simplificação, existe um poderoso fator: com um idioma assim não é possível transmitir informações pormenorizadas e precisas.
Essa linguagem empobrecida simplesmente não tem palavras nem estrutura para descrever adequadamente sentimentos, fatos, ambientes, elucubrações abstratas.
Mal comparando, é o mesmo que simplificar um carro: você consegue, mas às custas da segurança, da capacidade de carga, da possibilidade de prestar o serviço que você deseja.
Lamento não ter o que lhe indicar como leitura complementar.
Assim como a História examina os acontecimentos do passado, a Etimologia analisa a cronologia das palavras. Sabemos algo sobre de onde vieram as palavras, mas para onde irão? Sei que qualquer previsão é leviana, talvez por isso não encontrei nada sobre o assunto por aqui, mas não consigo me privar do delicioso exercício imaginativo.
Aceitando a teoria da “vida das palavras”, logo estamos sujeitos à evolução. As palavras surgiram se combinaram e recombinaram, sofreram mutação e assim por diante. Sujeitos à evolução, esbarramos, inexoravelmente, na seleção natural e na teoria de Darwin, a mais aceita pela comunidade científica. A seleção natural é o processo chave que age sobre a casualidade da mutação e seleciona as características apropriadas para melhorar a adaptação dos organismos. Qual seriam as características apropriadas para as palavras? Como o meio faria essa seleção? Como se define esse “meio”?
Resposta:
Felipe:
Profundos pensamentos.
A Etimologia lida com o passado, não com o futuro das palavras, já que isso acabaria ficando no terreno das conjeturas e teria utilidade muito relativa.
Parece-nos que as forças que moldam a evolução das palavras são a necessidadae de comunicação e a facilidade de uso.
As palavras sobreviventes são as que se enquadram melhor em ambos os parâmetros.
Salve, salve portentoso Mestre
A distorção mental que me guiou, não só ao sopé, como também ao cume do vulcão, é definida pelos especialistas como: Bicho carpinteiro. Não há tratamento, por isso sou um viajante.
Toda a história de abacate, fertilidade e testículos pôs algumas idéias em gestação. Minha longa ausência se justifica no fato de eu não conseguir pensar em outra coisa e na minha hesitação em fazer esta pergunta… lá vai:
“Enquanto o tempo não trouxer teu abacate. Amanhecerá tomate e anoitecerá mamão.”
Resposta:
Felipe:
Você resolveu praticar suas lições de hermetismo no pomar hoje?
Olá gostaria de saber a origem da palavra Trela.
Agradeço.
Resposta:
Jéssica:
“Trela” vem do Latim TRAGULA, “rede, corda para puxar”, diminutivo de TRAGELLA, derivado do verbo TRAHERE, “puxar, arrastar, trazer”.
Qual a origem etimologica da palavra “grama”? Grato
Resposta:
Daniel:
Nosso idioma tem duas palavras “grama”, com origens e sentidos totalmente diferentes.
“Grama”, a medida de massa, vem do Francês GRAMME, que veio do Latim GRAMMA, “pequeno peso”, do Grego GRAMMA, “pequeno peso”, originalmente “letra do alfabeto”, da mesma raiz de GRAPHEIN, “escrever, riscar”.
“Grama”, a que o jardineiro corta, vem do Latim GRAMEN, “pasto, erva rasteira, capim”, de um conjunto de palavras que expressa a idéia de “crescimento”, como SEMEN (“semente”) e GERMEN (“brotação, origem”).
Colhendo a ocasião, nunca se esqueça de que esta última é uma palavra do gênero feminino e a medida de massa é do masculino. Portanto, nunca compre “duzentas gramas” de presunto, e sim “duzentos gramas”.
Soa esquisito? Mais esquisito é saber o que é certo e falar errado.
Salve, salve insigne Mestre,
Estou aí, mais uma vez, mas serei breve. Perdão ao distinto Diaconato por não prestar, desta vez, minhas condolências. Tiácono, fico feliz por ter contribuído com o crescimento cultural dos colegas de flanela.
Mestre, eu que achava que quermesse era a festinha de Igreja da roça(talvez por influência do Chico Bento), me deparei com o alemão “Kirmes” com o mesmo significado. Está mais na cara que barba que ambos têm mesma origem. A questão é qual? Muito Obrigado
Felipe Caruso
Resposta:
Felipe:
Lamentamos, mas você está na lista do pessoal que está com freqüência baixa e que, para demonstrar o seu amor pela causa deverá aumentar as suas contribuições materiais. Umas resmas de papel Canson muito farão pela eternidadae da sua alma.
“Quermesse” vem do Francês KERMESSE, “festa de santo patrono”, que veio do Flamengo KERKMISSE, “festa de igreja”, formado por KERKE, “igreja”, mais MESSE, “missa”.
Que saibamos, KIRMES significa “romaria” (certo, Ana.Maria?), derivando também de KIRCH, “igreja”.
Não. Não,Tiácono, não é nada disso. Goiás é a semente do ingá, ou de uma outra fruta de que não me lembro o nome, bem gosmenta. A criança desce da árvore e a mãe diz:” menino, vai lavar o rosto, ficou todo engoiazado com a gosma do ingá (ou a outra fruta de que não me lembro o nome)”.
Resposta:
Ana.Maria:
Isso mesmo. As crianças indígenas desse Estado vivam descendo meladas de frutas das árvores, daí veio o nome.
Tá on line agora, meu santo? Eu já estava saindo e vi sua explicação sobre Maceió. É isso mesmo, mas dei dica,aí ficou fácil. E Goiás, que será? Beijokas.
Resposta:
Ana.Maria:
“Goiás”? Parece vir da tribo dos “Guaiás”, corruptela do Tupo GWA YA, “gente como nós”.
Qual a sua versão? Deve ser mais divertida que a nossa.
“Você não ouviu um ruflar de asas sobre sua cabeça pouco antes de sair para ir ao médico?”
Tigacinha!! Não eram pombos, então, eram anjos.Mas sabes tb rograr pragas, ui…
Falar em anjos, arcanjo é um arqui-anjo, aquele super anjo; arcebispo é aquele arqui-bispo, o cara. Arquiteto e arquipélago tem a ver, é tudo super?
Bom, por hoje chega, tem uma torta de queijo que deixei no freezer para a minha volta, e é agora. Falar em freezer, com que descaramento a gente fala essas palavras e até escreve anglicismos sem apóstrofes, né não? Se nosso idioma fosse ainda cultura oral estaria tudo perdido, esquecido; viramos a aldeia global anunciada.
Resposta:
Ana.Maria:
Nem pombos nem anjos, apenas uma humilde Traça.
Sim, “arquiteto” vem do Grego ARKHITEKTON, “mestre de obras”, onde a primeira parte quer dizer “chefe” e TEKTON é “construtor, carpinteiro”.
Já “arquipélago” nada tem a ver com essa formação. Vem de AIGAION PELAGOS, “Mar Egeu”, nome que depois foi tranferido para “grupo de ilhas próximas entre si”, coisa comum nesse mar.
Desfrute da sua cheese pie que está no freezer. Se estiver enrolada em papel, mande-mo.
Minha ausência seria justificada pela falta de tempo, mas olha só o que disse Maurice Sachs: “Quanto mais coisas a gente faz, mais tempo tem para fazê-las; quanto menos coisas faz, menos tempo tem. Os ociosos nunca têm um minuto para si mesmos.” Sendo assim, achei melhor não dar desculpa nenhuma…
Ana.maria, estou lhe devendo a resposta sobre a proposta de brincarmos no recreio de descobrirmos as origens das palavras! Eu topo! Você até sugeriu que eu começasse com MACEIÓ. Consultando minhas anotações (e sua dica), digo que Maceió tem sua origem diretamente ligada com uma famosa fábrica de colchões instalada na capital alagoana. O dono de lá, para provar aos clientes a qualidade de seu produto, costuma deitar em seus colchões e dizer: é macio, ó! Esta expressão, com o tempo, transformou-se em Maceió. Era isso que você tinha em mente ou fui muito longe?
Deli, agradeço suas saudações e estou pronto para prestar contas com você! Quer dizer, se você estiver se referindo a dinheiro, tutú, mango, bufunfa, cascalho ou algo parecido, então não estou pronto ainda não! De todo modo, teria convidado-a para a minha ascensão ao posto de diácono caso tivesse a conhecido a tempo!
Professor, as palavras da semana são (prevendo que não poderei voltar ao consultório tão cedo):
1) Sofrer
2) Chorar
3) Morte
4) Dor
5) Vida
As palavras não são as mais animadoras, mas eu estou bem, podem ficar tranqüilos. Abraços a todos!
Resposta:
Tiácono:
Acho que vamos abrir uma nova seção em nosso site, intitulada “Falsa Etimologia”, a cargo de Diaconisa Aninha e Tiácono.
Seu amigo Sachs tem razão. Quando a gente está muito ocupado o tempo parece ter melhor qualidade, é como se rendesse mais.
1) De SUFFERRE, “suportar, levar, agüentar”, formado por SUB-, “debaixo”, mais FERRE, “levar, carregar, portar”.
2) De PLERE, “emitir gritos de dor, lamentar-se, chorar”.
3) De MORS, que veio do Indo-Europeu MOR-, “morte”.
4) De DOLOR.
5) De VITA, “vida”, do verbo VIVERE, “viver”, do Indo-Europeu GWEI-, “viver”.
Note como essas palavras, que descrevem fatos básicos e inescapáveis da vida, mudaram pouco em milênios.
Faço-lhe a mesma pergunta que fiz para a Vera Escobar: você pretende dar uma festa temática?…
Hi, fellows! Estive fora sim, estou queimadona de sol, não vou dizer onde estive.Mas babem assim mesmo.
Estou aprendendendo com voces a fechar a guarda, sou muito espontânea. Isso provoca problemas.
Vera Escobar me deixou bastante encabulada – nem me conhece e acha que sou uma pessoa que sirva de modelo para alguém.Tsk, tsk, tsk… Minha preocupação com as crianças, alunos ou parentes,é a de não criar algum tipo de idealização.Um perigo.
Tenham todos uma boa semana, sejamos felizes como já diziam os gauchinhos cantores: “ser feliz é tudo o que se quer (ah, esse maldito fecho éclair)”.
Resposta:
Ana.Maria:
Viu só como eu adivinho os seus passos?
Você realmente não ouve o zumbir misterioso de asas por perto às vezes?
Gostaria de saber o significado da palavra “liderança”, qual a sua origem, de onde vem (latim, grego..)???
agradeço desde já
Resposta:
Maíra:
Significados são para dicionários, que são melhores para isso do que nós.
Quanto à origem, essa palavra não vem nem do Grego nem do Latim, mas do Germânico LAITHJAN, que originou o Ingês arcaico LAEDAN, “fazer ir com a gente, guiar”, passando depois a ser o moderno TO LEAD, “chefiar, guiar, liderar”.